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Dom Paulo Evaristo Arns e o Brasil

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31 Janeiro 2017

"No caso das penitenciárias, podemos e devemos recordar erros não apenas do poder (?) civil, mas das próprias igrejas. A católica tem muito a confessar sobre a situação atual. No século 20 a maior diocese do País, talvez do mundo, era dirigida por um homem de fé e coragem chamado Paulo Evaristo Arns. Além das qualidades cristãs, ele possuía uma cultura acadêmica invejável. A prova está em seu doutoramento na Sorbonne: La technique du livre d’après Saint Jérôme", escreve Roberto Romano, professor da Universidade Estadual de Campinas, em artigo publicado por O Estado de S. Paulo, 29-01-2017. "A Igreja Católica de São Paulo, sob o seu impulso, operou como imenso coração que distribuía esperança, fé, caridade para todo o organismo nacional, eclesiástico ou civil", constata.

No entanto, escreve, "toda aquela misericórdia foi perseguida sine ira et studio por João Paulo II, hoje proclamado santo pelo Vaticano na sua costumeira Realpolitik. A diocese paulista foi esquartejada e perdeu a força de resistência ao arbítrio. O pontífice (conferir a biografia escrita por Politi e Bernstein, Sua Santidade) arrancou as sementes evangélicas trazidas por Evaristo Arns.

Segundo ele, "a nova ordem eclesiástica afasta corações e mentes da verdadeira cura d’ almas, os pobres e os encarcerados passou a ser a norma da hierarquia. Estava “fora de moda” lutar em favor de mudanças nas prisões. No sepultamento de Paulo Evaristo, espremido contra as colunas da catedral, vi e ouvi jovens padres parolando e rindo perto do féretro. O povo chorava, silente".

Eis o artigo.

A crise de nossa terra apresenta múltiplas faces, todas elas apavorantes para quem reflete com prudência. O Brasil de hoje é amálgama de violência, irresponsabilidade pública, desprezo pela vida na política, economia, religião. O País, no momento, não pode ser visto como território banhado pelo verdadeiro, belo ou bom. Ele seria mais bem descrito como admirável horror.

Desemprego, insegurança jurídica acentuada, sobretudo para os “negativamente privilegiados”(expressão de Max Weber), tudo falta aqui, sobretudo e principalmente vergonha ética. Ouvimos e vemos o que outrora era inaudível e afastado da visão. Vigora o labirinto do anti-Estado, definido por Norberto Bobbio ao denunciar os perigos trazidos à Itália pela corrupção política unida à Máfia.

O Estado perde rapidamente o seu atributo essencial, a soberania sobre corpos e mentes. Boa parte do território obedece a normas de facínoras oriundos do Brasil ou do estrangeiro. Chegamos finalmente à pergunta proferida por Santo Agostinho: “Sem a justiça… os Estados não seriam apenas grandes quadrilhas? E uma quadrilha não é um pequeno Estado?”. Sim, caro santo, o Brasil confirma o diagnóstico. O roubo do erário e dos cofres privados une políticos de todos os naipes aos bandoleiros do narcotráfico. O cidadão é submetido aos oligarcas sem ter, como retorno, sequer a garantia da vida.

No caso das penitenciárias, podemos e devemos recordar erros não apenas do poder (?) civil, mas das próprias igrejas. A católica tem muito a confessar sobre a situação atual. No século 20 a maior diocese do País, talvez do mundo, era dirigida por um homem de fé e coragem chamado Paulo Evaristo Arns. Além das qualidades cristãs, ele possuía uma cultura acadêmica invejável. A prova está em seu doutoramento na Sorbonne: La technique du livre d’après Saint Jérôme.

