Itinerário de Paulo Freire: 100 anos de ensino sobre amorosidade e paciência pedagógica

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27 Agosto 2021

 

“Temos que atravessar a intolerância e a mentira. É preciso ser mais e melhor. Ser mais humano e saber conviver e viver nossa humanidade dentro do planeta terra, apenas para lembrar que fazemos parte de um todo, de um meio ambiente que nos acolhe ou nos repele. É preciso problematizar o mundo e a humanidade. O que queremos ser e o que não queremos ser????? Esse é o convite que Freire continua nos fazendo!”, avalia Suzete Terezinha Orzechowski, professora no Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO, Paraná.

Orzechowski também é líder do Grupo Educação, Trabalho e Formação de ProfessoresGETFOP, coordenadora do Laboratório de Pedagogia Social da Unicentro - LAPSU, membro do Grupo Gestor da Rede Nacional de Pesquisadores em Pedagogia - RePPed, membro do Fórum Paranaense dos Cursos de PedagogiaFORPED e participante do Movimento Nacional de Pedagogia.

O texto abaixo foi escrito a propósito do encontro de abertura da iniciativa Abrindo o livroPaulo Freire: 100 anos, que teve como título O Itinerário do Pensamento de Paulo Freire, no dia 21 de agosto de 2021.

 

Eis o artigo.

 

“Gosto de ser Gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade”. (Freire, 1996)

Paulo Freire um homem cristão que foi a Marx e que continuou camarada de Cristo nos ensina a SER mais humano; Ser sempre jovem, como aponta em uma palestra na Universidade de São Carlos; Ser mais digno e ético, respeitando o outro; Ser crítico e alegremente conviver exercitando a tolerância. O texto será dividido em duas partes, a existência desse sujeito cidadão do mundo e depois alguns apontamentos que se entrecruzam entre suas obras e ideias.

Suzete Terezinha Orzechowski, da UNICENTRO, na atividade "O Itinerário do Pensamento de Paulo Freire"

 

Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997), educador brasileiro, construiu uma concepção de educação com a qual inovou o ensino da alfabetização para adultos. Seu processo foi levado para diversos países e reconhecido internacionalmente pelas 40 horas em angicos, no ano de 1963. O trabalho pedagógico foi realizado por voluntários que passaram 40 horas interagindo a partir de uma abordagem da realidade, do contexto, da cultura dos 300 sujeitos adultos e jovens que foram alfabetizados. Essa foi uma das melhores façanhas de Paulo Freire e a partir deste sucesso com seus iguais, foi sendo reconhecido com mais de 25 títulos de “doutor honoris causa”, concedidos por universidades brasileiras, europeias e americanas). E, recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de educação para a paz em 1986.

Esse homem brasileiro por essência e excelência, natural de Recife-Pernambuco, filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da polícia militar, espírita e de Edeltrudes Neves Freire dona de casa, católica, que bordava e tocava piano. Teve uma irmã, Stela, e dois irmãos, Armando e Temístocles. Aos irmãos registrou agradecimentos emocionados em entrevista, pois apoiaram Paulo na continuidade dos estudos. Esse pernambucano, virou cidadão do mundo atuou como professor em Harvard, foi consultor educacional em Genebra na Suíça, também em colônias portuguesas na África.

O passeio pelo mundo se deu logo depois de ser preso por 70 dias, por conta do golpe militar. Exilado viveu na Bolívia e no Chile, sempre se dedicou à educação e aos registros do seu pensamento. O momento de cerceamento da liberdade dos sujeitos está descrito no seu primeiro livro Educação para a liberdade, ideias retomadas mais tarde na Pedagogia do Oprimido e na sua última obra Pedagogia da Autonomia quando defende que ensinar exige liberdade de aprender e vice-versa.

Para Freire a liberdade não existe sem compreender a ideia de limites. A libertação é o caminho para a disciplina e a autoridade é uma invenção da liberdade. Pois a partir das liberdades individuais descobertas em seus desencontros foi necessário trazer algo que fosse o seu contrário como a autoridade. Veja bem, que Freire distingue autoridade de autoritarismo e defende que a autoridade se faz imprescindível para que TODOS e TODAS se façam livres, numa relação entre iguais.

