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Jürgen Moltmann (1926-2024). A porta da esperança. Artigo de Xabier Pikaza

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05 Junho 2024

"Moltmann é o teólogo da esperança, entendida de forma receptiva e ativa, como expressão de uma Palavra de Deus (que é promessa de futuro) e como princípio impulsionador de uma palavra humana, que deve se expressar como protesto contra o que existe e como impulso de perdão e reconciliação futura", escreve Xabier Pikaza, teólogo espanhol, em artigo publicado por Religión Digital, 04-06-2024.

Eis o artigo.

Acaba de falecer. Foi um dos grandes pensadores cristãos do século XX. Teólogo protestante alemão, nascido de uma família religiosamente secularizada. Participou no fim da Guerra Mundial (1939-1945) e esteve dois anos prisioneiro na Inglaterra (1945-1947), onde entrou em contato com o cristianismo.

De volta à Alemanha, estudou teologia e doutorou-se na Universidade de Göttingen (1952), ordenando-se ministro da Igreja Reformada. Foi por alguns anos Pastor em Bremen-Wasserhorst. Depois, dedicou-se ao cultivo do pensamento cristão e foi professor em Wuppertal e na faculdade de teologia da Universidade de Bonn (1963), para finalmente passar a Tübingen (1967), onde lecionou até sua aposentadoria (1994). Escreverei outro dia sobre sua teologia, com alguma foto que tenho. Hoje recolho a página que lhe dediquei em meu dicionário. Foi e continua sendo para mim e para muitos uma porta de esperança.

Teologia da esperança, uma teologia completa. Moltmann é um dos mestres da teologia dogmática contemporânea; contribuiu para a renovação do pensamento protestante e exerceu grande influência sobre a teologia católica, especialmente na América Latina, por seu compromisso ao serviço de uma reflexão e de uma práxis aberta à esperança transcendente, mas comprometida com a mudança social e histórica dos homens, em linha com o evangelho.

Assim, ele quis superar a “subjetividade transcendental” de Bultmann (centrado no sujeito humano) e a “objetividade transcendental” de Barth (centrado no Deus que se revela), para desenvolver um tipo de teologia messiânica centrada na promessa de Deus (sempre futuro) e na criatividade dos homens, chamados a responder de um modo social (comunitário), para criar dessa maneira o Reino. Este é o ponto de partida básico da mais famosa de suas obras: Teologia da esperança (Salamanca 1968, original alemão).

Moltmann é o teólogo da esperança, entendida de forma receptiva e ativa, como expressão de uma Palavra de Deus (que é promessa de futuro) e como princípio impulsionador de uma palavra humana, que deve se expressar como protesto contra o que existe e como impulso de perdão e reconciliação futura.

Dessa maneira, vinculou o melhor protestantismo (teologia da graça) com o impulso da modernidade, que se expressou nos movimentos de libertação dos séculos XIX e XX. Nunca foi marxista no sentido dogmático da palavra, mas recebeu a influência de E. Bloch, com sua versão de um marxismo humanista, de raízes judaicas, aberto à transcendência da esperança. Por isso, ele não entende a verdade como adequação entre o pensamento e a realidade que agora existe (conforme a uma visão essencialista da realidade), mas como descoberta da profunda inadequação entre o que há e o que deve haver (o que devemos fazer). Nesse sentido, a verdade é a expressão de um desequilíbrio e de uma tarefa criadora, impulsionada pela promessa de Deus (o Deus Promessa), a quem devemos entender como “aquele que vem”, em linha messiânica.

Partindo dessa visão, Moltmann elaborou uma grande obra teológica, que pretende ser fiel a todos os traços e momentos do cristianismo e da realidade social, desde um mundo cuja violência ele experimentou de maneira intensa nos anos da Grande Guerra, que marcaram sua vida e o começo de sua teologia. Essa experiência definiu seu pensamento, aberto às raízes do mistério de Deus desde a ruptura e dor de um tempo presente, marcado pela inadequação entre o que há e o que deve haver. Assim, ele distinguiu e vinculou os dois traços principais do mistério cristão.

