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Por: Cesar Sanson | 06 Outubro 2014

O educador Fernando Gois, 56 anos, está de malas prontas. Vai partir. Na bagagem, uma troca de calça e de camisa, RG e CPF, óculos de grau e relógio. Leva a Bíblia e um livro de salmos. Caderneta com caneta. Cobertor curto, de campanha. Um pedaço de papelão – para lhe servir de cama nas noites de sereno.

A reportagem é de José Carlos Fernandes e publicada pela Gazeta do Povo, 03-04-2014.

Isso mesmo, Fernando – ex-frade carmelita, fundador da Chácara dos Meninos de 4 Pinheiros, em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, iniciativa reconhecida pela Unesco – vai se tornar morador de rua e andarilho. Não tentem convencê-lo do contrário, alegando que o mundo não precisa de mais um mendigo. Será em vão.

Quando os conhecidos sabem da decisão, sabatinam o Fernando com questões de ordem prática e teórica. Às razões práticas: não, não vai de tênis com amortecedor, mas de sandálias de borracha, meio de transporte que lhe rendeu o augusto título de “monge pé de chinelo”, desferido por um político em fúria. Gois preferiu tomar como um elogio – assim ficou.

Tempos atrás, lhe presentearam com uma sandália de couro. “Muito ruim...” Deu-a a um carrinheiro em troca de uma de tiras, bem surrada, com a logomarca do Paraná Clube. Ótimo negócio e ainda manteve a fama.

Sim, goza de boa saúde: não tem olho de peixe, tendinite, esporão, fratura de calcâneo. Nem calo nem bolha. Ah, agradece, mas dispensa o protetor solar. Tem o pelo duro de um sertanejo, avisa esse brasileiro de origens sergipanas. Quanto às quatro refeições diárias, vai comer o que pintar. Dá certo, garante: já fez um test drive. Melhor, três.

Dia desses, operou uma caminhada de Curitiba até a “4 Pinheiros” – 51 quilômetros, nove horas a pé, sua marca olímpica. Carregava água e oito bolachas, que lhe foram pedidas por um trecheiro com o estômago nas costas. “Doeu, confesso. A maior briga é com a gente mesmo.” Ao chegar ao pedágio, uma moça insistiu para que ele levasse um panetone, “peninha”. Topou, para alegria dos meninos do projeto, que o esperavam. Devoraram juntos a iguaria de supermercado. Os religiosos chamam isso de providência. Os demais, sorte grande.

Outra prova de fogo se deu meses atrás. Gois se integrou ao movimento dos Peregrinos e Peregrinas do Nordeste. Andou 150 quilômetros em 17 dias, uma “moleza” digna de Dorival Caymmi. “Sou mais rápido que eles”, gaba-se. A regra no grupo é seguir ao sabor do vento e da caridade de estranhos. Ninguém leva nada. Não passou fome nenhum dia.

O terceiro teste ocorreu em Salvador, junto aos sem-teto que se abrigam numa igreja. Dessa vez, o ativista ouviu histórias de gente que passou mais da metade da vida na rua. Com as informações, montou suas estratégias. Eis o plano: parte em janeiro, rumo a Aparecida, para antes pedir as bênçãos da Padroeira do Brasil. Serão 400 quilômetros, na raça. Na ida, pernoita em cidades de beira de estrada – quer saber como está sendo tratada a turma da rua. Algo em contrário, bingo, fará vigília na porta da prefeitura. O ponto final será a Praça da Sé, de onde pretende despachar nos próximos anos. Apareçam para uma visita.

A paixão de Fernando pela rua soma bem uns 30 anos. Nos tempos de noviço carmelita, sentiu-se chamado a estar junto aos mais pobres entre os pobres. Queria seguir os passos de São Francisco, Charles de Foucault, Teresa de Calcutá, padre Alfredinho... Bem que tentou. Fez-se boia-fria – comendo seu primeiro macarrão azedo na lata. Fez-se morador da favela da Vila Lindoia – o peixe achado no lixo por uma vizinha, depois de uma fervura, desceu-lhe que uma beleza. Fez-se um dos muitos que dormiam na Praça Rui Barbosa, em Curitiba.

Foi ali que o festejado morador de rua “Neguinho do Pé Cortado” lhe passou uma carraspana. Disse que a concorrência no relento andava brava. Que o melhor que podia fazer pelos pobres era mostrar como sair dali. Resignou-se. Criou a Chácara dos Meninos de 4 Pinheiros, mas não teve uma vez em que viu mendigos sem desejar estar com eles. “É uma questão mística”, informa, quanto às razões teóricas.

Sabe que é difícil explicar. A mendicância é sua subida ao Monte Carmelo. Perguntam-lhe se não tem medo de facadas, de que lhe joguem ácido, da polícia, dos bebuns, do escuro. Os guris do projeto ameaçam segui-lo estrada afora. Acha graça de tanta gastura. E dá a palavra final: “Não, senhores. Agora é a minha vez.”

Fernando, o andarilho

Nos anos 1980, quando noviço carmelita, ele se sentiu chamado a viver com as pessoas da rua. Não conseguiu. Refugiou-se na espiritualidade. Mas não sossegou. Nos anos 1990, criou a Chácara dos Meninos de 4 Pinheiros, apontada pela Unesco como uma das melhores iniciativas latino-americanas em prol da infância. Seu projeto está encaminhado. Resta-lhe realizar a missão pela qual espera faz três décadas. Poucos compreendem. “Eu me coloco no lugar delas. Mas é difícil explicar”. 


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