02 Setembro 2021
Diminuição da fiscalização e aumento do desmatamento foram cruciais para o crescimento dos incêndios, afirma novo estudo.
A reportagem é de Samuel Fernandes, publicada por Folha de S. Paulo, 02-09-2021.
Os impactos de queimadas na Amazônia entre 2001 e 2019 abrangeram grande parte do território da floresta, atingindo aproximadamente 90% das espécies de animais e plantas que ocupam esses locais, afirma um novo estudo publicado na revista científica Nature.
A pesquisa também indica que a diminuição da fiscalização e o aumento do desmatamento são as razões principais dos novos casos de queimadas na maior floresta tropical do planeta.
O trabalho foi feito por pesquisadores de várias universidades americanas e brasileiras. Para realizá-lo, foi necessário compilar dados sobre as espécies de seres vivos da Amazônia e as características dos territórios que elas ocupam. Ao todo, foram mapeadas 14.593 espécies.
O estudo também indica que espécies raras são as mais prejudicadas pelas queimadas. “Boa parte das espécies impactadas perderam mais da metade de suas áreas de ocorrência. Ou seja, se você é uma espécie rara, a chance de ter perdido todos os seus indivíduos e entrado em extinção local é muito alta”, afirma Danilo Neves, professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A floresta amazônica não é um bioma com espécies que tenham adaptação ao fogo, como é o caso do cerrado ou do Pantanal, ressalta Mathias Pires, professor do Instituto de Biologia da Unicamp (Universidade de Campinas). “Quando o fogo passa, boa parte da vegetação morre. Isso, aliado ao desmatamento, vai comendo a Amazônia pelas bordas”.
A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.
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Queimadas na Amazônia impactam 90% das espécies de animais e plantas da floresta - Instituto Humanitas Unisinos - IHU