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As igrejas vazias e o humanismo integral

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23 Março 2021

 

"Os compartilhamentos de fundamentação da amizade hoje se realizam principalmente em ocasiões sociais em que - por um justo respeito ao pluralismo ideológico - não é politicamente correto falar da presença viva de Jesus na própria vida", escreve Pier Giorgio Gawronski, economista e jornalista italiano, em artigo publicado por L'Osservatore Romano, 23-02-2021. A tradução é de Luisa Rabolini. 

No texto, o economista também afirma que "os cristãos precisam compartilhar a fé e a oração: caso contrário, a fé se torna árida".

 

Eis o artigo. 

 

A secularização na Europa parece não ter fim. Nos países do Norte, a prática religiosa há tempo está em níveis baixos (Escandinávia, Reino Unido, Holanda: menos de 10%) e continua diminuindo lentamente (Alemanha, França); nem mesmo a tradicional tendência feminina à religiosidade consegue resistir.

A novidade é que agora o número daqueles (não praticantes) que se definem como "cristãos" também está caindo. As mesmas tendências, a partir de níveis mais elevados, são registradas na Irlanda e nos países mediterrâneos.

Na Itália, os "praticantes" caíram em dez anos de 33% para 27%; entre os jovens (18-29 anos), os praticantes são apenas 14% e continuam a diminuir quase 3% ao ano. E os dados oficiais sobre religiosidade são até superestimados.

No chamado Sul do mundo, duas tendências demográficas seguram a secularização. Na América Latina (México), África (África do Sul), Ásia (Filipinas), os dados disponíveis não revelam quedas na religiosidade. Assim acontece que a migração desses países ameniza o processo de secularização dos países de destino. Além disso, os migrantes que chegam à Itália (52% dos quais não são muçulmanos, mas cristãos) praticam mais do que os nativos; e os italianos "praticantes" são mais prolíficos do que os ateus. Mas esses fenômenos não são suficientes para reverter a tendência: as igrejas continuam se esvaziando.

Nos países nórdicos, os locais de culto são fechados, as paróquias são fundidas, novos tipos de “comunidades paroquiais” são experimentados nos locais de trabalho; as confissões protestantes menores se fundem entre si ou se ligam às maiores; isso não muda as tendências de longo prazo. As Igrejas devem, portanto, questionar-se mais profundamente sobre as causas de seu declínio. A análise sociológica parece mostrar que a secularização afeta mais: os países protestantes e ortodoxos do que os católicos; e os países mais “avançados” com base na renda, enquanto o papel do nível de instrução é incerto. Mas as correlações estatísticas não explicam o que está por trás disso. Ao longo dos anos, há quem coloque a ênfase sobretudo na identidade (católica), desbotada e poluída pelo bem-estar e pelo liberalismo.

Simplificando: a tese era de que uma linha de firmeza e rigor doutrinal poderia restaurar a credibilidade e o appeal à Igreja Católica. Posteriormente, a ênfase mudou e hoje parece prevalecer a visão oposta: se não forem ouvidos "os sinais dos tempos", não há como ser entendido pelas "novas gerações". Assim, além de “atualizar a mensagem”, as Igrejas procuram “modernizar a comunicação”. Como pensar em interceptar os jovens quando eles se comunicam em plataformas digitais, se a mensagem religiosa viaja de forma tradicional? Mas os instrumentos digitais não podem criar um interesse se ele não existir. Outras questões em jogo são o "machismo" de algumas Igrejas, a moral sexual, o celibato dos padres, a relação com o poder econômico e político. Mas nenhuma parece realmente explicar a questão. E estatisticamente nem as igrejas mais "modernas", nem as mais "conservadoras" obtêm resultados satisfatórios.

A pergunta, portanto, surge espontaneamente: o homem moderno ainda precisa de Deus e da religião? Pelos dados relatados, parece que não.

