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Bento XVI, o último papa de Nietzsche. Artigo de Marco Vannini

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14 Fevereiro 2013

O verdadeiro drama do papa diz respeito a uma coisa realmente essencial: uma fé que perdeu os seus fundamentos históricos.

A opinião é de Marco Vannini, um dos maiores estudiosos italianos de mística especulativa. Em português, foi traduzida a sua Introdução à mística (Edições Loyola, 2005). O artigo foi publicado no jornal Il Manifesto, 13-02-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

A renúncia de Bento XVI surpreendeu a todos por ser inesperada. Devo dizer, porém, que eu não me abalei muito, porque eu a vi naquela que eu acredito que seja a sua realidade mais simples e verdadeira, isto é, como a renúncia a um cargo que se tornou pesado demais pelo peso da idade e das condições de saúde precárias. Vendo na TV o rosto do papa enquanto ele lia no consistório o anúncio da renúncia, percebi os sinais da velhice, do cansaço, por parte de um homem que provavelmente – que Deus não o queira e o conserve em vida ad multos annos! – se sente próximo do fim.

Vendo, ao contrário, aquelas que podem ser razões diferentes dessa renúncia, relativas a problemas do seu próprio cargo, e portanto inerentes aos problemas da Igreja Católica neste momento histórico, digo com igual franqueza que as considerações dos vaticanistas ou dos opinadores do setor parecem-me inapropriadas e redutivas. Talvez não sejam equivocadas, no sentido de que elas provavelmente também desempenharam um papel no fato de fazer com que o papa sinta todo o peso do seu ofício, mas certamente não são essenciais, porque as questões que tornavam pesada para o papa a sua cruz, realmente cruciais, eram e são bem outras.

Certamente, as brigas e as intrigas curiais são cansativas, mas não são novas, ao contrário, sempre estiveram presentes. O episódio dos padres pedófilos foi e é penosa para a Igreja destes anos, mas não é uma novidade: padres, bispos, cardeais sodomitas, assim como mulherengos, sempre houve: no romance de Abraham Giudeo e Giannotto di Civigny no Decamerão se defende, paradoxalmente, que a sua presença demonstra que Deus assiste a sua Igreja.

Doloroso, mas também destinado a se esgotar em uma temporada, foi o episódio das cartas roubadas pelo secretário-mordomo: certamente não é o evento que afunda um barco que percorreu muitos outros mares e enfrentou muitas outras tempestades. Também outros problemas, mais sérios, como o celibato dos padres ou do sacerdócio feminino, não são novos, nem tais a ponto de sacudir muito uma instituição acostumada a pensar em termos de séculos, senão de milênios.

O verdadeiro drama do papa é outro e diz respeito a uma coisa realmente essencial: uma fé que perdeu os seus fundamentos históricos. Lembro que o principal esforço de Bento XVI nestes anos foi a redação de uma vida de Jesus, da qual no Natal passado foi publicado o último volume, dedicado à infância do próprio Jesus. Muito significativamente, a obra foi apresentada como um estudo científico, do qual o autor, justamente, era o professor Joseph Ratzinger, o especialista em história do cristianismo, que dialoga com os doutos, antes mesmo do que o pontífice romano que fala ex cathedra.

Eu acredito que um homem culto como o papa, a quem não são desconhecidos os resultados da pesquisa histórica, não pode honestamente acreditar nas histórias bíblicas, mas sabe muito bem que o Gênesis, as histórias dos patriarcas, o Êxodo etc. são invenções. Mais ainda: são construções míticas a história do nascimento de Jesus, a concepção virginal, assim como é lendária boa parte do relato evangélico, inclusive – talvez – a própria ressurreição.

Mas o drama não está só nisso, está também no fato de que o papa conhece muito bem a profundidade espiritual do cristianismo, a fé não como crença em um ou mais fatos históricos, mas como experiência do espírito. E, portanto, o verdadeiro drama vem da dificuldade de fazer compreender que a verdade do cristianismo subsiste intacta – ou, melhor, vem realmente à luz – também sem aquelas crenças tradicionais, às quais foi confiada por dois milênios. Fazer com que o cristianismo passe de uma fé ingênua ao conhecimento do espírito no espírito é, na realidade, uma tarefa que requer séculos, provavelmente, e forças muito superiores às de um velho papa.

Por isso, a renúncia de Bento XVI fazem vir à mente o "último papa" de que Nietzsche fala profeticamente, na verdade, no seu Zaratustra: aquele velho papa ex-Ausser Dienst, aposentado, justamente, porque o seu Deus, "um Deus escondido, cheio de mistério", está morto. Foi morto por aquele mesmo amor de verdade que fez com que um mestre dissesse: "'Deus é espírito', dando assim o maior passo rumo à incredulidade: não é fácil, de fato, sobre a terra, remediar tal palavra".

Mas Bento XVI também conhece outras palavras daquele mestre: "É bom para vocês que eu vá, porque, se eu não for, o espírito não virá até vocês. Ele conduzirá vocês a toda a verdade".

Por isso, ele se despediu com dignidade e humildade comoventes, mas também e sobretudo com grande serenidade, fruto de uma fé que não é crença, mas saber.


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