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A floresta de vergonha onde o leito dos refugiados é um ninho de cegonha

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16 Novembro 2021

 

O ex-barbeiro Karam três dias atrás pôs as mãos em um tesouro. O grande ninho de um casal de cegonhas estava vazio em cima do poste de luz que durante toda a noite cega os migrantes acampados contra o muro de arame farpado erguido entre a Bielo-Rússia e a Polônia. “Era muito alto para mim - diz ele - tenho 74 anos e não há mais remédios para minha artrite na Síria”. Dois garotos afegãos escalaram para ele e essa obra-prima da arquitetura animal, apoiada na grama, é agora a cama mais invejada no campo dos refugiados mantidos reféns pelo ditador bielorrusso Aleksandr Lukashenko.

 

A reportagem é de Giampaolo Visetti, publicada por La Repubblica, 14-11-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Karam, assim que o ar gelado começa a baixar na floresta, se enrola e desaparece sob o cobertor "esquecido" por Marianna Snarscy. Criadora de galinhas em Nowodziel, ela mora a poucos metros da fronteira, em território da UE. A fronteira de Kuznica é blindada, os caminhoneiros não passam mais, os ovos apodrecem e Marianna teme não poder vender nem o alho nem algumas porções de banha. "Se continuar assim, graças a Varsóvia e Minsk neste inverno, eu também vou acabar com os refugiados morrendo de fome na neve".

 

Divisa entre Polônia, Bielorrússia e Lituânia (Imagem: Google Maps)

 

Entre os mais de 2.000 que ficaram presos, o ninho de Karam se tornou o símbolo da solidariedade que os migrantes estavam certos teriam encontrado na Europa. “De noite eu preciso - conta o idoso - mas de dia deixo entrar as crianças menores do acampamento”. Hoje é a vez no ninho de dois irmãozinhos vindos do Iêmen. Eles mantêm as mãos diante da fogueira que queima ao lado e aproveitam a vista à sua frente. Desse lado do arame farpado, duas crianças polonesas os observam enquanto eles tentam cambalhotas pulando na cama elástica. O ninho e a rede, para quem está no encanto da infância, continuam sendo brincadeiras. Para todos os outros, nas duas frentes de uma guerra blindada e escondida, são as faces opostas da tragédia desencadeada por Minsk e explorada por Varsóvia.

“Os militares de Lukashenko - diz Goran, um gráfico que fugiu do Iraque - estão se tornando cada vez mais violentos. Eles cortam as redes, rompem as defesas com veículos blindados e nos jogam do outro lado, entre as milícias polonesas que atiram gás e soltam os cães contra nós, acusando-nos de invadir”. Mais de 100 feridos foram mandados de volta durante a noite. “Os bielorrussos - diz Zahara, uma professora curda - gritam que não podem fazer mais nada para nos fazer chegar à Alemanha e nos mandar fugir por entre as árvores, sem pão e sem nenhuma roupa mais quente”.

Fora do vilarejo de Wolka Terechowska, ao amanhecer, um lenhador encontrou o corpo congelado de um homem de 20 anos com passaporte curdo. Ele é a 11ª vítima oficial em menos de uma semana. Sinais evidentes de espancamento. Agredidos pelas forças bielorrussas e polonesas, os migrantes acabam nas mãos de gangues de criminosos e esquadrões xenófobos ao longo da fronteira de 400 quilômetros. Privados de proteção internacional, agora que o impasse do conflito parece convir tanto a Minsk quanto a Varsóvia, as famílias resistem no pesadelo que pode abrir até os mais implacáveis mercados de seres humanos.

Tropas polonesas acusam refugiados de atacá-los com gás lacrimogêneo, fornecido pelos serviços de Lukashenko. O grande "campo de acolhimento" que a Bielorrússia está criando na fronteira não serviria apenas para distribuir lenha, água e um pedaço de pão por dia para cada quatro pessoas, "com prioridade para as crianças". Para a polícia de fronteira de Kuznica, os migrantes estariam sendo armados aqui para "persuadi-los a lutar" contra a hostilidade da Polônia e da UE.

É por isso que Varsóvia anunciou que seu muro antiestrangeiros, malvisto por Bruxelas, estará pronto em junho. Com 180 quilômetros de extensão e 5,5 metros de altura, será "dotado com as defesas mais avançadas". O presidente russo, Putin, a quem o Ocidente acusa de ser o patrocinador de uma crise que atinge o Báltico a partir da Ucrânia, negou "que tenha algo a ver com a emergência dos migrantes". Para Moscou, "a chave do tráfico está dentro da UE" e uma "solução é do interesse de todos". “Lukashenko e Merkel estão prontos para conversar - disse ele - mas deve ficar claro que, por não terem visto, os migrantes chegaram em voos fretados. Nessas horas, porém, as ações da polícia polonesa é que são desumanas, violando os valores europeus”. Até os presidentes turcos Erdogan e Lukashenko, que suspendeu a ameaça de gás diante de novas sanções da UE, negam a cumplicidade das frotas aéreas nacionais.

“Estou pronto para o diálogo - disse o presidente bielorrusso - com uma Europa empobrecida. Em Moscou, porém, pedi para deslocar no país algumas divisões de mísseis com 500 quilômetros de alcance (na fronteira com a Polônia e a Ucrânia, ndr)”. Os EUA mostram "grande preocupação". Todos estão prontos para falar, para buscar a paz e para salvar os migrantes do impasse entre a ex-URSS e a Europa. “Eu, porém - diz o ex-barbeiro Karam no campo de Kuznica - não vejo ninguém chegar com uma tigela de sopa e os comprimidos para o meu coração cansado. Perdi tudo pelo sonho do voo fraudulento para a Alemanha. Se ninguém me ajudar logo, para não morrer, terei que vender também o meu ninho”.

 

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