Somente quando existir um desiquilíbrio entre as duas: liberdade e autoridade, tensionando a autoridade sobre a liberdade aí nasce a robustez do autoritarismo. E foi o que sucedeu quando da sua prisão e seu exílio a autoridade tornou-se autoritarismo. Assim a liberdade não pode estar submetida à autoridade, nem tampouco a autoridade à liberdade. No primeiro torna-se autoritarismo e no segundo licenciosidade. A estas questões Freire dá muita atenção para aquele que ensinando também aprende e aprendendo também ensina. Na obra Pedagogia da Autonomia, descreve a importância dessa relação entre liberdade e autoridade para o educador.

Retomando o itinerário de Freire, indo e vindo nesta caminhada repleta de marcas e marchas, mas também muito entusiasmo e amorosidade, em 1980, com a anistia, Paulo Freire retornou ao Brasil, estabelecendo-se em São Paulo. Foi professor da UNICAMP, da PUC e atuou como secretário de educação da prefeitura de São Paulo na gestão de Luísa Erundina. Imagino a boniteza em aluna, colega ou amiga de um sujeito desses.

Freire morou na cidade do Recife até 1931. Depois desse período foi viver no município vizinho de Jaboatão dos Guararapes, onde permaneceu durante dez anos. Iniciou o curso ginasial no colégio 14 de julho, no centro do Recife. Com 13 anos perdeu o seu pai e coube a sua mãe a responsabilidade de sustentar os filhos. Sem condições de continuar pagando a escola, sua mãe pediu ajuda ao diretor do Colégio Oswaldo Cruz, que lhe concedeu matrícula gratuita e transformou Paulo em auxiliar de disciplina, posteriormente em professor de língua portuguesa.

Em 1943, Paulo Freire ingressou na faculdade de direito do Recife. Depois de formado, continuou atuando como professor de português no colégio Oswaldo Cruz e de filosofia da educação na escola de belas artes da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1944, Paulo casou-se com Elza Maria Costa de Oliveira, professora primária, com quem teve cinco filhos: Lutgardes, hoje sociólogo, Maria Madalena é professora de economia, Maria de Fátima (Fátima Freire) é pedagoga, filósofa e psicanalista, Joaquim é musico, violinista, e de Maria Cristina não conseguimos encontrar nenhum registro a tempo para este texto.

Após a morte de sua primeira esposa, Paulo casou-se com Ana Maria Araújo Freire, conhecida como Nita Freire, uma ex-aluna do Colégio Oswaldo Cruz, que veio a ser sua orientada no curso de pós-graduação. Em 1947, foi nomeado diretor do setor de educação e cultura do serviço social da indústria. Em 1955, junto com outros educadores fundou, no Recife, o Instituto Capibaribe [2], uma escola inovadora que atraiu muitos intelectuais da época e que continua em atividade até os dias de hoje. E o Instituto Paulo Freire [3] está com suas atividades sempre em construção e divulgando as ideias e obras desse grande sujeito – educador, que como professor de língua portuguesa e de filosofia, tornou-se um dos educadores mais conhecidos no mundo. Paulo Freire faleceu em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997, vítima de insuficiência cardíaca.

Sobre as suas Obras e pensamento inspiradores

O livro lançado por Paulo Freire em 1968, Pedagogia do Oprimido, é das mais importantes obras de educação no mundo e foi construído a partir da sua experiência como educador vivida durante os anos de exilio passados no Chile, mas o seu primeiro livro foi Educação como prática da liberdade, em 1967, e a sua última publicação foi Pedagogia da Autonomia, em 1997. Este último livro escrito para dar aos educadores algumas chaves para uma Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa, que resume as questões que o motivaram ao longo da vida e discute aspectos significativos da educação como, por exemplo, o fato de que ensinar não é apenas transferir conhecimentos, trata-se de uma coletânea que em três capítulos fundamentam práticas pedagógicas do como ensinar.

Na bibliografia de Freire os destaques neste texto são: Educação como prática da liberdade (1967), Pedagogia do Oprimido (1968), Por uma pedagogia da pergunta (1985), Pedagogia da esperança (1992) e Pedagogia da autonomia (1997).

Entre vários colegas estudiosos de Freire, nacionais e internacionais, existe uma tríade a ser respeitada que embasa e integra e transita por toda obra freireana: Pedagogia do Oprimido / Pedagogia da Esperança / Pedagogia da Autonomia. As ideias de Freire, tem uma boniteza espetacular entre metáforas e neologismos como quando escreve no livro a importância do ato de ler (coletânea de três artigos) que as palavras do povo são grávidas de mundo. Ou seja, as palavras que representam o mundo não são vazias, estão grávidas de mundo porque são significativas para o sujeito naquele contexto.

