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“Dizem-nos que a única coisa que podemos ter é um Estado entre o progressismo e o fascismo”. Entrevista com Manuel Rozental

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30 Mai 2023

Manuel Rozental é um pensador e ativista colombiano que há décadas conecta os processos de resistência e autonomia de diferentes povos do mundo, sobretudo da América Latina. Faz isto através do coletivo Pueblos en Camino, que se dedica a tornar visíveis e conectar lutas como a curda, a mapuche e a dos e das zapatistas. Vive com sua família no norte de Cauca, pertencente ao povo indígena nasa, com vem trabalhando a partir da comunicação comunitária e da mobilização política.

Esteve poucos dias na Catalunha, mas os aproveitou para conhecer o tecido cooperativista de Barcelona, as montanhas de Montseny e o movimento antirracista reunido em Can Masdeu. Também aproveitou para apresentar e conversar a respeito do livro que, recentemente, coordenou: Levantamientos populares: Lo que está pendiente, uma coletânea de reflexões sobre as mobilizações sociais vividas por países como Chile, Equador e Colômbia, nos últimos anos, sobre a institucionalização de algumas dessas lutas e sobre como enfrentar o pêndulo que coloca a América Latina entre o fascismo e o progressismo.

A entrevista é de Berta Camprubí, publicada por El Salto, 24-05-2023. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Em primeiro lugar, o que é a autonomia?

Somos tecelões e tecelãs de territórios, refiro-me a toda a espécie humana. Somos povos, comunidades e indivíduos de territórios. Os territórios nos fazem tanto quanto nós fazemos os territórios. O patriarcado, de 5.000 anos, o capitalismo, que é filho da fase atual do patriarcado, e os Estados-nação desfiaram os territórios e nos arrancaram, desenraizaram.

Autonomia são as raízes territoriais que dão sentido ao resto da vida. Se pertencemos aos territórios, devemos ter autonomia. Para que soe menos abstrato: em uma emergência humanitária no norte do Cauca, há mais de dez anos, em uma reunião de urgência à qual compareceram muitas pessoas, uma anciã se levantou e disse: “Se não tivéssemos a terra, não poderíamos pensar. Podemos nos reunir porque temos a terra, o outros precisam se vender porque não têm”.

Os territórios também são habitados por indivíduos. Nessa esfera individual, existe uma natureza do domínio sobre o outro? Como o individual se articula com o coletivo?

Ler Theodor Adorno me ajudou muito a entender o que é o indivíduo, o que não é simples. Ele diz que sob o consumismo do capital, a ideia de direitos é garantida por alguém de fora. Esse alguém de fora é patriarcal, autoritário e hierárquico, pois seus direitos são garantidos pela lei. E a lei é o Estado e o Estado protege a propriedade privada, a única coisa sagrada. Sob esse marco, o que a defesa dos direitos do indivíduo faz, na realidade, é defender o direito de consumir.

Em outras palavras, somos todos cortados com a mesma tesoura, com a qual cada um consome e almeja ter propriedade. Isto dá uma aparência de que somos diferentes pelo que temos ou poderíamos ter. Ao ter direitos, esse indivíduo perdeu a autonomia. A vida não tem sentido, torna-se uma competição para ter, acumular ou para se queixar por não ter e exigir ter. No entanto, o individual é indispensável no coletivo e comunitário.

De “Pueblos en Camino”, você acompanha a construção da autonomia de vários povos. Quer nos contar sobre um caso emblemático deste momento histórico?

Pueblos en Camino se dá o mandato de tecer resistência e autonomia entre processos e povos, justamente porque convergimos com muitos desses processos e tecidos. Por exemplo, com os mapuches: onde há um mapuche, a terra e a cultura estão sendo recuperadas.

Muitos povos afro, sobretudo mulheres afro, são renascentes. São arrancadas, retiradas de tudo, escravizadas e chamadas de descendentes de escravos e não são. São descendentes de pessoas escravizadas, o que não é a mesma coisa. Aonde chegam, renascem, em toda a América. Este é um exemplo de autonomia.

