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Padres pedófilos: crueldade jornalística ou vitimismo institucional? Artigo de Marco Marzano

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28 Julho 2017

“Aconselho os jornalistas vaticanos a lerem melhor o relatório do advogado Weber: nele, encontrarão a descrição de criancinhas agredidas com punhos na cara, ou forçadas a engolir o próprio vômito, ou espancadas selvagemente com paus e marretas, enfiadas debaixo de duchas ferventes ou gélidas, e tantas outras ações do gênero. Os crimes não são cometidos apenas na cama, quando há sexo no meio, como talvez pensem algumas pessoas de bem.”

A opinião é do sociólogo italiano Marco Marzano, professor da Universidade de Bérgamo, em artigo publicado por Il Fatto Quotidiano, 25-07-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

O renomado órgão oficial da Santa Sé interveio com um comentário significativamente intitulado “Dois pesos e duas medidas”, sobre os fatos de Regensburg, lamentando a excessiva dureza com que os meios de comunicação (e, em particular, o meu texto no jornal Il Fatto Quotidiano de sexta-feira passada) tratariam os escândalos da Igreja Católica.

No quartéis, afirma o artigo, cometem-se crimes semelhantes cometidos, e ninguém parece se indignar. Quando, ao contrário, o problema diz respeito à Igreja Católica, como para os fatos de Regensburg, a piedade para com a instituição seria posta de lado, e a crueldade jornalística, exaltada.

E, além disso, em Regensburg, pontua o L’Osservatore Romano, teria se tratado, principalmente, de “ações manuais” (547 casos confirmados) mais do que de abusos sexuais (67 casos). Os primeiros seriam, para o L’Osservatore Romano, bondade sua, “desprezíveis”, “mas certamente menos graves do que os estupros”.

Aconselho os jornalistas da renomada publicação a lerem melhor o relatório do advogado Weber: nele, encontrarão, além da descrição dos tantos abusos sexuais, a de criancinhas do Ensino Fundamental agredidas com punhos na cara, ou forçadas a engolir o próprio vômito, ou espancadas selvagemente com paus e marretas, enfiadas debaixo de duchas ferventes ou gélidas, e tantas outras ações do gênero.

Portanto, não se tratou de simpáticas bofetadas ou de “ações manuais”, mas sim de torturas de campo de concentração, cometidas contra crianças aterrorizadas e impotentes. Os crimes não são cometidos apenas na cama, quando há sexo no meio, como talvez pensem algumas pessoas de bem.

A gravidade dos fatos de Regensburg, no mérito apenas rapidamente mencionada no artigo, sem proferir uma única palavra de proximidade para com as vítimas, teria sido exagerada artisticamente por inveterados inimigos da Igreja, que teriam se aproveitado da ocasião para disparar contra o seu alvo predileto, de acordo com um consumado hábito de criminalizar o catolicismo.

O L’Osservatore Romano, em suma, escolheu a linha do vitimismo, da injusta perseguição. Digo-o novamente com clareza: se essa continuar sendo a linha vaticana, a Igreja irá ao encontro de grandes problemas. Chorar sobre si mesmos poderá surtir o efeito de compactar os fidelíssimos mais tradicionalistas, os fiéis menos maduros, aqueles para os quais qualquer crítica à Igreja Católica equivale a um ato de lesa majestade, mas não vai impedir que se derrame sobre a instituição uma imensa quantidade de descrédito e de desafeição popular, como ocorreu, por exemplo, na Irlanda, onde uma Igreja antigamente muito poderoso está hoje reduzida a um lampejo, também por causa dos escândalos ligados à pedofilia.

E, depois, que credibilidade pode provir da posição pueril de quem, acusado de uma culpa grave, lamenta-se de que o outro não sofreu o mesmo destino? Quem pode acreditar que a mais antiga, rica e poderosa instituição religiosa do Ocidente é uma criatura injustamente maltratada, fraca e necessitada de proteção?

E, finalmente, quem não compreende que, se se der o destaque que se merece a notícias como as de Regensburg, encorajam-se outras vítimas a finalmente virem à tona, a denunciar os torturadores?

A verdade é que a Igreja Católica tem às suas costas uma história milenar que, assim como qualquer outra história humana, produziu ações magníficas e edificantes, e crimes horrendos. A pedofilia é um destes últimos.

Para entender de onde ele provém, para compreender como foi possível que, em Regensburg e em outros lugares semelhantes, houvesse uma enorme concentração de sádicos e por que ninguém os deteve e os denunciou, isto é, por que a violência, também sexual, e o abuso tornaram-se, aqui e acolá, sistema, cultura compartilhada, para lançar luz sobre tudo isso é necessário iniciar uma impiedosa investigação autocrítica, é indispensável começar realmente a refletir, sem medo, sobre a monstruosidade daqueles gestos e sobre a razão pela qual foram cometidos justamente ali e justamente por padres e, nesse caso, estimular a emergência da denúncia de novos casos, pôr em ação um gigantesco processo de limpeza moral e espiritual que, inevitavelmente, também deve se referir ao passado: uma ação aterrorizante e assustadora, dou-me conta, para uma instituição pouco afeita à mudança e aos exames de consciência coletivos como a Igreja Católica, mas, também, o único modo de combater o “espírito de Regensburg”, ou seja, o sentimento de onipotência, a percepção de si mesmos como criaturas autorizadas a fazer de tudo, a usar e abusar do próximo tratando-o como um mero instrumento para o próprio prazer, a governar os corpos e as consciências com a brutalidade, o engano e a arbitrariedade, sem reconhecer a humanidade e o sofrimento dos fracos e indefesos, e sem a capacidade de admitir as próprias responsabilidades, a se reconhecer culpados, a fazer autocrítica.

Em todo o caso, invocar horrores semelhantes cometidos em outros lugares, por exemplo nos quartéis, não ajuda e representa uma penosa tentativa de desviar a atenção do problema, para fazer com que o público se concentre no dedo que aponta para a lua, e não na lua.

É claro que, em relação às ilegalidades cometidas nos quartéis, em um regime democrático, é preciso usar, também por parte da imprensa, uma inflexível severidade, mas também é preciso lembrar que as Igrejas não são exércitos (e não só porque nestes estão ausentes as vítimas mais fracas, isto é, as crianças): elas, especialmente nos nossos dias, no clima de liberdade em que, felizmente, vivemos, prosperam se as pessoas se convencem de que, no seu interior, sopra um vento de autenticidade, de beleza e de amor.

Exatamente o contrário daquele clima sombrio, criminoso e malvado que soprava em Regensburg e em tantos outros lugares semelhantes, aqueles que já descobrimos e aqueles que provavelmente viremos a conhecer em breve (porque ainda há muitas histórias como essas que permaneceram na sombra).

Não entender isso significa se jogar no precipício sem paraquedas.

Leia mais

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