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“Estamos mais perto das doze badaladas do Doomsday Clock (Relógio do Juízo Final)”. Comentário de Bruno Cava

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16 Março 2023

"Arantes reavalia Lula e o lulismo porque, com todos os problemas, 'compraram tempo'. É preciso reconhecer que, apesar de todas as limitações e capitulações (e às vezes a mais reles safadeza), o governo atrasou a catástrofe".

O comentário é de Bruno Cava Rodrigues, graduado em Engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA e em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, em post publicado no seu Facebook, 13-03-2023.

Autor de várias obras, além do livro A vida da moeda. Crédito, imagens, confiança (Rio de Janeiro: MAUAD X, 2020), também publicou A multidão foi ao deserto (Annablume, 2013) e, com Alexandre Mendes, A constituição do comum (2017). 

Bruno Cava destaca uma reação interessante do entrevistado ao "então, que fazer?": "continuar comprando tempo, enquanto der, para atrasar o fim do mundo e, nesse meio tempo, quem sabe "pinta uma ideia". Uma resposta rigorosamente correta. Não cabe ao pensador do presente fornecer um programa, mas cabe a ele compartilhar o espanto e elaborar o impasse".

Eis o texto. 

Recomendo ouvir a entrevista do Paulo Arantes em podcast da Folha, no caderno cultural [11-03-2023]. Sobretudo pelas suas leituras do presente e pelas variações de apreensão em relação às que o professor fez no passado. Faço aqui meu comentário parcial e pessoal sobre ela.

Nas respostas, Paulo reavaliou o papel dos primeiros governos Lula. Agora enxerga-os como um katechon, um anteparo para retardar o fim dos tempos. Embora ele não fale nominalmente em katechon [1], tal qual recentemente revisado por Agamben, o conceito é esse.

Arantes diz que Lula e o lulismo atrasaram o relógio do fim do mundo precipitado pela predação do capitalismo. É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo porque o capitalismo efetivamente tende a destruir o mundo, através de catástrofe ecológica, colapso social e guerra, antes que o capitalismo ele próprio possa ser superado.

O Brasil não é mais o laboratório da mundialização, a "brasilianização" já não explica, porque a lógica da pilhagem, a lei da sobrevivência e do mais forte, se mundializaram como o novo normal. A pandemia de covid-19 não reintroduziu a solidariedade e fez retornar um estado provedor, ao contrário, dissolveu as últimas ilusões de que estaríamos juntos em nome de valores maiores, humanistas. Eis aí o bolsonarismo, reflexo de um movimento mundial de dessolidarização irreversível, estágio final da centrifugação das sociedades.

O esquema de fundo, salvo engano, é semelhante ao de Giorgio Agamben num opúsculo que ele escreveu sobre a abdicação de Bento XVI, com o título 'O mistério do mal e o fim dos tempos'. Escreve Agamben: "Os poderes e as instituições não estão deslegitimados hoje porque caíram na ilegalidade; antes, o oposto é verdadeiro, ou seja, que a ilegalidade é assim difundida e generalizada porque os poderes constituídos perderam toda a consciência de sua legitimidade."

Como se sabe, Agamben recria o conceito de katechon para explicar o papel dúplice da Igreja Católica, entendida ao modo paulino, como corpo de Cristo, com uma função histórica (afinal de contas, o mal está na história) e, ao mesmo tempo, sobre o plano escatológico, em relação com o fim dos tempos (seu papel messiânico).

Nesse libretto que citei, Agamben resgata um teólogo obscuro do séc. IV chamado Ticônio, que no seu 'Liber regularum' explica que a Igreja, enquanto retardadora da parúsia, a segunda volta de Cristo, tem duas faces. O que interessa aqui é o aspecto filosófico e suas ressonâncias políticas, e não religioso.

Segundo Ticônio, numa distinção que depois reaparecerá em Agostinho, a Igreja tem um lado destro e um canhoto, um bendito e um pecaminoso, mas que constituem o mesmo corpo uno e inseparável. Isto é, Cristo e Anticristo (katechon) convivem indissoluvelmente dentro da Igreja, como uma área de intersecção (dialética?) entre mistério do mal, história e fim dos tempos. A aceitação da copresença do Anticristo tem um vínculo interno com a legitimidade da atuação eclesiástica no presente.

O que está acontecendo no presente? Para Agamben, o eclipse da política na forma da economia totalizada, ou melhor, a 'economização' de toda a política (o neoliberalismo?), dissolveu o componente messiânico da Igreja, impedindo que ela possa atuar no plano escatológico. Inexoravelmente, com isso, a Igreja corrompe-se, torna-se politicagem e simonia, porque sua legimitidade colapsa com a legalidade das forças de mercado. Dialeticamente (?), o liame proativo (jamais fatalista) com o fim dos tempos é o que reinjeta vida sobre a consciência histórica da Igreja. Pelo menos em seus textos justificativos, Bento XVI renuncia, portanto, no quadro teológico, mas também político, de ameaça de dissolução do papel da Igreja.