Os blackfoot, entre Alberta (Canadá) e Montana (Estados Unidos), têm uma forma muito característica de compreender o que lhes aconteceu historicamente. Dizem: “Esquecidos sim, mas não perdidos”. Eles ressurgem onde estiverem. O povo nasa, no Cauca - ou a Mãe das Florestas -, sem idealizar, nem essencializar, tem processos de educação e pedagogia muito fortes. Fortalecem-se quando esses processos de construção coletiva são desfeitos ou quando entram autoritarismos.

Considera que essa busca do domínio que vemos refletida na colonização é própria de algumas culturas mais do que de outras? Por que a cultura ocidental quis dominar o pensamento, as práticas, as culturas, tantos territórios do mundo?

Essa tendência a ser bandidos, de nos apropriar de tudo, é uma tendência que existe, que é humana. Gosto de como as curdas resgataram as tábuas sumérias de sua história, a revolução do neolítico em que houve uma transição por inveja, por uma ganância essencial que buscava fazer com que um território ordenado em torno das mulheres se tornasse insuportável para os caçadores e sacerdotes.

Sem conhecer essa história das curdas, uma estudante de arqueologia tinha a teoria de que todas as sociedades primitivas haviam demonstrado que as mulheres eram fracas e que tinham que se submeter aos homens e em uma pesquisa arqueológica, na Espanha, descobriu exatamente o mesmo que as curdas.

Quando olhamos para os incas, em Tawantinsuyo [hoje, Peru], havia germes de patriarcado, de autoritarismo. A pergunta é: “Como o dominante, o autoritário, torna-se normal, a partir do que chamamos de Europa?”. Realmente, são bandos que se organizam para se apropriar de tudo via guerra: o Ocidente é uma guerra permanente.

A inquisição é um exemplo perfeito, e é uma guerra que nos penetra e chega até hoje. Essa é a essência, o coração desse Ocidente que invadiu o planeta. Não doeria nos olharmos em um espelho para ver o risco de que ser o invasor branco está aqui (dentro de cada um), não é racial. Foi racializado para exterminar alguns setores que chamamos de negros, mulheres, indígenas...

Para terminar, e voltando ao livro que você apresentou recentemente, o que levou à eclosão dos movimentos populares no Equador, Chile e Colômbia? O que esses processos sociais conseguiram?

O padrão é o mesmo: um pretexto como o custo do transporte público, o preço da gasolina, a reforma tributária, que manifestam uma realidade de fundo, um profundo cansaço de toda essa ordem. Então, a direita pergunta: o que deseja? E o que essa pergunta faz é transformá-lo em algo razoável.

As eclosões estão resumidas no que foi escrito em um cartaz por uma mulher em Pereira [Colômbia], no dia em que mataram o ativista Lucas Villa: “Tenho medo de que quando isso acabe, voltemos à normalidade”. Todos esses levantes foram festas, celebrações, encontros, abraços, voltar a viver, voltar para casa. O que está esquecido, mas não perdido, eclodiu e está eclodindo em todas as partes.

A vantagem disso foi que nós nos reconhecemos e soubemos que podemos viver de outra forma. O problema foi que começamos a nos perguntar pelo fato concreto: como faremos? Então, a esfera político-eleitoral resolveu o problema.

No Chile, quando Gabriel Boric propôs uma constituinte, foi chamado de traidor. Dois anos depois, era ele ou um nazista [nas eleições presidenciais]. Tinha que vencer e foi um alívio que tenha vencido.

Na Colômbia, Gustavo Petro pediu que as pessoas voltassem para suas casas, pois três dias após o primeiro dia da Paralisação Nacional, tinham retirado a reforma tributária. Ele não entendeu nada. Ninguém retornou para casa. Depois, concretamente, venceu, voltou-se à normalidade e agora os dois são presidentes de seus países.

Fica pendente o fato de termos voltado ao Estado, à normalidade. Canalizaram-nos todo o caminho de luta para isso. Nesse momento, quem disser que estamos bem na América Latina, ou que os povos indígenas estão bem, penso que está errado. É um momento de pouca força. Estão nos dizendo que a única coisa que podemos ter é um Estado entre o progressismo e o fascismo. Os levantes foram contra isso, não cabemos aí.

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