23 Agosto 2022
No dia 27 de agosto, 21 novos cardeais serão nomeados na Basílica Vaticana e será fixada a data das canonizações de Giovanni Battista Scalabrini e Artemide Zatti. Nesse dia o cardeal celebrará 50 anos de sacerdócio, tendo sido ordenado sacerdote em 27 de agosto de 1972.
A reportagem é de Antonio Grana, publicada por Il Fatto Quotidiano, 22-08-2022.
“O Papa me telefonou no sábado para me pedir para participar de um encontro com todos os cardeais que será realizado nos próximos dias em Roma. Por isso, no próximo domingo não poderei estar presente na missa porque estou ocupado em Roma”.
Assim, o cardeal Angelo Becciu explicou seu retorno prematuro das férias na Sardenha ao grupo de fiéis que assistiu à sua habitual missa ao ar livre dominical.
Francisco convidou o cardeal para o consistório a ser realizado no próximo dia 27 de agosto na Basílica do Vaticano para a nomeação de vinte e um novos cardeais e para fixar a data das canonizações de Giovanni Battista Scalabrini e Artemide Zatti. Nesse dia o cardeal Becciu celebrará 50 anos de sacerdócio, tendo sido ordenado sacerdote em 27 de agosto de 1972 pelo então bispo de Ozieri, sua diocese natal, dom Francesco Cogoni.
Nos dias 29 e 30 de agosto, os cardeais de todo o mundo se reunirão novamente com o Papa para um encontro sobre a nova constituição apostólica da Cúria Romana, Praedicate Evangelium, que entrou em vigor em 5 de junho de 2022.
Um evento de dois dias que concluirá o consistório e ao qual o Cardeal Becciu estará novamente presente, a pedido do Pontífice, que concelebrará com Francisco a missa com os novos cardeais e os demais membros do Colégio Cardinalício na tarde de 30 de agosto na Basílica do Vaticano.
"Estou muito emocionado com este gesto do Papa. Agradeço-lhe de coração e reafirmo minha plena comunhão com ele", declarou o Cardeal Becciu, que desde 24 de setembro de 2020 está suspenso de todos os cargos e perdeu o direito de votar em um possível conclave. Uma disposição papal que precedeu a acusação em quase um ano, também assinada por Francisco e tornada pública em 3 de julho de 2021, contra o cardeal acusado pelos promotores do Vaticano de peculato e abuso de poder, bem como suborno, ao tentar que Monsenhor Alberto Perlasca, considerado pelos magistrados da Santa Sé como testemunha-chave, se retratasse. No próximo consistório, D. Oscar Cantoni, bispo de Como, diocese em que Perlasca está incardinado, também receberá o chapéu vermelho.
No passado, o Papa sempre reiterou que o Cardeal Becciu “deve ser julgado de acordo com a lei do Vaticano. Antigamente os juízes dos cardeais não eram os juízes de estado como são hoje, mas o chefe de estado. Desejo de todo o coração que ele seja inocente. Além disso, ele foi um colaborador meu e me ajudou muito. Ele é uma pessoa por quem tenho uma certa estima como pessoa, ou seja, meu desejo é que ele se saia bem. Isso é uma forma afetiva de presumir a inocência. Agora, será a justiça que decidirá”. É precisamente em virtude do princípio da presunção de inocência, como transparece da Casa Santa Marta, que Francisco convidou o Cardeal Becciu para participar do consistório, do subsequente encontro dos cardeais e das celebrações papais.
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