Liliana Franco: “As vozes das mulheres têm que ressoar, e com força, neste Sínodo”

Foto: rawpixel.com | Freepik

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

06 Outubro 2023

  • Estou profundamente convencida de que o rosto da Igreja é feminino, ou seja, basta olhar para qualquer uma de nossas paróquias ou grupos, onde 70% de nós são mulheres. Quem lê, quem visita os enfermos, quem lidera o grupo de catequistas?

  • A contribuição da mulher na Igreja é muito importante, assim como sua contribuição na sociedade, mas infelizmente, em diferentes continentes, viemos de estruturas e modos sociais que são em muitos casos machistas e patriarcais. Portanto, estamos comprometidas em continuar trabalhando para promover a dignidade de todos.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 05-10-2023.

“O que todas as mulheres querem é poder participar na missão da Igreja, mas também na tomada de decisões, por isso a voz das mulheres tem que ressoar e ressoar fortemente neste espaço e em todos os espaços em que “nós estão construindo a sociedade”. Estas são as palavras da freira Liliana Franco, convidada pelo Papa Francisco para participar no Sínodo da Sinodalidade que acontece no Vaticano até o próximo dia 29 de outubro.

A freira colombiana e presidente da CLAR, em entrevista ao Noticias Caracol, destaca o fato histórico desta assembleia sinodal em que “há muitos anos há mulheres que participam do Sínodo, também leigas ou jovens que participam das assembleias sinodais, mas esta é a primeira vez em que os membros não bispados, incluindo as mulheres, terão direito de voto. É por isso que muitos consideram que é um momento histórico muito significativo. Penso que, além disso, é uma conjuntura em que como Igreja “queremos aprofundar os nossos modos relacionais e, acima de tudo, nos perguntamos como servir melhor”.

"Acredito que culturalmente", acrescenta Liliana Franco, "não só na Igreja, mas na sociedade, temos uma dívida com as mulheres, e estamos num momento em que, graças a Deus, estão a ser dados aqueles passos que tornam possível para mulher pode participar".

Neste sentido, sublinha que “estou profundamente convencida de que o rosto da Igreja é feminino, ou seja, só de olhar para qualquer uma das nossas paróquias ou dos nossos grupos, 70% de nós somos mulheres, quem lidera o grupo de catequistas? São mulheres. A contribuição das mulheres na Igreja é muito importante, assim como a contribuição na sociedade, mas infelizmente todos viemos de diferentes continentes de estruturas e modos sociais que são sexistas, patriarcais por natureza (...) alguns casos, então nos dedicamos a isso, para continuar caminhando para viabilizar a dignidade de todos”.

Em nível pessoal, relativamente à sua participação neste Sínodo, afirma: "Estou feliz, muito feliz. Tenho uma profunda experiência de ser e de sentir-me Igreja, e creio que todos somos convidados a isso, a essa mesa comum, para aquele espaço em que possamos buscar juntas a construção coletiva. Estou entusiasmada por poder participar de um espaço com irmãs de diferentes partes do mundo. A Igreja não está surda ao que a sociedade está vivenciando, então o que vem como tema a qualquer uma das reuniões é precisamente o que vivenciam o nosso povo, a realidade de quem migra, a realidade da violência, a realidade da fome”.

Leia mais