23 Novembro 2020
Colocar a tecnologia ao serviço do bem comum. Este é o desafio ao qual a guatemalteca Anne Fernández Moreno, de 30 anos, dedica suas energias profissionais com a Guacayán, uma plataforma de serviços dedicada ao desenvolvimento de soluções integrais em engenharia e consultoria empresarial. E é também o desafio no qual ela tem trabalhado nos últimos meses com seus colegas da aldeia Business and Transition. “As novas tecnologias são neutras. Por isso, podem oferecer enormes benefícios. Mas elas também podem causar grandes danos, como quando o algoritmo e a automação anulam a criatividade dos trabalhadores. A questão é administrá-las adequadamente” explica a jovem engenheira.
A reportagem é de Lucia Capuzzi, publicada por Avvenire, 21-11-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Outro ponto crucial, segundo Fernández Moreno, é a elaboração de uma plataforma aberta a todos que garanta a formação permanente para que as pessoas se adaptem às inovações. A começar por aquelas consideradas marginais, os excluídos dos empregos formais, os moradores de bairros populares. “Quando isso acontece - acrescenta -, a alta tecnologia torna-se um aliado precioso para romper as barreiras existentes na sociedade, reduzindo o fosso entre seres humanos e setores. O importante é definir prioridades claras. Os primeiros a usufruir das descobertas mais recentes devem ser os últimos”.
Outra questão muito cara a Fernández Moreno é a das redes sociais. “Também nesse caso é importante sair de uma disputa inútil: as redes sociais são boas ou ruins para a vida das pessoas e dos países? Ambas as respostas são válidas. Depende de como e do quanto elas são reguladas. As redes sociais são uma ferramenta preciosa para a liberdade de expressão e uma janela para o mundo. Mas também podem se tornar um meio de manipulação. Com graves danos às instituições e à democracia. O problema, portanto, é político: é uma questão de administrá-las, encontrar o justo equilíbrio entre liberdade e responsabilidade. Precisamente porque o que escrevo ou publico pode ser lido por todos, devo ser chamado a ser responsável por isso”. A alternativa é a proliferação de fake news, improváveis teorias de conspiração e meias-verdades que confundem em vez de informar. ”Por fim, há a questão dos dados confidenciais. Os nossos perfis, as informações divulgadas na Internet, são frequentemente utilizados por empresas privadas para fins comerciais ou para detectar e influenciar as tendências políticas e os comportamentos sociais das pessoas. Isso não pode ser permitido”, diz Anne, ciente de que esse e um jogo difícil. “Esses meses de trabalho com colegas da aldeia me fizeram sentir em primeira mão o desejo de mudança que existe nos jovens profissionais. Trata-se de canalizar forças para criar um sistema mais humano. Juntos".
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“Regular as novas tecnologias para romper as barreiras e construir o bem comum” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU