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Transição energética: “Não entendemos a história da energia”. Entrevista com Jean-Baptiste Fressoz

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17 Dezembro 2024

À primeira vista, ninguém espera que um historiador francês minimize a ideia de uma transição energética, menos ainda em um momento de crise ambiental. Contudo, Jean-Baptiste Fressoz quer, sobretudo, corrigir falsidades históricas e revelar verdades incômodas. “Apesar de todas as inovações tecnológicas do século XX, o uso de todas as matérias-primas aumentou. O mundo queima agora mais madeira e carvão do que nunca”.

Em seu último livro, Sans transition: une nouvelle histoire de l'énergie, o historiador de ciência, tecnologia e meio ambiente descreve o mundo moderno em toda a sua realidade voraz e explica o porquê nunca houve uma transição energética. O termo “transição” que entrou em circulação tem pouco a ver com a conversão rápida e radical da economia fóssil que é necessária para cumprir as metas climáticas.

Na França, há tempo Fressoz provoca debates sobre energia e clima. Denuncia a obsessão pelas soluções tecnológicas para a mudança climática e defende a redução do uso de matérias-primas e energia.

A entrevista é de Bart Grugeon Plana e Jorrit Smit, publicada por Rebelión, 14-12-2024. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Na capa da edição francesa, lê-se em letras maiúsculas: “a transição energética não vai acontecer”. Por que você se opõe com tanta firmeza a esta narrativa?

Estamos diminuindo a intensidade de carbono da economia, mas isso não é uma transição. Ouve-se com muita frequência que só temos de organizar “uma nova revolução industrial”, como disse recentemente o enviado estadunidense para o clima, John Kerry. Não é possível levar a sério tal analogia histórica, é realmente estúpido.

A ideia de uma transição energética é, na verdade, uma forma muito estranha de pensar o futuro, como se fôssemos passar de um sistema energético para outro em um período de 30 anos, deixando de emitir CO2. Se parece credível é porque não entendemos a história da energia.

Isto não aconteceu no passado? Não passamos de uma economia rural baseada na madeira para uma sociedade industrial, com o carvão como o grande motor?

Este é um exemplo dos muitos conceitos errôneos da história da energia. No século XIX, a Grã-Bretanha utilizava anualmente mais madeira para sustentar apenas os poços de minas de carvão do que o que a economia britânica consumia como combustível durante o século XVIII.

Claro, é verdade que o carvão era muito importante para a nova economia industrial de 1900, mas não é possível imaginar isso como se uma fonte de energia substituísse a outra. Sem madeira, não haveria carvão e, portanto, tampouco aço, nem ferrovias. Então, as diferentes fontes de energia, materiais e tecnologias são muito interdependentes e tudo se expande conjuntamente.

Então, você também não concorda com a afirmação de que o petróleo substituiu o carvão, no século passado?

Mais uma vez, o petróleo ganhou muita importância, mas não se trata de uma transição. Para que o petróleo é utilizado? Para dirigir um carro. Observe o primeiro carro da Ford, dos anos 1930. Embora funcionasse com combustível, era feito de aço e isso exigia sete toneladas de carvão. Isto é mais do que o carro consumiria de petróleo ao longo de sua vida útil! Hoje, não é diferente: se você compra um carro da China, continua necessitando de cerca de três toneladas de carvão.

É preciso também levar em conta as infraestruturas de rodovias e pontes, os maiores consumidores de aço e cimento do mundo, que são igualmente dependentes do carvão. As plataformas de petróleo e os oleodutos também utilizam grandes quantidades de aço. Sendo assim, por trás da tecnologia de um carro existe tanto petróleo quanto carvão.

Você propõe abordar a energia e o problema climático sem a ideia de “transição”. Como fazer isto?

Concentrando-se nos fluxos de materiais. Vê-se que apesar de toda a inovação tecnológica do século XX, o uso de todas as matérias-primas aumentou (excluindo a lã e o amianto). Sendo assim, a modernização não consiste em que “o novo” substitua o “velho”, nem na concorrência entre fontes de energia, mas em seu contínuo crescimento e entrelaçamento. Eu chamo isto de “expansão simbiótica”.

O que esta ideia de expansão simbiótica de todas as matérias-primas significa para o debate atual acerca da transição energética?

A transição energética é um slogan cuja legitimidade deriva de uma falsa representação da história. As revoluções industriais não são em absoluto transições energéticas, mas, sim, uma expansão em massa de todos os tipos de matérias-primas e fontes de energia.

Além disso, a palavra transição energética tem a sua principal origem nos debates políticos dos anos 1970, após a crise do petróleo. Neles não se falava de meio ambiente, nem de clima, apenas de autonomia energética e de independência de outros países. Cientificamente, é um escândalo aplicar este conceito, depois, ao problema climático, que é muito mais complexo.