O convite de Jesus é sempre o mesmo: “Quem quiser me acompanhar, tome a sua cruz e me siga” (Lc 9,23). Olhando mais de perto, no entanto, os jovens europeus são apenas sobrecarregados por mil coisas - uma delas é o abuso de audiovisuais -, em famílias onde figuras parentais fracas têm dificuldade em transmitir concretamente os valores que conheceram e experimentaram: entre eles, a experiência religiosa. Muitas vezes são abandonados ao tédio, à preguiça, aos atalhos e ao vazio. Mas os operadores juvenis relatam que os jovens têm fome de infinito, de beleza e de Deus; perguntam-se quem são, de onde vêm, para onde vão, que sentido têm o empenho, a dor, o amor, quem os ama e quem não. Quando essas questões latentes emergem, eles se tornam mais interessados nas relações com os adultos, com o diferente, com o Mistério. De fato, os encontros internacionais das Jornadas Mundiais da Juventude têm grande sucesso; e nas Igrejas muitos grupos de jovens ainda são vitais, onde relações concretas se estabelecem.

Então, quais são os possíveis remédios contra a secularização? A “fotografia” da primeira Igreja de Jerusalém que emerge da leitura dos Atos dos Apóstolos pode ajudar (2, 42-47). Esquematicamente, a primeira comunidade cristã perseverava em 4 coisas: a transmissão da mensagem de Cristo; a união fraterna, ficar, comer juntos; compartilhar os bens materiais “de acordo com as necessidades de cada um”; a Eucaristia, frequentar juntos o templo.

A prática religiosa das Igrejas modernas está centrada na liturgia dominical, que privilegia fortemente o primeiro ponto. Mas quando se passa para o segundo, nota-se uma profunda divergência: na prática religiosa moderna falta a relação humana. Os membros da Igreja Cristã primitiva socializavam, eram amigos ou estavam em um mecanismo que favorecia a amizade a priori. Pode-se imaginar um dizendo ao outro: “meu filho está doente, estou preocupado”, a conversa entre pessoas de diferentes idades, classes sociais, culturas e origens, “como numa família acolhedora em que cada um pode ser si mesmo, com suas dúvidas e questionamentos, sem medo de ser julgado” (Irmão Alois, Taizé). De fato, na época, as confissões – ou o status de penitente - eram públicas.

Vamos refletir um pouco sobre o conceito de "amizade a priori". Para fazer amigos, não basta reunir pessoas como em uma aldeia turística: as pessoas se tornam "amigos" quando compartilham uma experiência humana realmente - e não apenas potencialmente - importante. Os cristãos do primeiro e do I século e do século XXI têm em comum ("compartilham” passivamente) a fé em Cristo. Mas os primeiros cristãos compartilhavam (ativamente) além da doutrina também a experiência cotidiana da encarnação em suas vidas, da Salvação que vem do Espírito. E esta era uma experiência humana nunca dada como certa: a cidade terrena “não é uma sociedade de pessoas instaladas em moradas definitivas, mas de gente em caminho” (Maritain). A vida cristã e a fé no primeiro século também não eram lineares: feitas de dúvidas, contradições, medos, incertezas, fracassos, além de alegria e esperança. A complexidade de cada caminho individual de fé era compartilhada, graças à mútua disponibilidade "a priori". Portanto, até mesmo um forasteiro recém-chegado poderia ser inserido imediatamente neste processo de compartilhamento, do qual nasciam: o conselho ("a correção fraterna"), o encorajamento e o testemunho mútuo sobre a presença do Espírito Santo: alimentos essenciais de cada caminho de fé.

Por outro lado, nas missas dominicais atuais, em grande parte, participam desconhecidos que sempre permanecerão como tais. Na saída da missa às vezes cumprimentamos nossos conhecidos e amigos que moram no bairro, é verdade; mas muitas vezes o fazemos com um toque de constrangimento, quase pedindo desculpas por confessar nossa fé, e nos apressamos a falar de outra coisa: "Como vão os filhos, como vai o trabalho, quando você sai de férias ...". Isso porque essas amizades, nascidas fora da igreja, mesmo quando envolvem pessoas de fé, não se baseiam na fé comum, mas em outras situações comuns a crentes e não crentes: o amor pelas caminhadas nas montanhas, um interesse profissional, etc. Os compartilhamentos de fundamentação da amizade hoje se realizam principalmente em ocasiões sociais em que - por um justo respeito ao pluralismo ideológico - não é politicamente correto falar da presença viva de Jesus na própria vida.

