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10 Mai 2018

Ermanno Olmi voou para longe, deixando para trás um rastro de memórias, imagens e de amor. O avô Anselmo, que "quando era jovem subiu no topo de um eucalipto e balançando no vazio cantava aos brados o amor por sua Bettina". E a tia esquisita que por brincadeira tinha inventado uma oração endiabrada em dialeto local, “Sö ol sòcol / zò ol sòcol / sö ol sòcol / zò ol sòcol” sobe o casco, desce o casco. E o menino estudante que, dando razão a Leon Tolstoy e sua convicção quanto à pureza da linguagem das crianças ( "ah, se eu pudesse escrever como eles") compôs um dia o poema perfeito: "Nada de árvores nada de flores. Nada de flores nada de cerejas. Nada de cerejas nada de crianças."

O comentário é de Gian Antonio Stella, publicado por Corriere della Sera, 08-05-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

O grande diretor morreu em Asiago, onde tinha decidido viver desde 1959 em uma casa um pouco afastada, perto do Monte Zebio, ao lado de um bosque cheio de esquilos e cabritos. Ele tinha ido naquele local para trabalhar com Mario Rigoni Stern para o script do filme Il sergente nella neve, que depois acabaria não sendo rodado: "De repente, do fundo de uma pequena colina, acima de uma espessa camada de névoa abriu-se um rasgo de luz, um brilho como um encantamento - escreveu anos depois Paolo Di Stefano - Olmi olhou para cima, pegou uma pedra do chão, atirou-a para o alto e a deixou cair um pouco afastada: "Se um dia eu me casar e tiver filhos, ali é que vou construir a minha casa." E Rigoni se abaixou para pegar outra pedra e a jogou a poucos metros de distância dizendo: "Também vou vir, adoro confusão”. Confusão demais. Principalmente para aqueles que, como acreditava Ermanno (envolvendo no mesmo projeto, uma terceira casa, para roteirista e historiador do cinema Tullio Kezich), adoram os silêncios: “Que bom se tivéssemos a humildade para aceitar o silêncio como a mais alta forma de comunicação. Há silêncios, como afirma o teólogo Raimon Panikkar, que valem por todas as palavras do mundo”.

O silêncio que esperava encontrar nas vastas estepes russas, onde tinha teimosamente indo para filmar o novo filme que ele tinha em mente, sobre a grande pianista russa Marija Judina e sobre a noite em que Stalin, ouvindo no rádio o seu "Concerto K. 488 de Mozart" ligou porque queria imediatamente o disco "mas o disco não existia e, assim, para não desagradar o déspota, decidiram fazê-lo na hora, para tanto buscando naquela noite mesmo os músicos e os maestros e trabalhando nisso até o amanhecer".

O tirano, grato, enviou para a artista vinte mil rublos. Uma enorme quantidade. "Agradeço-lhe - respondeu Marija - Vou rezar dia e noite por você e pedir ao Senhor para perdoar seus graves pecados contra o povo e a nação. Deus é misericordioso, vai perdoá-lo. O dinheiro será encaminhado para a restauração da igreja que eu frequento." E Ermanno decidiu: "Vou lá." Aos 86 anos de idade, doente, dentro de um trem e de um trailer. Nada de avião: “Quero sentir o cheiro da estepe."

Ele não conseguiu. Nascido em Bérgamo ("em um bairro chamado Malpensata ..."), foi criado em Bovisa e Treviglio ( "eu perguntava: por que tenho o cabelo tão ruivo? “Você nasceu sob um tomateiro"), ele era o filho de um trabalhador ferroviário morto por uma bomba quando ele ainda era criança e de uma mulher de grande inteligência e ironia, "Ela me provocava: ‘Gosto mais de ti mais do que de uma ninhada de ratos’”.

Estudante tão distraído a ponto de abandonar os estudos (ele teria sido compensado com títulos honoríficos), mas leitor onívoro, começou a trabalhar como padeiro. "Começava a meia-noite e terminava ao meio-dia. Por doze horas de trabalho, me davam um quilo de pão. Falar isso agora parece uma ninharia. Na época era uma graça da Providência. É preciso respeito, pelo pão".

Até em seu último filme Torneranno i prati, sobre a Primeira Guerra Mundial filmado em Val Formica no inverno de 2014, empurrando uma mula que afundava na neve ("Não existem mais mulas como antigamente! Aquelas subiam aqui em cima como balas de canhão. Essas agora são mimadas. Molengas!") há um tributo ao alimento da Providência. O soldado que antes de sair da trincheira para se expor à morte beija um pedaço de pão e coloca-o sob a sua jaqueta. Sobre o coração.

Foi contratado aos vinte anos pela Edison Volta, onde trabalhou por vinte anos, grande parte dos quais dedicados à “organização do tempo livre”. Onde começou a dirigir documentários industriais. Cada vez mais bonitos. Cheios de poesia.

