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“A queda de Roma e o declínio dos Estados Unidos se parecem muito”. Entrevista com Peter Heather e John Rapley

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24 Novembro 2023

Durante séculos, historiadores, economistas e filósofos perguntaram reiteradamente sobre a razão da queda do Império Romano. Buscavam compreender o motivo pelo qual até as maiores criações humanas desapareceram, bem como aprender as lições necessárias para evitar que isso acontecesse novamente. No entanto, voltou a acontecer. Caiu o Império Espanhol, caíram o Império Austro-Húngaro e o Otomano e caiu o Império Britânico.

Agora, no Ocidente, muitas pessoas estão preocupadas com a possibilidade de os Estados Unidos e a Europa perderem preponderância frente a outras regiões do mundo, como a Ásia. Será que a era em que os nossos valores e o sistema político e econômico dominavam o mundo está acabando?

Peter Heather é um historiador, especialista em história de Roma, e John Rapley um economista, especializado em globalização. Acabam de publicar um dos livros mais interessantes do ano, ¿Por qué caen los imperios? Roma, Estados Unidos y el futuro de Occidente (Desperta Ferro), um pequeno volume de 200 páginas em que desmentem os motivos habitualmente atribuídos à queda de Roma e afirmam que os Estados Unidos são um império em declínio que poderá desaparecer, caso não se adapte aos novos tempos.

Trata-se de um livro fascinante, que teve um notável impacto entre as elites intelectuais estadunidenses e que, como Rapley me disse durante a nossa conversa a três no Zoom, também está impactando as elites dos países emergentes que acreditam que o Ocidente está em decadência.

A entrevista é de Ramón González Férriz, publicada por El Confidencial, 21-11-2023. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Primeiramente, os Estados Unidos são um império?

Peter Heather: O bloco ocidental liderado pelos Estados Unidos é uma potência imperial, sim. Seu domínio do mundo é semelhante ao de qualquer potência imperial do passado, como o Império Britânico, embora, diferente deste, não é uma entidade única, mas, como digo, um bloco que inclui também a Europa. Ainda que, obviamente, os Estados Unidos são a entidade dominante dentro desse bloco e tudo gira em torno de seu poder econômico, diplomático, militar e político.

John Rapley: Uma característica dos impérios é que boa parte do mundo copia as suas noções políticas e econômicas. Um exemplo é o que aconteceu após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando muitas partes da África e da Ásia iniciaram rebeliões para se livrarem dos colonizadores ocidentais e recuperar as suas formas de governo e suas tradições econômicas. Contudo, em seguida, adotaram o modelo de Estado-nação, que é ocidental, copiaram o nosso modelo econômico e até abraçaram a cultura de Hollywood. A “marca” Ocidente era muito, muito poderosa.

Heather: No entanto, nós dois acreditamos que essa época de domínio indiscutível acabou. Quando caiu o Muro de Berlim, em 1989, todos nós pensamos que a América iria governar o planeta, mas não foi assim. Os padrões de produtividade econômica e de geração de riqueza no mundo mudaram drasticamente, deslocaram-se para outros lugares. E acreditamos que o poder se dirige para onde está o dinheiro. Isso está refazendo o padrão de domínio político, diplomático e imperial em todo o mundo.

E é daí que vem a analogia com o fim do Império Romano.

Rapley: Quando nos conhecemos, Peter estava prestes a publicar seu best-seller sobre a queda do Império Romano e eu tinha acabado de publicar um livro sobre os problemas da globalização contemporânea. Começamos a conversar e ficamos surpresos ao ver que nossos respectivos relatos sobre dois momentos tão diferentes se pareciam muito.

Pensávamos a mesma coisa: nas duas histórias, o central era o dinheiro, a economia. É o que disse Peter: o poder se dirige para onde está o dinheiro. E o dinheiro está mudando de lugar. Já existem países que são muito mais dinâmicos que os Estados Unidos e que, portanto, almejam ter o seu poder.

Edward Gibbon foi um historiador do século XVIII que escreveu o livro mais influente sobre o fim de Roma, ‘Declínio e queda do Império Romano’. Nele dizia, e vocês o citam muito, que, em parte, esse colapso ocorreu por razões econômicas, como muitos impostos e a existência de terras improdutivas e, em parte, por razões morais. Gibbon acreditava que a elite havia se tornado complacente e que, após se converter ao cristianismo, tinha perdido o desejo de fazer guerra, havia se deixado corroer pelos estrangeiros e a imigração. Embora o livro de Gibbon tenha 250 anos, muitos escritores continuam utilizando suas teorias para alertar sobre a queda dos Estados Unidos e da Europa. Dizem que nós também nos tornamos preguiçosos, que o Estado é muito grande, que não cultivamos os valores viris... Contudo, vocês argumentam, graças às novas descobertas arqueológicas relacionadas à economia, que a teoria de Gibbon não se sustenta.

Heather: A comparação com Roma é útil porque se tem a perspectiva de tempo. É claro que existem diferenças relevantes entre o Império Romano e o dos Estados Unidos. A primeira, para começar, tinha uma economia pré-industrial, fundamentalmente agrícola, e as suas comunicações eram muito lentas. Contudo, já se pode ver nele um padrão de como os impérios funcionam. Inicialmente, geram muita riqueza para o seu centro, para a cidade de Roma em seu tempo e, no nosso, para Washington.

