Papa Francisco pede às CEBs novo ardor missionário diante dos desafios do mundo urbano

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24 Janeiro 2018

As Comunidades Eclesiais de Base são exemplo claro da Igreja em saída que o Papa Francisco quer construir, uma Igreja que se faz presente nas periferias, na vida dos excluídos por um sistema que descarta. O povo das CEBs se define como gente de Francisco, um Papa que fala mais com os gestos, com as atitudes, do que com as palavras, um Papa que se expressa com o coração.

A reportagem é de Ana Paula Ramos Carnahiba, publicada por CEBs do Brasil, 23-01-2018.

Foto: Agência Brasil

Como já aconteceu quatro anos atrás, no 13° Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, celebrado em Juazeiro do Norte, em janeiro de 2014, o Bispo de Roma enviou, por meio do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, uma mensagem “aos participantes vindos de todos os cantos do Brasil” para participar do 14° Intereclesial das CEBs.

Na mensagem, o Papa nos fala que “Deus nunca é indiferente ao sofrimento do seu povo”, palavras que sempre estiveram presentes na caminhada das CEBs, que tradicionalmente assumiram ser voz daqueles que o mundo não quer escutar, a partir “duma vida pessoal onde brilhe a luz do Evangelho, numa existência inspirada no amor e na solidariedade”.

Sem dúvida, essa “palavra de estímulo e benção”, enviada ao 14° Intereclesial, tem que se tornar uma pauta “que possa ajudar as CEBs a trazerem aos desafios do mundo urbano um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que renovam a Igreja”. As CEBs nunca podem deixar de ouvir “o clamor dos pobres e famintos de Deus, de justiça e de pão”, tudo isso para que “as Comunidades Eclesiais de Base possam ser, na sociedade e Nação brasileira, um instrumento de evangelização e de promoção da pessoa humana”, o que coloca no horizonte das comunidades de base um desafio que, na medida em que seja levado a sério, vai ajudar a recuperar uma dimensão profética sempre presente, mas um tanto apagada nos últimos tempos.

As CEBs nunca podem esquecer que são chamadas, agora também pelo Papa Francisco, a vir ao “encontro aos terríveis efeitos da cultura do descarte”, que leva tantos irmãos e irmãs a viverem excluídos”, muitas vezes tratados como ”resíduos, sobras”. Não escutar esse chamado vai fazer perder a essência, o fundamento de sua vida e missão, a razão de ser de quem nasceu para ver e ouvir o clamor do povo, para enfrentar desafios, onde quer que apareçam, agora no mundo urbano.

Mesmo que alguns se empenhem no contrario, as CEBs querem caminhar com a Igreja, com o Papa Francisco e não vão deixar de transformar realidade seu desejo e pedido, “não deixem de rezar por ele”.

Mensagem do Papa Francisco ao 14º Intereclesial das CEBs

O Papa Francisco, informado do XIV Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que terá lugar na Arquidiocese de Londrina, de 23 a 27 de janeiro de 2018, deseja transmitir aos participantes vindos de todos os cantos do Brasil a sua palavra de estímulo e benção, que possa ajudar as CEBs a trazerem aos desafios do mundo urbano “um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que renovam a Igreja” (Exort. AP. Evangelii gaudium, 29). Com efeito, como vê-se pelo lema do Encontro –“Eu vi e ouvi o clamor do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3, 7-8) – Deus nunca é indiferente ao sofrimento do seu povo, enviando Moisés, para salvar o povo hebreu da escravidão do Egito e, na plenitude dos tempos, enviando o seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, para nos libertar da escravidão do pecado e da morte. Essa ação redentora, que celebramos com fé na liturgia, deve depois se manifestar numa vida pessoal onde brilhe a luz do Evangelho, isto é, numa existência inspirada no amor e na solidariedade, que é a linguagem do amor. Assim o Santo Padre, unido espiritualmente a essa Assembleia, invoca do Altíssimo a abundância dos seus dons e luzes sobre todos os presentes, de modo que, ouvindo o clamor dos pobres e famintos de Deus, de justiça e de pão, as Comunidades Eclesiais de Base possam ser, na sociedade e Nação brasileira, um instrumento de evangelização e de promoção da pessoa humana – sempre em comunhão com a realidade paroquial e com as diretrizes da Igreja local (cf. Ibidem, 29)- capaz de vir encontro aos terríveis efeitos da cultura do “descarte”, que leva tantos irmãos e irmãs a viverem excluídos, numa exclusão que fere “na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são “explorados”, mas resíduos, sobras” (Ibidem,53). Como penhor destes votos e preces, que em espírito deposita aos pés de Nossa Senhora Aparecida, o Papa Francisco de todo coração , concede aos participantes, extensiva às suas famílias, comunidade de base, paróquias e dioceses, uma propiciadora Benção Apostólica, pedindo que, por favor, não deixem de rezar por ele.

Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado.

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