Até o primeiro filme, Il tempo si è fermato. Depois, Il posto onde o papel principal era confiado a Loredana Detto, que se tornaria sua companheira de toda a vida e mãe de seus três filhos.

Mulher bonita, delicada e forte. Sempre próxima, até o fim.

Ele dirigiu L’Albero degli Zoccoli (A Árvore dos Tamancos), talvez sua obra-prima poética com a qual conquistou Cannes e a fama mundial, partindo das histórias que ele lia para seus filhos. Falavam da sua infância e "eles ouviam essas histórias como se pertencessem a um mundo lunar: as vigílias no estábulo, o trabalho, a relação de afeto com os animais. Eles ficavam extasiados". Contra quem franzia as sobrancelhas falando de “uma operação nostálgica” ele respondia que sim, ao narrar histórias ‘suas’ as acariciava "com um pouco de ternura, mas nostalgia não significa pesar". E até mesmo pela "profunda solidariedade entre os homens" daquele mundo de camponeses, porque "como dizia João XXIII, só os pobres sabem entender os pobres."

Listados nos catálogos como "diretor católico", talvez pelos temas que abordava ou pelas amizades que cultivava, como aquela com Gianfranco Ravasi, ele rejeitava o rótulo: "Eu sempre tive grande dificuldade em acreditar em Deus, e com Deus até mesmo trapaceei, fazendo-lhe perguntas e depois me dando as respostas sozinho, respostas que eram como aquelas das crianças quando brincam com a própria consciência. Mas com Jesus, eu nunca pude trapacear, porque, além do fato religioso, o testemunho de Cristo (não falamos do Filho de Deus, mas do homem) sempre me deixa constrangido. Eu não consigo me livrar de alguém como Jesus Cristo, que realizou gestos com os quais precisamos nos confrontar por toda a vida. É a vida que me ajuda a conceber o desejo de Deus, porque eu não poderia sequer conceber Deus se não amasse a vida. A grande alegria da vida humana qual é? Que o homem é a única criatura capaz de se deslumbrar diante das maravilhas do mundo. A alegria de viver, esse deslumbre, é o que me ajuda a acreditar em Deus.

Amigo do Cardeal Martini, a quem dedicou o último documentário escrito com Marco Garzonio, profundo admirador do Papa Francisco, explicava que se ele tivesse feito um filme sobre Jesus, teria gostado de se inspirar em Dom Milani. Que imaginava "um Cristo que durante todo o filme ninguém soubesse onde estava e isso estimularia o espectador a procurá-lo para descobrir quem era só no final." Ele amava Milão, mas não mais a reconhecia: "Tente gritar na Piazza del Duomo:'Estou apaixonado!'. Será ignorado".

Quando ficou doente, a doença que Curzio Malaparte chamava de "maldita", reagiu da melhor forma possível. Falava de sua pousada favorita e da amiga Loriana que "quando soube que eu não poderia passar com ela a festa de ano novo, começou a chorar e disse: ‘então vou mandar para a sua casa um frango cozido’”. E, depois, do lendário personagem do folclore local, o Baffo di Cesuna, que sempre dizia "enquanto há vida, há férias" e mandou imprimir o próprio obituário "Não podendo comparecer pessoalmente ao meu funeral...". E do velho Toni Lunardi que "mal sabia ler e escrever, mas tinha uma capacidade homérica de contar histórias fantásticas." E de uma viagem aérea com Ignazio Buttitta que virou risada: "Buttitta falava com um mongol. Ele falava apenas dialeto siciliano, o outro só mongol. E se divertiam como loucos. Não é a desqualificação da palavra: é reconhecer que a palavra tem limites. Além desses limites há a poesia."

Ele era um bom homem. Gentil. Ele fazia com que as pessoas gostassem dele. Quando sentiu que seu fim estava próximo, e o inverno chegou, ele confidenciou: "Eu sinto fluir a minha vida. Mas estou sereno." Ele esperava partir como na A Lenda do Santo Beberrão de Joseph Roth: "Que Deus conceda a todos nós, a nós beberrões, uma morte tão leve e bela." Não lhe foi concedida. Depois de meses desgastantes de transfusões e suspiros, na chegada da primavera, quando os campos de Asiago começavam a se vestir de amarelo, pediu para ser conduzido até o terraço no fundo da sua casa. Ele queria ver se do bosque sairia para procurá-lo, pulando em cima da cerca, o costumeiro esquilo. Ele também sentirá a sua falta.

***

Nota da IHU On-Line: No XVIII Simpósio Internacional IHU.A virada profética de Francisco. Possibilidades e limites para o futuro da Igreja no mundo contemporâneo, a ser realizado de 21 a 24 de maio de 2018, na Unisinos – campus Porto Alegre, será apresentado o último filme de Olmi, intitulado ‘Sono uno de voi’. Trata-se de um documentário sobre o cardeal Carlo Maria Martini. A exibição do documentário ocorrerá no dia 21 de maio, às 10h.

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