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O Rio não amanheceu: mortes a tiros e uma mãe que tombou

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07 Novembro 2018

"Quantos mais têm que morrer para o genocídio acabar?", questiona Natasha Neri, jornalista, cineasta, antropóloga e pesquisadora nas áreas de Justiça Criminal e Direitos Humanos. Diretora, ao lado de Lula Carvalho, do documentário “Auto de Resistência”. Se dedica ao estudo dos homicídios praticados pela polícia há 10 anos, sendo co-autora do livro “Quando a Polícia Mata: Homicídios por Autos de Resistência no Rio de Janeiro (2001-2011)”, Booklink, Rio de Janeiro. O artigo é publicado por Ponte, 06-11-2018.

Eis o artigo. 

A cada morte na favela, as mães que perderam seus filhos revivem os assassinatos e sentem na pele a morte outra vez: dessa vez, Janaina Soares, mãe de Christian, morto pela polícia em 2015, tombou.

De madrugada, enquanto os caveirões e capitães do mato invadiam as favelas da Maré e disseminavam o terror pelas ruas e vielas, tombava, vítima de infarto, Janaina Soares, mãe de Christian Soares, morto aos 13 anos, em 2015, numa operação da Divisão de Homicídios e da PM em Manguinhos.

Janaina começou a se sentir mal ontem durante o dia, mas não quis ir ao hospital. Mesmo passando muito mal, se negava a aceitar ajuda. A depressão a acometeu nesses últimos 3 anos, tendo idas e vindas no ativismo dos familiares, mas sempre se reerguendo, com um sorriso largo no rosto.

Dois dias antes, no domingo, viu o Estado matar outro adolescente de 17 anos, perto de sua casa. Mandou as fotos do corpo para as companheiras do Mães de Manguinhos. Ninguém sabia o nome do menino, que não era morador de Manguinhos. Janaina ficou atordoada, triste, desesperada. A cada morte na favela, as mães que perderam seus filhos revivem os assassinatos e sentem na pele a morte outra vez.

Foram três adolescentes mortos pelos fuzis do Estado essa semana nas favelas. Mas a mídia noticia que eles foram vítimas de “bala perdida”, essa categoria que contribui para a legitimação do processo social do genocídio.

O dia nem amanheceu e o Estado aterroriza a Maré e o Complexo do Alemão. O helicóptero aéreo dispara no Alemão. Dona Tereza, que teve seu filho morto pelo Estado, não pode sair de casa, pois “não pode botar a cara para fora de casa. É muito tiro”.

Às 7h, a confirmação. Janaína foi morta pelo Estado. Teve seis paradas cardíacas. O Estado matou Christian e agora levou sua mãe, vítima de depressão. O extermínio promovido pelo Estado corporificado no peito de Janaína. O coração adoecido da mãe parou de pulsar.

Nos grupos de familiares de vítimas, o desespero das companheiras de luta de Janaína. O sofrimento. O grito. O choro. As Mães de Manguinhos saem pelas ruas atrás da família de Janaína. As outras mães se desesperam, passam mal, vomitam, tomam calmante, tremulam. O Estado aniquila a saúde das mães e moradores de favelas. Quantos mais têm que morrer para o genocídio acabar?

Além de Christian, morto pela polícia aos 13 anos, Janaina era mãe Caique, o caçula. Janaina teve o pai dos meninos morto num assalto quando ele trabalhava como segurança do metrô e teve que criar sozinha seus dois filhos.

“A bala tá voando”, conta um morador da Maré, que passou a noite em claro, por conta da chuva de tiros da polícia. Mais quatro mortos pelo Estado, além de outros feridos. Um professor, William, assassinado em via pública pela polícia. A TV afirma que ele tinha passagem por porte de arma. Mais uma vez, a mídia criminaliza os mortos pelo Estado, e este afirma que a operação foi “bem sucedida”, pois apreenderam drogas.

Dona Tereza ainda não conseguiu sair de casa no Alemão, pois a polícia continua violando os direitos dos moradores. E a operação na Maré não acabou. As mães de vítimas continuam chorando. Um choro coletivo. A morte é coletiva. Mas uma abraça a outra, se afagando, se consolando, se fortalecendo. “Vamos resistir, por Janaína”, elas gritam.

O Rio não amanheceu.

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