No entanto, nesse processo, também criam riqueza nas províncias periféricas. No Império Romano, foi o caso da Síria e de algumas partes da África. No estadunidense, a Europa. E também geram um importante enriquecimento em regiões que, ainda que não façam parte do Império, estão economicamente sujeitas a ele, competem com ele e imitam muitas de suas características administrativas e tecnológicas. No passado, foi o caso da Pérsia e, recentemente, por exemplo, o da China.

Em longo prazo, isso tem consequências políticas. Quando se cria riqueza em um lugar, quem a obtém também quer poder político. E, com o tempo, esse poder político acaba desafiando o poder imperial graças ao qual se enriqueceu. É um ciclo de vida imperial que ocorreu em Roma e que agora está ocorrendo em Washington.

Vocês desmentem a ideia de que Roma caiu após uma longa decadência. De fato, dizem, no momento imediatamente prévio à sua queda, no século V, era muito rica. A mesma coisa, em certo sentido, acontece com os Estados Unidos: continua sendo muito rico, mas, agora, os seus rivais também passam a ficar ricos.

Rapley: As quedas dos impérios não precisam ser precedidas por um longo declínio econômico. No século V, pouco antes de sua queda, o Império Romano era muito rico, mais do que nunca, embora a cidade de Roma já não fosse. Em 1999, Bill Clinton anunciou que os Estados Unidos tinham pela frente um futuro próspero e brilhante, e estava certo: o país era mais rico do que nunca. Os impérios podem entrar em declínio e cair repentinamente.

O que acontece com a narrativa de Gibbon é que se trata de uma história moral: existe um herói e um vilão, os bárbaros, e o problema de Roma é que se deixou seduzir pelo vilão. Por isso, seu império entrou em decadência e caiu. Muitas pessoas consideram essa narrativa de Gibbon politicamente atraente, porque parece uma solução para os seus problemas: se deixa de ser decadente, pode restaurar o seu império.

É o que alguns dizem nos Estados Unidos, que é possível tornar a América grande novamente; e no Reino Unido, com o Brexit, que é possível fazer com que o país volte a ter certas características imperiais. Contudo, isso é impossível pela simples razão de que as estruturas econômicas mudaram.

Em parte, devido à ascensão de países como a China e a Índia que, segundo a sua teoria, agora que são relativamente ricos querem enfrentar o antigo império.

Heather: O poder da China não irá desaparecer, mas não será mais dominante que o dos Estados Unidos, nem ao da União Europeia.

Então, qual é essa periferia ameaçadora?

Heather: O mundo mudará muito na medida em que a África se torne mais próspera. O Ocidente tende a pensar que esta é um caso perdido, um fracasso pós-colonial. Contudo, está equivocado, nela estão sete das dez economias do mundo que crescem com maior rapidez. Se os países ocidentais querem conter a expansão chinesa, precisam parar de pensar em preservar a velha grandeza do Ocidente e abrir o que consideram o núcleo do império para incluir lugares como a África. Essa é a periferia importante neste momento.

Rapley: Além disso, é preciso esquecer a narrativa de Gibbon sobre a decadência que a imigração gera, da qual muitos conservadores atuais tanto gostam. Não entendem nada. Haverá cada vez menos migração proveniente da África. As pessoas nos países africanos mais dinâmicos vão desejar ficar em casa porque lá poderão prosperar mais do que indo para a Europa, onde precisam pagar aluguéis altos e impostos exorbitantes para sustentar uma população aposentada. Se não tivermos cuidado, lamentaremos, pois precisaremos desses migrantes.

Sua tese, então, é ambígua. Conforme dizem, Roma estava mais ou menos condenada a cair, independentemente de que suas elites fossem decadentes, porque ao enriquecer as suas províncias e os seus inimigos, gerou outro poder político. O poder imperial dos Estados Unidos, dizem, está em declínio, mas Washington não precisa cair se mudar a sua mentalidade e se abrir ao mundo. São, então, deterministas ou não?

Rapley: O Império estadunidense não tem razão para cair. Se aceita a sua decadência e que deve mudar, poderá ter um futuro brilhante. Contudo, se tentar lutar contra essa decadência com argumentos como os de Gibbon, com muros que impedem a entrada de estrangeiro, fechando-se em uma mentalidade nacionalista, então, sem dúvida, sua queda é uma possibilidade. De modo que, em certo sentido, nossa visão é determinista.

Heather: O indiscutível é que, após séculos de esplendor, os centros imperiais originais, como Roma e Washington, mergulham em um declínio relativo. Então, precisam negociar novos equilíbrios de poder. Por razões complexas e por vezes aleatórias, Roma não foi capaz de agir desse modo e caiu. Os Estados Unidos podem evitar o mesmo se forem capazes de se adaptar, de fomentar e favorecer o enriquecimento do resto do mundo, em vez de o considerarem uma ameaça. E, de imediato, precisam parar de pensar que podem voltar a ser grande da forma como foram no século XX.

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