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Irmão Vicente Cañas, SJ: um sinal de resistência e Ressurreição. Artigo de Gabriel Vilardi

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06 Abril 2024

"Celebrar o Tríduo Pascal implica afirmar que a Vida triunfa sobre a morte e os pecados sociais que escravizam e exploram os Povos Indígenas e a Casa Comum. Fazer memória do testemunho profético do Irmão Vicente Cañas, SJ, e de tantos outros mártires indígenas anônimos consiste em comungar com uma fé contemplativa na ação e na libertação. A Paixão de Jesus é a paixão dos Povos Originários que tanto ainda têm seus territórios invadidos por garimpeiros, madeireiros e defensores do agronegócio fascista", escreve Gabriel Vilardi, jesuíta; bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e bacharel em Filosofia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE - Belo Horizonte). Membro da Pastoral Indigenista da Diocese de Roraima, onde vive com os povos Wapichana e Macuxi, na Região Serra da Lua.

O artigo foi publicado no Instituto Humanitas Unisinos - IHU, 06-04-2023, dia da morte de Vicente Cañas.

Eis o artigo.

Uma vida que grita no silêncio de uma presença amiga. O anonimato da inserção junto ao Povo Enawenenawe. Vida inculturada, gasta, dialogada. Vida em tensão, ameaçada, assassinada. Coração missionário entregue na generosidade de uma causa. Jesuíta inquieto e apaixonado pelo Senhor da Vida que Se revela na diversidade das culturas e dos povos. Irmão Vicente Cañas Costa, SJ, soube permanecer sempre outro, permitindo que o diferente não fosse assimilado ou exterminado.

Nascido em 21 de outubro de 1939, numa numerosa família de Alborea (Albacete), na Espanha, já se completa quase 60 anos (22/04/1963) desde quando o futuro missionário indigenista pronunciou seus votos ao final do noviciado na Companhia de Jesus. Desejoso de singrar águas mais profundas, em meio aos instigantes tempos do Concílio Vaticano II e do início do generalato do Padre Pedro Arrupe, SJ, o jesuíta é enviado ao Brasil, em janeiro de 1966.

Em 1969, após um período de adaptação na cidade de Baturité, no Ceará, finalmente vai trabalhar na Missão Anchieta, na Prelazia de Diamantino, em Mato Grosso. Lá encontra inúmeros jesuítas indigenistas que vão romper com o modelo tradicional de trabalho com os Povos Indígenas e fundar o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), alguns anos depois (1972). Entre eles estavam homens valorosos e comprometidos como Antônio Iasi Júnior, Adalberto Holanda Pereira, Thomaz Lisboa e Egydio Schwade.

Nesses inícios, foi introduzido em mundos completamente outros de tudo aquilo que já havia tocado. Esteve nas comunidades indígenas Paresí, com os jovens da Operação Anchieta (OPAN) e envolvido no estabelecimento de contatos amigáveis com os Tapayuna, popularmente conhecidos como beiços-de-pau. Após uma catastrófica gripe levada por um dos funcionários da FUNAI, os missionários foram chamados às pressas para cuidar dos doentes.

Juntamente com o Ir. Fernandes, SJ, e o então padre Thomaz Lisboa, SJ, o jesuíta espanhol permaneceu com eles de dezembro de 1969 a abril de 1970. Dos mil indígenas, restaram apenas 41 sobreviventes. Essa experiência traumática deixará marcas profundas no modo de proceder do Irmão Cañas, SJ. Posteriormente, com os Enawenenawe irá construir um barraco longe da comunidade para poder cumprir um tempo de quarentena toda vez que tivesse contato com os não indígenas da cidade.

A fronteira do agronegócio avançava impiedosamente sobre os territórios indígenas. Os povos originários que habitavam a região eram encurralados por todos os lados. Suas meras existências eram entraves ao dito desenvolvimento nacional da civilização capitalista. O estabelecimento de contatos pacíficos com essas populações eram os únicos meios então vislumbrados para impedir o seu extermínio. Dentro dessa estratégia, em 13 de junho de 1971, os últimos 23 membros do Povo Mỹky foram contatados por Thomaz Lisboa e seu companheiro de missão Vicente Cañas. Receberam os nomes de Yaúka e Kiwxi, respectivamente, travando uma profunda relação de amizade com este povo.