  1. A promessa de comunhão final com Deus, que será tudo em todos, fundando a reconciliação entre os homens
  2. A experiência da dor da história, vinculada à Cruz de Cristo, como lugar da revelação trinitária. Em um mundo marcado pela grande dor e pela luta de uns homens contra outros, só a Cruz pode ser ponto de partida e centro de nosso discurso sobre Deus. Nessa linha, assumindo alguns traços da tradição protestante, relidos desde Hegel (além de Marx), Moltmann destacou o caráter dramático da Trindade, que resulta inseparável da Cruz de Jesus e do sofrimento dos homens.

A Cruz como acontecimento trinitário. Moltmann vinculou a esperança humana, como princípio de transformação social, ao mistério da Cruz, entendida de forma trinitária, como expressão da dor suprema de Deus. Dessa maneira, ele teve a ousadia de penetrar no mistério de Deus, de uma forma que pode vincular-se à cabala judaica, mas que responde à experiência cristã da Trindade, manifestada na Cruz de Cristo.

Nós interpretamos assim a morte de Cristo não como um acontecimento entre Deus e o homem, mas principalmente como um acontecer intratrinitário entre Jesus e seu Pai, do qual procede o Espírito. Com essa postura, (1) já não é possível uma compreensão não teísta da história de Cristo: (2) é superada a antiga dicotomia entre a natureza comum de Deus e sua Trindade intrínseca, e (3) resulta supérflua a distinção entre Trindade imanente e econômica. Assim, torna-se necessário um discurso trinitário para chegar à plena compreensão da cruz de Cristo e se situa em sua verdadeira dimensão a doutrina tradicional sobre a Trindade. A Trindade já não é então uma especulação sobre os mistérios de um Deus “sobre nós”, ao qual é preferível adorar em silêncio a investigar vitalmente, mas constitui definitivamente a expressão mais concisa da história da paixão de Cristo. Esse discurso trinitário preserva a fé tanto do monoteísmo quanto do ateísmo, mantendo-a aderida ao Crucificado e mostrando a cruz como inserida no ser mesmo de Deus e o ser de Deus na cruz.

O princípio material da doutrina trinitária é a cruz. O princípio formal da teologia da cruz é a doutrina da Trindade. A unidade da história do Pai, do Filho e do Espírito pode então, em um segundo momento, ser denominada “Deus”. Com a palavra “Deus” quer-se expressar então este acontecer entre Jesus e o Pai e o Espírito, ou seja, esta história determinada. Ela é a história de Deus a partir da qual sobretudo se revela quem e o que é Deus. Aquele que quiser falar cristãmente de Deus deverá “contar” e pregar a história de Cristo como história de Deus, ou seja, como a história entre o Pai, o Filho e o Espírito, a partir da qual se estabelece quem é Deus, e isso não somente para o homem, mas também no seio de sua própria existência. Isso significa, por outra parte, que o ser de Deus é histórico e existe nesta história concreta. A história de Deus é assim a história da história do homem (cf. Concilium 76 [1972] 335-347).

Dessa maneira, vinculada à Cruz de Jesus, dentro de um caminho de dor e de esperança, desde o centro de uma humanidade caída que busca sua redenção, Deus vem a manifestar-se como história de amor salvador. Por isso, o teólogo cristão não especula em abstrato sobre Deus, mas descobre e conta o sentido de sua presença em Cristo, para inaugurar e impulsionar desse modo um caminho de reconciliação. Desde si mesma, sem necessidade de uma aplicação posterior, a teologia cristã é essencialmente prática.

Teoria política da cruz. Com base nisso, como continuação da Teologia da eperança, o livro talvez mais denso de Moltmann foi O Deus Crucificado (Salamanca 1977, original alemão), um texto chave para entender a teologia da segunda metade do século XX, em sua linha vertical (de experiência de Deus) e em sua linha horizontal (de compromisso de libertação humana). Assim, quero destacar, citando e comentando seu capítulo oitavo, que se intitula “caminhos para a libertação política do homem”, que contém umas páginas muito profundas sobre o sentido da experiência política do evangelho.

