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Mariátegui: a escrita transversal

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10 Novembro 2023

“Para Mariátegui, os povos originários representam um “sujeito político em si”, porque sob esse signo se ocultam uma forma de vida, uma cosmovisão e outro mundo possível. Esse mundo não tem nada a ver com as “etnias”. Escreve Mariátegui: “O pressuposto de que o problema indígena é um problema étnico é nutrido pelo mais velho repertório das ideias imperialistas””.

O artigo é de Ilán Semo, historiador, professor na Universidade Iberoamericana, no México, publicado por La Jornada, 09-11-2023. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Há 100 anos, em 1923, José Carlos Mariátegui retornava a Lima, após quatro anos de uma viagem pelas capitais da cultura europeia. Foi particularmente na Itália onde encontrou um mundo intelectual e político no qual descobriu que a “escrita profunda” era uma “operação transversal”, sem domicílio e localização definíveis. Ou nas palavras de Caillois: a melhor filosofia é aquela que não tem pátria, apenas a linguagem nua do ser.

Em seu retorno ao Peru, precisou se submeter à amputação de uma perna. A operação o deixou em uma cadeira de rodas. Assim, em um mundo de perímetros circunspectos, e com uma economia pessoal reduzida às exigências da sobrevivência, empreende os trabalhos que acabariam por integrar, em 1928, a publicação de Sete ensaios de interpretação da realidade peruana.

Schelling escreveu que há livros que merecem ser lidos cinco anos depois; outros provocam curiosidade 10 anos mais tarde. Mas, muito poucos podem ser admirados um século depois, como se o tempo não passasse por eles. Os Sete ensaios pertencem a este seleto clube.

A questão sobre a atualidade de um pensador é infrutífera. Que sentido faz se perguntar sobre a atualidade de Maquiavel ou de Grócio, 500 anos após o surgimento de seus textos? Não faz sentido. O pensamento clássico reside precisamente no fato de falar por si, consigo mesmo, nas circunstâncias mais inesperadas, como se formulasse perguntas sempre à espera de respostas. Daí que pensar signifique questionar o já pensado, sem importar a distância a que nos remeta. E são as perguntas que mudam com o tempo, não os textos.

A obra de Mariátegui remete ao punhado de pensadores clássicos que produziu a cultura latino-americana. Um estimado ensaísta, talvez um dos mais estimados do século XX peruano. Formou-se, sem poder ter acesso a uma educação formal, na crítica literária do modernismo, na prosa de González Prada e na tradição da crônica naturalista. Também nessa cultura filosófica que, em inícios do século XX, encontrou em Nietzsche e Bergson os paradigmas conceituais e o estímulo para resistir ao positivismo liberal. Seu equivalente no México foi, de certa forma, a geração do Ateneu.

Sua passagem pela Itália e o encontro com Croce e Gobetti o levaram a descobrir na escrita da história a possibilidade de um exercício crítico sobre a cultura de uma época. Em particular, de suas zonas abismais, como o darwinismo social, chave da ebulição racista dos anos 1920. No Partido Socialista Italiano, encontrou as afinidades que definiriam as suas paixões políticas.

Não se sabe se ele se cruzou com Gramsci. Provavelmente, teria havido uma admiração recíproca. Além disso, naqueles anos, Gramsci ainda não tinha essa patente intelectual que conquistou anos 1950. Contudo, talvez tenha sido a leitura de Marx que lhe mostrou a misteriosa fábrica das linguagens da crítica. Em 1923, já estava em posse de sua própria “caixa de ferramentas” teóricas e conceituais.

Os Sete ensaios marcam o paradigma de um cosmopolitismo que consegue falar do Peru não como um lugar singular no mundo, mas como o mundo reunido em um lugar. Se a cultura mexicana tivesse contado com uma Mariátegui, talvez tivéssemos sido poupados do penoso espetáculo da “filosofia do mexicano”.

Vale a pena se deter no exame de sua posição frente ao populismo de Haya de la Torre. Membro da APRA [Aliança Popular Revolucionária Americana] até 1927, rompe com Haya porque considera que o conceito de “povo”, usado como sustento das linguagens da política, só serve para dar um cheque em branco à legitimação de um caudilhismo civil. Para ele, a chave de uma filosofia crítica, capaz de criar um “lugar próprio e único” frente aos sistemas de dominação, reside na “profanação da ideologia sistêmica” e na produção de uma linguagem que resulte não assimilável pelos signos do binômio Estado/povo.

Seus textos dos anos 1920 reúnem o laboratório desse deslocamento. Sua chave: a descoberta das ontologias dos sujeitos em que deve encarnar. A posição de que o Partido Socialista no Peru deve se limitar a um “caráter operário” é um gesto ou uma metáfora de separação em um país com uma indústria raquítica. O que não se aplica – desviando-se de toda a ortodoxia marxista da época – à sua reelaboração radical do conceito de “índio” (que define mais de 80% de sua população).

Para Mariátegui, os povos originários representam um “sujeito político em si”, porque sob esse signo se ocultam uma forma de vida, uma cosmovisão e outro mundo possível. Esse mundo não tem nada a ver com as “etnias”. Escreve Mariátegui: “O pressuposto de que o problema indígena é um problema étnico é nutrido pelo mais velho repertório das ideias imperialistas”. Seu capítulo sobre os quéchuas e os aymaras suprime qualquer etnicismo antropológico. Em sua profundidade, reside uma forma de vida que pode ser o suporte de uma “soberania plural da nação”.

As rebeliões indígenas que começaram em 1994, com o levante de Chiapas, e que se estenderam, até hoje, pelo Peru, Bolívia, Equador e a região andina fizeram dessa linguagem crítica a morada de seu ser e a melhor homenagem a José Carlos Mariátegui.

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