ONU, massacre de migrantes adolescentes jogados no mar ao largo da costa do Iêmen

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10 Agosto 2017

As vítimas seriam cinquenta. O contrabandista de pessoas forçou os meninos a pular do barco. OIM: "Eram todos muito jovens, a idade média era de cerca de 16 anos".

Pelo menos 50 migrantes adolescentes somalis e etíopes foram "deliberadamente afogados" esta manhã por um contrabandista na costa do Iêmen. Quem afirma isso é a Organização Internacional para as Migrações (OIM). O traficante teria obrigado 120 meninos a se atirarem ao mar depois de ter visto, perto da costa, um barco da Autoridade Marítima.

A informação é publicada por Repubblica, 09-08-2017.

Durante uma patrulha de controle rotineira, o pessoal da OIM encontrou os restos de 29 migrantes africanos sumariamente enterrados na areia pelos sobreviventes, na província iemenita de Shabwa, ao longo do Golfo de Aden. Os operadores da ONU também prestaram socorro a 27 meninos que escaparam ao massacre e que ficaram na praia, enquanto outros sobreviventes (calcula-se 22) haviam fugido. "Eram todos muito jovens, a idade média era de cerca de 16 anos", disse a porta-voz da OIM Olivia Headon que definiu o acontecido de "chocante e desumano".

A história daqueles que conseguiram salvar-se é assustadora. "Os sobreviventes nos relataram que foram obrigados a saltar para a água, alguns foram literalmente empurrados ao mar pelo contrabandista que depois saiu para retornar à Somália e buscar outra carga de pessoas a serem levadas para o Iêmen pelo mesmo caminho", explicou Laurent de Boeck, o chefe da missão da OIM no Iêmen. "O sofrimento dos migrantes nesta rota é imenso. Muitos jovens pagam aos traficantes com a falsa esperança de um futuro melhor", concluiu de Boeck.

O estreito braço marinho entre o Corno de África e Yemen é uma rota muito usada pelos contrabandistas, mesmo que o país, desde 2015, esteja sendo devastado pela guerra. Um caminho que, de acordo com o OIM, este ano já foi percorrido por pelo menos 55 mil pessoas (um terço deles são mulheres) provenientes principalmente da Somália e da Etiópia, na esperança de encontrar trabalho nas ricas 'petromonarquias' sunitas do Golfo, onde, aliás, muitas vezes, são tratadas da mesma forma que 'servos'.

Mas, apesar do conflito que vê perfilados, de um lado, uma coalizão de países sunitas liderados pela Arábia Saudita e, do outro, os rebeldes xiitas Houthi, apoiados pelo Irã, no Iêmen os migrantes africanos continuam a passar, justamente porque não há nenhuma autoridade central que possa impedi-los de desembarcar e prosseguir sua viagem. Mas, precisamente por causa da guerra, o trajeto está se tornando cada vez mais perigoso e os migrantes muitas vezes acabam nas mãos de guerrilheiros ou bandidos sem escrúpulos.

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