02 Julho 2020
A cada duas horas uma mulher é morta no Brasil, país que ocupa o quinto lugar no ranking mundial de países mais violentos contra as mulheres. A violência doméstica tem crescido “absurdamente” durante o período de restrições ao covid-19.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
O dado consta na campanha de enfrentamento à violência com foco em mulheres evangélicas nestes tempos de pandemia, nascida da parceria entre a Rede Religiosa de Proteção à Mulher Vítima de Violência de Koinonia Presença Ecumênica e Serviço com as Evangélicas pela Igualdade de Gênero (EIG).
A campanha traz embutida a pergunta: “Mulher, vai tudo bem contigo?” inspirada no texto bíblico de 2 Reis 4, que relata o sofrimento da mulher sunamita que ofereceu comida e abrigo ao profeta Eliseu.

Campanha e Formação Escuta Ativa e Empática: Mulher, vai tudo bem contigo?
(Foto: Reprodução Facebook | Koinonia Presença Ecumênica)
“Nós a conhecemos apenas como Mulher Sunamita porque, infelizmente, o escritor desse texto bíblico não achou que era importante informar seu verdadeiro nome”, diz texto da campanha. Mesmo de luto pela perda recente do filho, a mulher responde que “está tudo bem” à pergunta do profeta “Mulher, vai tudo bem contigo?” Ela era “uma mulher forte, determinada, serena e equilibrada”.
A EIG e Koinonia trabalharão com bastante intensidade este mês para impulsionar a campanha, para que ela alcance o máximo de pessoas e igrejas. Para tanto, produziram imagens e vídeos com comentários bíblicos para circularem nas redes sociais, “para que você perceba como a bíblia pode ser instrumento para a opressão OU libertação”.
Além disso, as organizações parceiras oferecerão um Curso de Formação de Escuta Ativa que mostrará como acolher mulheres vítimas de violência, tomar conhecimento da rede pública de enfrentamento e como acessá-la. Para participar do curso basta se inscrever aqui.
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“Mulher, vai tudo bem contigo?” Campanha apoia mulheres no enfrentamento à violência doméstica - Instituto Humanitas Unisinos - IHU