O cristianismo primitivo foi perseguido como ímpio e inimigo do estado tanto pelo poder estatal romano quanto pelos filósofos gentios. Por isso, maior foi o empenho que os apologistas cristãos colocaram em retirar força de tais acusações, propondo a religião cristã como o verdadeiro suporte do Estado. Chegou-se à elaboração de uma teologia política cristão-imperialista já antes de Constantino, e depois expressamente na teologia imperial de Eusébio de Cesareia. Com ela se devia assegurar a autoridade do césar cristão e a unidade espiritual do império. Constava de duas ideias fundamentais, uma hierárquica e outra histórico-filosófico-quiliástica.

A autoridade do césar foi assegurada mediante a ideia de unidade: um Deus, um logos, um nomos, um césar, uma igreja, um império. Seu império cristão foi celebrado quiliasticamente como o reino de paz prometido por Cristo. A pax Christi e a pax romana deviam estar unidas pela providentia Dei. Com isso, o cristianismo tornou-se a religião única do único estado romano. O destino do Crucificado e de seus seguidores foi ocultado... Mas, como E. Peterson e H. Berkhof mostraram, esse primeiro intento de uma teologia política cristã fracassou, dada a força da fé cristã, por razão de dois pontos teológicos e um prático.

  • O monoteísmo político-religioso foi superado com a elaboração da doutrina trinitária no conceito de Deus. O mistério da trindade só se cumpre em Deus, sem imagem alguma na criatura (sem que o imperador possa ser sua imagem). A doutrina trinitária descreve a unidade essencial de Deus Pai com o Filho humanado e crucificado no Espírito Santo. Por isso, esse conceito de Deus não pode ser utilizado como pano de fundo religioso de um césar divino (de um homem não crucificado).

  • A identificação da pax romana com a pax Christi fracassou por razão da escatologia. Só Cristo (nenhum césar do mundo) pode conceder essa paz de Deus, que é superior a toda razão. Disto se deduziu politicamente a luta a favor da liberdade e da independência da Igreja frente ao césar cristão... O cristianismo não começou como religião nacional ou de classe. Como religião dominante dos dominadores, o cristianismo teria que negar sua origem no Crucificado e perder sua identidade. O Deus crucificado é, de fato, um Deus sem estado nem classe. Mas não por isso é um Deus apolítico, e sim o Deus dos pobres, oprimidos e humilhados.

  • O senhorio de Cristo crucificado por política só pode se estender libertando os homens de formas de domínio que os tornam menores de idade e os tornam apáticos, tirando-os das religiões políticas que os escravizam. A culminação de seu reino de liberdade deve trazer, segundo Paulo, a destruição de todo senhorio, autoridade e poder... Os cristãos tentarão antecipar o futuro de Cristo, segundo as possibilidades existentes, mediante o desmonte do domínio e a construção da vivência política de cada um.

Dessa maneira, Moltmann interpretou sua teologia da esperança, situando-a no centro da experiência da cruz, não para negar a esperança, nem para impedir o desenvolvimento político e social, mas para fundamentar e expressar a esperança de um modo político, mas não em linha de poder (império), e sim de transformação humana, em gratuidade e comunhão ativa. Esses pontos de vista de Moltmann, expressos de modo exemplar no conjunto de seus livros, constituem uma das contribuições mais significativas do pensamento cristão do século XX. Moltmann tem sido e continua sendo protestante, mas sua teologia ultrapassa os limites confessionais, de maneira que pôde influenciar quase igualmente protestantes e católicos (e quase mais nos católicos). Uma parte considerável da teologia do último terço do século XX teria sido impensável sem sua influência e sua palavra, sem sua presença e testemunho crente.

Entre suas obras, traduzidas para o português, além das citadas:

Planejamento e esperança de futuro (Salamanca 1971); Trindade e Reino de Deus (Salamanca 1986); Deus na criação (Salamanca 1987); A igreja, força do Espírito (Salamanca 1989); O caminho de Jesus Cristo (Salamanca 1993); Cristo para nós hoje (Madri 1997); O Espírito da vida: uma pneumatologia integral (Salamanca 1998); O Espírito Santo e a teologia da vida (Salamanca 2000); A vinda de Deus: escatologia cristã (Salamanca 2004).

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