Poucos anos mais tarde, em 28 de julho de 1974, a mesma dupla de missionários, acompanhada por indígenas Paresí, Rikbaktsa e Nambikwara, contata o Povo Enawenenawe. Suas terras eram mortalmente cobiçadas pelos fazendeiros, o que levou Kiwxi a ir viver com eles em 1977. Em uma inserção radical, fez-se Enawenenawe com os Enawenenawe. Nos cerca de dez anos em que partilhou sua vida com esse povo de intensa espiritualidade, foi reconhecido como um importante xamã, porque tinha apreciadas habilidades para a pesca e os cuidados médicos.

Amigo fiel, assim permaneceu até o fim, não abandonando seu povo quando as ameaças aumentaram. Na luta pela demarcação do território os poderosos locais foram contrariados. O martírio não tardou (6/04/1987) diante dos interesses ambiciosos desses inimigos dos Povos Indígenas. O último contato por rádio aconteceu dia 5 de abril daquele ano, tendo sido o seu corpo encontrado quarenta dias depois, no mesmo barraco onde vivia. Nos passos de seu mestre Jesus, o irmão jesuíta não titubeou, nem abandonou sua missão. Nesse sentido destaca o significado de sua vida o Superior-Geral da Companhia de Jesus:

“As pessoas como Vicente Cañas (...) chegam a ter a capacidade de ver toda a sua vida a partir dessa sensibilidade, e sofrem como próprias as agressões culturais e ambientais aos indígenas. A entrega da sua vida não é somente o momento do martírio, iniciaram essa entrega já antes. Seu martírio é, no sentido literal da palavra, o seu testemunho vital”.

Seu martírio trouxe repercussão para a luta indígena, auxiliando na demarcação do território em 1995. Entretanto, não foi suficiente para se fazer justiça em relação aos seus assassinos. Somente 30 anos após seu homicídio, entre muitas omissões e falta de vontade das autoridades responsáveis, houve a condenação do então delegado de Juína, Ronaldo Osmar, como mandante do crime. Condenado a 14 anos e 3 meses de prisão, a defesa recorreu e teve seu recurso negado, em março de 2023.

Infelizmente, esse caso não é exceção no rol dos crimes contra os defensores dos direitos humanos. Como recorda Padre Arturo Sosa, SJ, os primeiros mártires trucidados de modo cruel pelas elites agrárias são os próprios indígenas. Uma lógica que permanece terrivelmente atual:

“Não se deve esquecer, além disso, a grande quantidade de mártires indígenas. Os jesuítas implicados nesse campo não são solitários, são na verdade pessoas que se introduzem no profundo sentido de comunidade que os indígenas possuem. Na maior parte das etnias vive-se de forma radical a ideia de ser comunidade. Infelizmente não se mencionam todas as pessoas leigas que deram a vida na defesa desses povos. Os primeiros são os próprios indígenas, que são heróis anônimos que em muito poucas ocasiões se reconhecem e aos quais alguns governos tratam simplesmente de remover”.

Celebrar o Tríduo Pascal implica afirmar que a Vida triunfa sobre a morte e os pecados sociais que escravizam e exploram os Povos Indígenas e a Casa Comum. Fazer memória do testemunho profético do Irmão Vicente Cañas, SJ, e de tantos outros mártires indígenas anônimos consiste em comungar com uma fé contemplativa na ação e na libertação. A Paixão de Jesus é a paixão dos Povos Originários que tanto ainda têm seus territórios invadidos por garimpeiros, madeireiros e defensores do agronegócio fascista.

Acolher a Ressurreição do Justo é se comprometer com a luta e a vida de tantos irmãos indígenas que insistem em assumir a sua dignidade de filhos e filhas do Senhor da História. Perceber as réstias da teimosa resistência que os últimos da terra oferecem significa assumir os sinais da própria Ressurreição. Que não se permaneça na Sexta-Feira da Paixão, mas se possa ter abertura ao dom do Ressuscitado que a todos liberta para uma nova vida!

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