Antes e depois seguiu cursos em universidades prestigiosas: Instituto de Pedagogia e Instituto de Altos Estudos em Paris e também estágios na Alemanha, na Inglaterra, na Holanda, na Bélgica, nos Estados Unidos e no Canadá. Ainda defendeu teses como Les Confessions de Saint Augustin dans l’oeuvre de Saint Bonaventure. Toda a cultura haurida na Europa deu ao cardeal Arns uma força analítica e de planejamento invulgar no Brasil. Ele previu malefícios futuros para a nossa terra e tentou atenuá-los em tempo certo.

Na Unicamp, onde recebeu o título de doutor honoris causa, fui escolhido para a saudação oficial. Recordei traços de sua carreira acadêmica que justificavam a honraria. Mas insisti sobre o perfil humano do agraciado, a sua lucidez e coragem em defesa da livre imprensa, as denúncias contra torturas e injustiças. No mesmo instante em que enumerava aos colegas as virtudes de Evaristo Arns eu revia, no íntimo, aspectos da prisão sofrida por mim e companheiros e o constante socorro do arcebispo paulistano. E citei sua luta pela humanização dos presídios nacionais, com a Pastoral Carcerária. A Igreja Católica de São Paulo, sob o seu impulso, operou como imenso coração que distribuía esperança, fé, caridade para todo o organismo nacional, eclesiástico ou civil.

Mas toda aquela misericórdia foi perseguida sine ira et studio por João Paulo II, hoje proclamado santo pelo Vaticano na sua costumeira Realpolitik. A diocese paulista foi esquartejada e perdeu a força de resistência ao arbítrio. O pontífice (conferir a biografia escrita por Politi e Bernstein, Sua Santidade) arrancou as sementes evangélicas trazidas por Evaristo Arns.

As pastorais se retraíram à tepidez dos insensíveis (Apocalipse 3, 16). Auxiliares de Arns foram afastados, caso de frei Gilberto Gorgulho, inteligência aguda da Ordem dos Pregadores. A gangrena burocrática dominou a formação de presbíteros e possíveis bispos. A nova ordem eclesiástica afasta corações e mentes da verdadeira cura d’ almas (certa feita, dom Paulo me confidenciou que sua preocupação maior era com o pastoreio), instalando novamente o regime das sacristias mofadas e distantes dos males que infestam a sociedade. O descompromisso com os pobres e os encarcerados passou a ser a norma da hierarquia. Estava “fora de moda” lutar em favor de mudanças nas prisões. No sepultamento de Paulo Evaristo, espremido contra as colunas da catedral, vi e ouvi jovens padres parolando e rindo perto do féretro. O povo chorava, silente.

Após defender generosamente o povo paulista e brasileiro, Arns e seus auxiliares foram exilados pelos êmulos de João Paulo II. Tal sorte sofreu o referido frei Gorgulho, decisivo na defesa da PUC e de seus docentes, na ditadura. “Poucos sabem, mas a demissão da PUC-SP, numa vala comum típica do capitalismo que justamente as instituições católicas gostam de criticar, juntamente com centenas de outros professores, causou-lhe profundo desgosto, sobretudo quando soube que o motivo alegado, mas que o burocrata de plantão não teve coragem de lhe dizer, foi que “o seu tempo tinha passado”.

Enfraquecida a pastoral, sobretudo a carcerária, São Paulo assistiu ao adensamento das organizações criminosas nos presídios, sem que vozes éticas respeitadas relativizassem seus feitos. O tempo de dom Paulo, Gilberto Gorgulho e demais profetas do Evangelho tinha passado. No seu vácuo surgiu o pandemônio do qual a Igreja não pode alegar plena inocência.

Francisco, no trono de Pedro, terá tempo para corrigir o desvio de rota praticado sob João Paulo II? Georges Bernanos, que esteve no Brasil em dias sombrios, escreveu obras-primas sobre a tibieza católica. Recomendo o terrível Sob o Sol de Satã, seguido de A Impostura e, sobretudo, de O Grande Medo dos Bem-Pensantes. Os crentes são ali retratados por um artista que descreve perfeitamente a Igreja e seus fiéis infiéis.

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