 

Suzete Terezinha Orzechowski, da UNICENTRO, e Nélia Nascimento, do CEAS, na atividade "O Itinerário do Pensamento de Paulo Freire"

 

As palavras do povo estão carregadas de valores, cultura, problemas, desafios, experiências, espiritualidade, energia (...). Assim alinhadas ao contexto real com sua dinâmica política, ideológica e existencial, trazem saberes advindos das experiências, vivências, práticas e não podem ser menosprezadas, fazem parte de cada sujeito.

Portanto, a leitura de mundo para Freire é afetuosamente um embrenhar-se na palavra do outro, para interpretar o mundo juntos. É ouvir com respeito e amorosidade a palavra que é significativa para cada sujeito. Quando se separa o mundo da palavra ou vice-versa, estamos diante de uma educação bancária. Neste contexto, é importante perceber o quanto como educadores, assistentes sociais e todos os demais profissionais que trabalhem com o SER e o vir a ser, sendo, devem compreender, acolher e respeitar o que é o outro, o ser mais do outro.

É verdade que esse processo envolve sim os conflitos, as dificuldades e a alienação em que o outro foi submetido e, para retirá-lo dessas amarras, dessas armadilhas é inegável a paciência pedagógica. Uma paciência e uma perseverança de quem deseja a emancipação consciente do outro, o qual muitas vezes acumula anos de submissão, de massificação e de conformismo. Portanto, o pensamento de Freire passa pela comunhão do pensamento e do mundo representado pelas palavras daquele que fala e daquele que ouve.

Neste contexto das ideias freireanas nenhum de nós é passivo, ou deve ser. Nossas palavras que promovem a leitura de mundo estão cheias desse mundo, com o óbvio do mundo. Freire trabalha com aquilo que está presente no mundo, na realidade vivida por cada sujeito e que muitas vezes depende da análise, da crítica que nos leva a autoavaliação contínua de nossa prática no mundo. Assim nos tornamos investigadores conscientes, autônomos buscadores das transformações necessárias do mundo e para o mundo, em nós mesmos e também junto aos outros com os quais comungamos. Aqui se estabelece o que podemos chamar de intervenções sociais dentro de uma pedagogia que é social. Daí a necessidade de compreender o negro e suas lutas, a criança e seus direitos, o adolescente e seus dilemas, o adulto e suas idiossincrasias, o índio e suas resistências, o camponês e suas necessidades, etc. O povo precisa ser compreendido e não massacrado.

Tais intervenções socioeducativas na ideia freireana são fundamentadas no respeito, na amorosidade e na problematização do mundo. O mundo dado é um mundo dando-se! Assim é importante decodificar o mundo e o sujeito que está no mundo a partir da escuta, observação, afeto, respeito, amor, compreensão e demais valores e ações que imprimem a justiça, a equidade e a cidadania em todo o tecido social. É preciso que haja em nós todos uma vontade de ler a palavra e interpretar o mundo. É importante perceber e compreender que muitas vezes a leitura do mundo e da palavra são enviesadas. Sim, enviesadas, desconexas, alienadas...

Muitos de nós já tivemos a experiência de não perceber o que era verdade e quantas vezes ludibriado pela ideologia que se manifesta como a neblina em um amanhecer, percorreu um caminho inseguro e ardil. Freire descreve esse engano na pedagogia do oprimido. Escreveu ele que a ideologia é como o amanhecer nebuloso. Talvez existam figuras, árvores ali escondidas, mas ainda não se pode decifrar totalmente o que a névoa esconde, até que amanheça. É preciso problematizar pois quando a palavra se separa do sentido passa a ser palavrório de dominação, mi-mi-mi ou como escreveu ele um blá-blá-blá.

A palavra sem sentido gera massificação, alienação, conformismo outras vezes medo e acomodação. Pior que quando se fala bonito, mas, pouco se sabe daquilo que fala ocorre o palavrório que pouco significa a quem diz e, na maioria das vezes, é uma palavra do outro que não é igual a mim. Assim, o encantamento se dá, como no canto da sereia e quando acorda já está afogado. Outras vezes a partir do convencimento torna-se igual àquele que oprime e continua oprimindo os outros.

