O Papa lê e caminha. Agora espera rezar o Angelus em São Pedro

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08 Julho 2021

 

Terceiro dia de internação no hospital Gemelli, segunda noite passada com serenidade e sem complicações de qualquer espécie, e um boletim oficial tão lacônico a ponto de significar, além do desejo de privacidade expresso desde o início pelo paciente, que tudo vai bem: Papa Francisco "descansou bem durante a noite” entre segunda e terça-feira e ontem de manhã “tomou o café da manhã, leu alguns jornais e levantou-se para caminhar”, disse o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni. Em suma, “o pós-operatório é regular” e também “os exames de controle estão bem”.

A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada por Corriere della Sera, 07-07-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

Ao ler nas entrelinhas, explicam no hospital, significa que as coisas estão indo bem. Os primeiros dias de pós-operatório são os mais delicados, assim como foi delicada a intervenção que o pontífice sofreu na noite de domingo: a "estenose diverticular", ou seja, a obstrução causada pelos divertículos, tornou necessária a uma "hemicolectomia esquerda", isto é, a remoção cirúrgica de uma seção do cólon. Não foi algo tão leve, especialmente para um paciente de 84 anos, ligeiramente acima do peso, que ficou sob anestesia geral por três horas. A operação iniciada com uma técnica não invasiva teve que continuar com a laparotomia clássica, que é a incisão cirúrgica do abdome. É preciso dizer que o Papa tem uma constituição tão forte quanto o seu caráter: já na segunda-feira de manhã ele estava brincando com médicos e enfermeiros e conseguiu passar uma hora sentado na poltrona, o que é bastante positivo.

Ontem de manhã ele deu os primeiros passos em seu quarto, o mesmo "apartamento papal" fortemente vigiado, no décimo andar da policlínica que já hospedou João Paulo II por onze vezes. O "café da manhã" foi bem leve, é claro. Nos primeiros dias, é preciso seguir uma dieta líquida, por exemplo, uma sopa no almoço. Trata-se de verificar o que, em termos médicos, se chama "canalização", ou seja, a retomada das atividades intestinais normais e, portanto, a firmeza da sutura: o que exigirá uma observação estreita, pelo menos até amanhã.

A estimativa do tempo de internação continua a ser até segunda-feira: “Cerca de 7 dias, exceto complicações”. A intervenção foi programada em fevereiro e o mês de julho foi escolhido de propósito, quando Francisco permanece em "férias" no Vaticano e suspende audiências e compromissos, exceto o Angelus. Resta determinar onde e como ele fará a oração dominical. Em teoria, ele ainda deveria estar no Gemelli e se dirigiria aos fiéis da janela, como Wojtyla, ou talvez em streaming de vídeo, como nos meses de confinamento por causa da pandemia. Mas Bergoglio adora a "normalidade" e ninguém no Vaticano pode descartar que ele queira ser acompanhado ao Palácio Apostólico e falar como de costume de seu escritório.

Por enquanto, porém, “o Papa deve descansar”, nenhuma visita está prevista. Nesse ínterim, continuam chegando as mensagens de pronto restabelecimento de todo o mundo, do presidente de Israel Reuven Rivlin ("Nossas orações e as do povo israelense estão com o senhor") ao presidente turco Erdogan: "Aproveito esta oportunidade para renovar os meus mais sinceros votos de saúde e bem-estar a Sua Santidade e ao mundo católico”.

A atividade do Papa não para, nem mesmo aquela diplomática. Francisco espera se recuperar a tempo para a viagem à Hungria e à Eslováquia, de 12 a 15 de setembro, que, não por acaso, quis anunciar no final do último Angelus, algumas horas antes da internação.

Enquanto isso, da Coreia do Sul - para onde Francisco foi em 2014 e nomeou Alfred Xuereb, seu ex-secretário pessoal, núncio apostólico – chegam rumores de negociações para uma visita que o Papa não pôde fazer na época: na Coreia do Norte de Kim Jong-un.

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