Haiti. Oitava semana consecutiva de protestos populares

Protestos em Porto Príncipe. Foto: LUSA

Mais Lidos

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

06 Novembro 2019

O Haiti abriu na segunda-feira, 04-11, a oitava semana consecutiva de protestos contra o governo, com um toque de recolher decretado, na véspera, por setores opositores, pedindo à população para se manter em suas casas.

A reportagem é publicada por Resumen Latinoamericano, 04-11-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Barricadas de pneus, bloqueio de estradas, diminuição do transporte coletivo e paralisação das atividades econômicas marcam esta jornada na capital e em outras cidades do país.

Na véspera, André Michel, porta-voz da Alternativa Consensual para a Refundação do Haiti, decretou um toque de recolher, a partir das 19 horas, e anunciou o lançamento de um “assalto democrático”.


Foto: Resumen Latinoamericano

“É o povo que tem o controle”, disse, em coletiva de imprensa, o férreo opositor ao Governo, e anunciou que tomarão as instituições públicas.

Há dois meses o Haiti vive uma radicalização da crise sociopolítica, a mais profunda desde a queda da ditadura (1986), asseguram os especialistas, enquanto centenas de milhares se manifestam por uma mudança de sistema que permita a redistribuição mais equitativa dos recursos nacionais.

A pequena nação caribenha é a segunda mais desigual do planeta, somente superada pela África do Sul. Os 20% mais ricos da população haitiana possuem 64% da riqueza, enquanto os 20% mais pobres têm menos de 1% da riqueza.

Os protestos, para além das claras reivindicações, não tratam somente da saída do governo, mas também de um orgulho cidadão pela soberania, disse recentemente à Prensa Latina a intelectual Suzy Castor.

Na segunda-feira, mais de 20 partidos políticos e organizações sociais divulgaram um comunicado que propõe a nomeação de um Juiz de Cassação e um Conselho de Estado que supervisione a ação governamental, para solucionar a forte crise que atravessa o país.

Também 44 prefeitos pedem a assinatura de um documento conjunto sobre a transição, pois a primeira resposta à crise humanitária no país é, primeiramente, resolver a crise política, o que permitirá recuperar o controle do território, restaurar a ordem, a paz e a estabilidade política e econômica do país, asseguraram.

“Todos os atores devem se colocar de acordo, sem perder tempo, em um único documento que trace o caminho da transição”, destacaram em uma nota de imprensa.

Leia mais