Portanto, no itinerário de Freire aparece sempre essa luta entre o teórico e o prático, ambos como lados da mesma moeda, mas que não estão apartados pelo metal e, sim, se tornam uma amálgama onde acontece o tempo todo a dinâmica de vir a ser sendo e em diálogo constante, um moto continuo. Decorre, assim, uma construção fenomenológica da dialogicidade que Freire traz para o campo da compreensão e do acolhimento ao outro onde aprendemos e somos aprendizes, onde quem ensina também aprende, onde quem acolhe também é acolhido, quem ama também é amado, quem respeita também é respeitado, quem compreende também é compreendido.

A intervenção como educadores se faz então fundamentada também em um processo de ver no outro o melhor que ele tenha e a transformação que se possa realizar dentro do contexto onde se insere cada sujeito e/ou comunidade. O verbo esperançar se junta ao verbo transformar que muda a realidade quando for importante que essa mudança aconteça. Porque quando existe o sofrimento é preciso que o sujeito se livre daquilo e possa continuar sem qualquer mal-estar. Se ainda for impossível a mudança de uma determinada situação que pelo menos nossas intervenções possam dar condições para que cada um se autoavalie e evidencie ações a partir de si com seus pares para melhorar a existência no mundo e que não venham a sofrer mais à frente. Essa é uma dimensão política do esperançar.

Então, a pedagogia da esperança marca um processo de crítica à ideologia neoliberal, contrapondo-se ao treinamento técnico, a adaptação, a manipulação e massificação. O que Paulo Freire sempre desejou é a conscientização dos sujeitos, que segundo o Dr. Juliano Peroza [4] estão em três fases:

1) Consciência intransitiva, quando existe a alienação completa do oprimido aderindo ao opressor;

2) Consciência transitiva, quando o homem e a mulher se percebem no mundo, situados no mundo, identificando a mundalidade, sintonizados numa mesma época;

3) Consciência crítica ou transitivo crítica, aquela em permanente processo de reconhecimento de si e de transformação do mundo.

 

Ana Paula Abranoski, do CEPAT, Suzete Terezinha Orzechowski, da UNICENTRO, e Igor Sulaiman Said Felicio Borck, do CEPAT, na atividade "O Itinerário do Pensamento de Paulo Freire"

 

Aqui se chama a atenção para as considerações de Freire que muito transparentes e cheias de esperanças revelam-se em uma efervescência utópica que precisa ser repartida e compartilhada atualmente com as marchas pela vida, pela existência, pela garantia de direitos, junto às análises sobre a indignação que mostram no dia a dia o enviesamento do mundo. As palavras ainda não encontram sentido e a intolerância se instala junto com o autoritarismo. Não é possível o diálogo?!

Importa criar a consciência intransitiva intransigente, como bem destaca Dr. Peroza. Urge esperançar contra as cegueiras do diálogo, da palavra sem sentido e do mundo sem significado. É imperioso atravessar os muros nebulosos que as vezes são cinzas de um vulcão, obscurecendo a realidade e trazendo certezas enganosas diante das crises do mundo atual. Vale a pena arriscar? Duvidar? Perguntar? Esclarecer? Iluminar? Analisar?

Nos momentos de crise, a indignação e a denúncia daquilo que vai contra a humanização é uma necessidade, daí a proposta do inédito viável. Dentro das possibilidades, continuar caminhando é imprescindível. As evidências da pandemia trouxeram afirmações óbvias como: ciência é ciência. A todos cabe continuar afirmando o óbvio: estudos na obra de Paulo Freire confirmam a humanização e a educação libertadora esperançosa, com autonomia.

Temos que atravessar a intolerância e a mentira. É preciso ser mais e melhor. Ser mais humano e saber conviver e viver nossa humanidade dentro do planeta terra, apenas para lembrar que fazemos parte de um todo, de um meio ambiente que nos acolhe ou nos repele. É preciso problematizar o mundo e a humanidade. O que queremos ser e o que não queremos ser????? Esse é o convite que Freire continua nos fazendo!

 

 

Notas

[1] Disponível youtube https://www.youtube.com/watch?v=ENks3CJeJ5E 

[2] Disponível em http://www.institutocapibaribe.com.br/

[3] Disponível em https://www.paulofreire.org

[4] Disponível youtube https://www.youtube.com/watch?v=ENks3CJeJ5E

Referências bibliográficas

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade (1997)

_______Pedagogia do Oprimido (1982)

_______Por uma pedagogia da pergunta (1985)

_______Pedagogia da esperança (1992)

_______Pedagogia da autonomia (2000)

_______ A importância do ato de ler (2002)

PEROZA, Juliano. Pedagogia do Inédito Viável (2019)

 

Eis a íntegra da exposição e do debate.

 

 

 

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