O Papa Francisco faz reviravolta no painel financeiro do Vaticano

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10 Junho 2014

O Papa Francisco pressionou em direção à sua campanha de internacionalização da administração financeira do Vaticano, substituindo um painel constituído apenas por italianos que supervisiona a agência antilavagem de dinheiro por um novo grupo composto por membros de quatro diferentes países, incluindo um professor de Harvard e um ex-funcionário do governo George W. Bush.

A reportagem é de John L. Allen Jr. publicada pelo portal The Boston Globe, 05-06-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

As nomeações vieram um dia depois do anúncio de que um gerente de empresas católico da Austrália irá assumir uma posição de comando na nova Secretaria de Economia do papa, projetada para forçar a transparência fiscal e a disciplina em todos os departamentos vaticanos.

A Autoridade de Informação Financeira – AIF foi criada em 2010 pelo Papa Bento XVI para pôs o Vaticano em conformidade com padrões internacionais na luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.

O seu diretor é um advogado suíço chamado Renè Bruelhart, que já liderou a agência reguladora europeia chamada Egmont Group, onde se notabilizou ao retornar ao novo governo do Iraque, em 2003, um jato da marca Gulf Stream, de propriedade de Saddam Hussein.

Antes da reviravolta de hoje, o conselho de administração da AIF era composto por cinco conselheiros italianos do Vaticano. Analistas dizem que Bruelhart e este grupo tinham divergências entre si quanto ao ritmo e direção das reformas.

As nomeações feitas são vistas, portanto, como um reforço para Bruelhart, dando-lhe um grupo mais global para supervisionar os trabalhos do departamento. Um porta-voz do Vaticano disse aos jornalistas que era “bastante evidente” que o Papa Francisco queria internacionalizar a agência.

Os novos diretores da AIF incluem Juan C. Zarate, professor visitante na Faculdade de Direito de Harvard e assessor do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais da mesma instituição. De 2005 a 2009, Zarate atuou como assessor da National Security Advisor responsável pela estratégia antiterrorista.

Antes disso ainda, Zarate foi funcionário do Departamento do Tesouro americano, responsável por combater o financiamento do terrorismo e de crimes financeiros.

Os outros diretores da Autoridade de Informação Financeira são Joseph Yuvaraj Pillay, executivo do setor da aviação que também trabalhou no ministério das Finanças de Singapura bem como foi diretor da autoridade monetária do país; Marc Odendall, ex-funcionário das empresas J.P Morgan e Merrill Lynch que atualmente trabalha como consultor para organizações sem fins lucrativos; e Maria Bianca Farina, executiva italiana do setor de seguros, membro de uma federação italiana de bancos e do conselho da ONG Save the Children.

Na terça-feira, o Vaticano igualmente anunciou que Tommaso di Ruzza, italiano e funcionário da Autoridade de Informação Financeira, foi nomeado para o novo cargo de vice-diretor, trabalhando ao lado de Bruelhart.

A campanha de limpeza do papa vem em meio às lembranças recentes dos escândalos financeiros que têm abalado o Vaticano ao longo dos anos, incluindo acusações de que um ex-funcionário da época de Bento XVI, o cardeal Tarcisio Bertone, teria usado sua influência para desviar 20 milhões de dólares do Banco do Vaticano em empréstimos para uma produtora de filmes administrada por um amigo, fundos que, por fim, acabaram sendo perdidos.

Francisco prometeu “honestidade e transparência” durante uma coletiva de imprensa na viagem de volta que fez recentemente ao Oriente Médio, dizendo que as últimas acusações estão sendo investigadas.

“É algo que está sob estudo”, disse o papa. “Não está claro ainda. Talvez isso possa ser verdade, porém neste momento não é definitivo.

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