Toda essa reflexão lateral que pincei acima de Agamben, acho eu, pode ser adaptada para compreender o papel que Lula e o lulismo exercem na cosmovisão política brasileira, ao menos à esquerda.

Voltemos à entrevista. Arantes reavalia Lula e o lulismo porque, com todos os problemas, "compraram tempo". É preciso reconhecer que, apesar de todas as limitações e capitulações (e às vezes a mais reles safadeza), o governo atrasou a catástrofe.

Paulo fala não apenas em retardar o fim, mas em comprar esse tempo. Se compraram, foi com que dinheiro? Ora, para Arantes, foi com a venda massiva das commodities durante o período das vacas gordas dos anos 2000, graças aos altos preços no mercado internacional, alavancados pela demanda de uma China em rápida urbanização e industralização. O dinheiro graúdo obtido pelo salto das exportações, depois de muitos descontos e desvios, foi distribuído entre os mais pobres: para irrigar projetos de recrutamento da juventude remediada (capitalismo de projeto social), pacificar o conflito urbano e propiciar escapes para os antagonismos em geral, mantendo a panela de pressão tampada. Os subprodutos do lulismo não foram novas classes trabalhadoras ou sujeitos repolitizados, mas "sujeitos monetários", um termo que eu havia lido na obra de R. Kurz e que desde uma resenha dos anos 1990 de R. Schwarz é caro ao campo arantista.

Depois da eleição passada, Arantes nos surpreende na entrevista, certamente arrancando sobressaltos, quando afirma que "jamais esteve tão a favor de um governo", como está agora com Lula.

Só que a conjuntura está piorada. Atualmente, não há mais boom das commodities e, além disso, a extrema-direita se converteu em força social radicalizada, como não era nos anos 2000, ao passo que conquistou mandatos relevantes e posições institucionais. E essa força messiânica, que já considera estar vivendo no fim dos tempos, continua aí, à espreita da primeira crise do novo governo.

Em síntese, para Arantes, estamos mais perto ainda das doze badaladas do Doomsday Clock.

O que fazer? Gosto da parte final que ele diz como a via organizativa de tecer uma frente anticapitalista, eu diria, um "movimento de movimentos", está inviabilizada já de partida, em nome do lugar de fala e por causa da distância antropológica em relação às quebradas.

Gosto também como ele comenta que, lamentavelmente, o bolsonarismo tem capilaridade social porque, em certa medida, fala a verdade sobre o estado das coisas - qual? A da lei do mais forte, do vale tudo, do bellum omnia omnes, legalidade (do mercado, da pilhagem) sem legitimidade, vigente depois que a desagregação dissolveu os laços de solidariedade e converteu os valores solidários e humanistas em máscara, para ainda mais opressão.

Entre quem fala a verdade para oprimir e quem fala a mentira para oprimir, a preferência dos ferrados é pelos primeiros, que ao menos convidam-nos a participar da opressão em vez de romantizarem a condição de vítima a que estaríamos fadados em suas teodiceias.

Para mim, essa parte final é de uma sinceridade brutal e comovente ("eu que tenho 80 anos, de cultura progressista...").

Outro trecho que levantei, assim como alguns amigos, as sobrancelhas, foi quando Paulo fala sobre a Amazônia.

Primeiro, ao comparar o paradigma da guerra ao garimpo ao da guerra às drogas, ou seja, um modelo de política pública militarizado e dirigido ao enfrentamento aos mais pobres, que obviamente, à toda evidência, favorece o bolsonarismo.

Segundo, quando o professor fala que Lula e o lulismo podem voltar a comprar tempo com os créditos do carbono, propiciando talvez - é como eu interpreto essa passagem dele - uma espécie de segundo boom das commodities, desta vez no marco da economia verde.

Ainda que a resposta seja incipiente, Arantes está na pista certa, pois a Amazônia (suas riquezas, multiplicidades e povos) é o maior, possivelmente o único ativo real do ente Brasil, enquanto personagem nacional do teatro dissolvente da globalização.

Por último, destaco outra reação interessante do entrevistado ao "então, que fazer?": continuar comprando tempo, enquanto der, para atrasar o fim do mundo e, nesse meio tempo, quem sabe "pinta uma ideia". Uma resposta rigorosamente correta. Não cabe ao pensador do presente fornecer um programa, mas cabe a ele compartilhar o espanto e elaborar o impasse.

Como diria Godard sobre criação no cinema, basta - uma - ideia. Ideia que todavia não temos.

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