Mesmo a partilha de bens (terceiro ponto) parece impossível hoje, exceto em formas mornas e minimalistas. Em primeiro lugar por falta de informação: como determinar "a necessidade de cada um", se não se conhecem os outros? A resposta à "necessidade" escapa a regras simples: como "a igualdade" de renda, riquezas ou consumos. Não é provável que um homem sem pernas precise de um suplemento de renda - para pagar próteses ou táxi - para poder ir trabalhar como todos os outros (A. Sen)? Em segundo lugar, as relações humanas e espirituais entre os primeiros cristãos tornavam mais natural a resposta à necessidade inclusive material do outro: compartilhar não era uma obrigação, mas um ato de amor. E, como diz São Paulo, você pode fazer qualquer coisa, mas se não o fizer por amor, de nada vale (e muitas vezes é melhor não a fazer). Pelo contrário, a caridade hoje também se tornou uma transação anônima pouco atraente.

Quanto ao quarto ponto, “rezar juntos”, muitas vezes existe a sensação de que os fiéis dominicais rezam sozinhos; que mesmo participando da missa juntos, enquanto recitam as mesmas orações no mesmo momento, eles se sentem fundamentalmente sozinhos. Mesmo a Eucaristia, embora chamada de "comunhão", infelizmente é muitas vezes vivida como um acesso individual à graça, com a presença mais ou menos casual de outros que, simultaneamente, mas por conta própria, recebem o mesmo sacramento.

Os jovens, sedentos de uma autêntica comunhão, estão cada vez menos interessados nesta forma de estar juntos. E a secularização é o indicador de graves sofrimentos também para os fiéis que perseveram na fé. Como é possível que a religião do humanismo integral tenha desumanizado suas práticas? Sem relações humanas profundas, a comunidade religiosa não é tal e perde o sentido. Os cristãos precisam compartilhar a fé e a oração: caso contrário, a fé se torna árida. Claro, o compartilhamento pode acontecer e, em parte, ainda acontece na família. Mas, na Europa contemporânea, também as famílias há muito deixaram de ser um lugar privilegiado onde compartilhar a vida cotidiana da fé: os casais muitas vezes são mistos; e, em qualquer caso, um compartilhamento "a dois" seria limitado.

Por que então a religiosidade organizada em torno do culto dominical foi vital até 50 anos atrás? Talvez o mundo fosse feito de tantas “pequenas aldeias”, nas quais as comunidades locais já estavam constituídas antes de entrarem na igreja, onde “se sabia tudo de todo mundo”. Em Roma, por exemplo, em bairros como Trastevere e Garbatella, muitas casas tinham dois degraus na entrada; e anda na década de 1950, entre o final da tarde e o início da noite, os moradores saíam para se sentar para conversar; a rua era um lugar público. A ausência de oportunidades favorecia a socialização. A função religiosa dominical era, portanto, o ponto alto de uma vida em comum; e a assembleia dos fiéis poderia ser chamada de "comunidade".

A ruptura das relações sociais locais determinadas pela interconexão global, pela penetração do mercado (e dos automóveis), pela alta produtividade do fator humano, no Ocidente pode ter desnaturado a liturgia dominical, transformando-a, contra sua vontade, em um anônimo rito de fiéis anônimos. Em um mundo em mudança, a natureza estática da prática religiosa determina sua crise.

Assim sendo, a melhor resposta à secularização não é perseguir nem rejeitar a modernidade, mas reagir ao individualismo, à atomização, à evanescência das relações nas Igrejas. A vida não pode ser deixada à margem da Igreja, apenas comentada, julgada ou perdoada pelo clero. Os cristãos precisam explorar, refletir e falar entre si sobre o fato de serem cristãos.


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