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A Melancolia da Democracia. Artigo de Massimo Recalcati

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03 Abril 2025

A Europa teria sido reduzida a um aparato burocrático-administrativo sem alma? O fato de ter sido excluída das mesas internacionais de negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia não evidenciaria a triste imagem de seu declínio político?

O artigo é de Massimo Recalcati, psicanalista italiano e professor das universidades de Pávia e de Verona, em “la Repubblica” de 31-03-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Segundo ele, "o que está em jogo não é apenas uma crítica à burocracia das regras à qual o populismo reduz o espírito da democracia, mas uma mudança radical de paradigma. A intenção seria substituir a melancolia decadente da democracia pelo dinamismo hiperativo e extraparlamentar do populismo, que substitui a vacuidade das palavras pela eficácia sem lei da ação, a referência totalmente demagógica do poder ao povo. Esse é um novo vírus que a democracia não deve subestimar, mas deve conseguir enfrentar".

Eis o artigo.

A imagem de um Biden sem mais vigor e incapaz de reconhecer a necessidade de sua substituição fotografa a dimensão melancólica na qual parece estar caindo não apenas o partido Democrata EUA, mas a democracia ocidental como um todo. O destino de um triste ocaso diante da força hiperativa do soberanismo e das lideranças antidemocráticas parece, de fato, encontrar nessa imagem a sua profecia: o apego senil ao poder, a dificuldade de troca geracional, a inépcia na transmissão de uma liderança vital e crível, capaz de visão e invenção, o distanciamento das classes empobrecidas ou mais frágeis e marginais, definem os limites profundos da política da democracia no Ocidente.

Na imagem de Biden tragicamente apegado, até o último suspiro, a um sonho de glória impossível, estão plasticamente impressas todas as razões da atual crise da cultura democrática. Desse ponto de vista, a atual divisão do mundo realizado pelas grandes superpotências é sua confirmação retumbante: a melancolia da democracia sucumbe diante da força viril dos nacionalismos soberanistas. A própria Europa democrática parece esmagada entre duas garras que lhe tiram o fôlego. De um lado, a dimensão senil e impotente da democracia EUA, superada pelo vigor populista do trumpismo e, de outro, a contestação autocrática do parlamentarismo democrático que anima não apenas a Rússia de Putin, mas a maioria dos governos do mundo.

Afinal, poderíamos aplicar à democracia o que Berlinguer disse sobre a União Soviética na década de 1970: seus ideais antigos e revolucionários de fraternidade, liberdade e igualdade teriam esgotado seu impulso propulsor, como aconteceu com a Revolução Bolchevique de Outubro. A Europa teria sido reduzida a um aparato burocrático-administrativo sem alma? O fato de ter sido excluída das mesas internacionais de negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia não evidenciaria a triste imagem de seu declínio político?

A interpretação geopolítica que também governou grande parte de sua opinião pública, particularmente aquela italiana, da resistência ucraniana como uma “guerra por procuração” não mostra sintomaticamente a incapacidade do Ocidente democrático de considerar os valores da democracia como ainda dignos de serem defendidos com a própria vida? Em vez disso, afirma-se uma versão apenas cínica da política que dá razão aos vários soberanismos que interpretam a democracia como uma idosa senhora em seu crepúsculo, cujo único interesse nela é apenas para saqueá-la e repartir seu patrimônio. Não é por acaso que as várias formas de populismo presentes no continente olham para o destino da Europa com desconfiança desencantada, buscando se desvincular de qualquer processo de fortalecimento de sua unidade supranacional.

Além disso, a demagogia populista tem facilidade em criticar o impotente impasse das democracias ocidentais, embaladas em procedimentos parlamentares que parecem desgastantes e impotentes. A essa impotência ela contrapõe a ação direta do líder autoritário, desprovida de inúteis mediações, capaz de uma eficácia inédita, de intervenções decisivas desconhecidas pelas velhas e ultrapassadas instituições democráticas. Se a democracia quer justamente preservar o valor simbólico da lei da palavra, o populismo antidemocrático afirma a força do impulso que transborda continuamente os limites estabelecidos por essa lei. Isso pode ser visto nas atitudes e escolhas de Trump, que reivindica para seu governo uma capacidade de ação imediata que contrasta com a velha e empoeirada democracia parlamentar.

Por trás desse aparente pragmatismo desponta, na realidade, um juízo sobre o fim da democracia como sonho político do Ocidente.

O que está em jogo não é apenas uma crítica à burocracia das regras à qual o populismo reduz o espírito da democracia, mas uma mudança radical de paradigma. A intenção seria substituir a melancolia decadente da democracia pelo dinamismo hiperativo e extraparlamentar do populismo, que substitui a vacuidade das palavras pela eficácia sem lei da ação, a referência totalmente demagógica do poder ao povo.

Esse é um novo vírus que a democracia não deve subestimar, mas deve conseguir enfrentar.

Além disso, não se pode esquecer que foi o fracasso de Biden em reconhecer sua própria insuficiência a tempo que escancarou as portas para Trump e suas infames tropas de choque, e que foi a falta de ação política da Europa que contribuiu para piorar o conflito na Ucrânia antes da invasão russa. Não é necessário apenas avançar em direção à constituição de uma Europa unida como sujeito político autêntico, mas é igualmente necessária uma profunda renovação da cultura democrática a fim de combater o diagnóstico populista da democracia como um ferro velho do passado.

Essa é a grande tarefa que cabe não apenas às forças liberais e de centro-esquerda italianas, mas a todo o Ocidente. Manter-se fiel ao evento ideal da democracia significa mostrar a sua força e não seu declínio resignado. Para fazer isso, no entanto, não basta relembrar os ideais fundadores da Europa como uma superação dos egoísmos nacionalistas, mas sim escrever hoje um novo manifesto político, adequado aos nossos tempos e ao futuro de nossos filhos, para fazer com que esses ideais fundadores vivam no presente e não apenas em sua lembrança nostálgica.

Nesse sentido, o destino futuro da Ucrânia é, para citar apenas um exemplo, uma questão que não pode ficar sem consequências para o Ocidente democrático. Não está em jogo apenas a redefinição territorial das fronteiras, mas a essência da democracia. O direito de defender a autodeterminação de um povo não pode ser subjugado à razão cínica do mais forte. Se os impulsos soberanistas colocarem suas mãos sobre a Ucrânia, eles as colocarão sobre a democracia, mostrando mais uma vez que seu tempo fatalmente se esgotou.

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