Então, quando buscamos soluções para a crise climática e queremos reduzir as emissões de CO2, é melhor não falar em transição. É melhor olhar para o desenvolvimento das matérias-primas em termos absolutos e para as suas interações e interdependências. Isto também evitará que sobrestimemos a importância da tecnologia e da inovação.

A inovação não permitiu grandes avanços tecnológicos? Não pode desempenhar um papel essencial para nos adaptarmos à crise climática?

Sim, surgiram inúmeras tecnologias novas que, às vezes, tornaram as anteriores obsoletas, mas isso independe da evolução das matérias-primas. Tomemos como exemplo a iluminação. As lâmpadas a petróleo eram utilizadas em massa por volta de 1900, antes de serem substituídas por lâmpadas elétricas. No entanto, hoje, utilizamos muito mais petróleo para a iluminação artificial do que naquele momento: para acender os faróis dos muitos milhões de carros.

Assim, apesar dos impressionantes avanços tecnológicos, a questão central dos problemas ecológicos continua sendo as matérias-primas, que nunca ficam obsoletas. Falamos com frivolidade de soluções tecnológicas para os problemas climáticos, o que também acontece nos relatórios do Grupo de Trabalho 3 do IPCC.

Você não confia no IPCC, então, como a máxima autoridade científica em questões climáticas?

Permita-me ser claro: confio certamente nos cientistas do clima dos grupos 1 e 2 do IPCC, mas sou muito crítico ao terceiro grupo de trabalho que se pronuncia sobre as soluções para a crise climática. Estão obcecados pela tecnologia. Há também bons elementos em seu trabalho, mas em seu último relatório se referem constantemente a novas tecnologias que ainda não existem ou que são superestimadas, como o hidrogênio e a bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS).

A influência da indústria fóssil também chama a atenção. Tudo isto é problemático e remonta à história desta instituição. Os Estados Unidos pressionam para “lançar a carta da tecnologia” desde o início, em 1992. Em essência, trata-se de uma tática dilatória que desvia a atenção de questões como a diminuição do consumo de energia, que não interessa aos grandes emissores como os Estados Unidos.

Que cenários elaborados existem que não se concentram na tecnologia?

Só em 2022, o relatório do Grupo de Trabalho 3 do IPCC falava de “suficiência”, o conceito de reduzir as emissões simplesmente consumindo menos. Surpreende-me que haja tão pouca pesquisa a esse respeito. No entanto, é uma das questões centrais que deveríamos nos colocar, em vez de esperar que uma tecnologia distante resolva tudo no futuro.

Os economistas dizem o que é aceitável para quem está no poder porque é a única forma de serem ouvidos e influenciarem, simples assim. Por isso, o debate nos principais meios de comunicação se limita a: “a transição energética está em curso, mas deve ser mais rápida”.

A narrativa da transição é a ideologia do capitalismo do século XXI. Cai muito bem para as grandes empresas e investidores. Torna-os parte da solução e inclusive um farol de esperança, embora sejam corresponsáveis pela crise climática. No entanto, é surpreendente que especialistas e cientistas não sejam mais críticos a esta lavagem verde da imagem.

Você tem esperança nos processos contra os gigantes fósseis, como a Shell e a Exxon?

Penso que é muito simplista considerá-las como os únicos maus. É claro que a Exxon e outras petroleiras têm uma grande responsabilidade e foram desonestas no passado. No entanto, ao mesmo tempo, estas empresas satisfazem a demanda de muitas outras indústrias que precisam de petróleo e sobre elas falamos muito menos, da indústria da carne à aviação.

Por fim, é inevitável levar a sério uma redução absoluta do uso de matérias-primas e energia, e isto significa falar em decrescimento e economia circular. É uma conclusão lógica da minha pesquisa, sem que eu seja o especialista nisso.

O decrescimento ainda não é uma mensagem politicamente fácil. Como isto pode mudar?

Não ofereço “soluções” em meu livro, pois não acredito em utopias verdes. Temos de reconhecer que muitas tecnologias não podem abrir mão da prática das emissões de CO2 até 2050, como o cimento, o aço, os plásticos e também a agricultura. Simplesmente, não vamos cumprir as metas climáticas.

Mas uma vez assumido isto, a questão a resolver é: o que fazer, então, com o CO2 que ainda vamos emitir? Que emissões são realmente necessárias e preferíveis a nível social? Se os economistas pesquisarem estas questões, conseguiremos abrir um debate democrático a esse respeito e tomar decisões políticas. Outro arranha-céu em Nova York ou uma rede de abastecimento de água em uma cidade do Sul Global?

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