Por: Jonas | 11 Setembro 2015
A Arquidiocese de San Salvador publicou no jornal diocesano, neste final de semana, a notícia de que o Arcebispo de San Salvador aceitou o “Suplex Libellus”, quer dizer, a petição de abertura formal da causa do sacerdote jesuíta salvadorenho Rutilio Grande García, ainda que o processo já esteja em uma etapa avançada. No decreto publicado pelo Arcebispado, é informado que a petição foi feita por Dom Rafael Urrutia, que foi constituído como vice-postulador da causa “por mandato fechado em Roma, no dia 16 de junho do ano em curso”. Súper Martyrio confirmou que o Postulador da causa será o Pe. Anton Witwer, S. J., Postulador Geral dos Jesuítas.
A informação é publicada por Super Martyrio, 09-09-2015. A tradução é do Cepat.
A designação à casa geral jesuíta confirma a importância da causa durante um pontificado jesuíta. Muitas fontes informaram que a causa é próxima ao coração do papa Francisco. O cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos – a máxima autoridade sobre processos de canonização na Igreja – comunicou essa importância ao arcebispo de San Salvador, Dom José Luis Escobar Alas, em maio. “Estamos muito alegres – o Papa está muito alegre – que Você já tenha iniciado o processo de canonização do Pe. Rutilio Grande”, enfatizou o purpurado ao arcebispo Escobar, quando o encontrou no aeroporto.
O próprio Papa Francisco mencionou o Pe. Grande, por conta própria, quando foi perguntado sobre a causa Romero, em agosto de 2014, no retorno da Coreia: “por trás dele [Romero], vem Rutilio Grande”, recordou o Papa.
O interesse do Santo Padre não é por acaso: “Conheci Rutilio Grande, certa vez, em uma reunião da América Latina, mas não falei com ele”, disse o Pontífice. “Após sua morte, interessei-me muito. Ele deixou o ‘centro’ para ir às periferias” – um dos motivos pastorais centrais do pontificado Bergoglio. O Pe. Grande deixou o ensino universitário “para ser pároco dos camponeses oprimidos e marginalizados”, disse o Cardeal Amato, em sua homilia por Dom Romero. “Foi um grande”, disse o Papa.
A causa Rutilio Grande se nutre das lições aprendidas durante o curso da causa Romero e espera abreviar intensamente o tempo necessário para atingir a meta. De fato, antes mesmo da aceitação do “Suplex Libellus”, muito trabalho já havia sido feito. Entre o final do ano passado e o início do ano em curso, foram reunidos aproximadamente 30 depoimentos de testemunhas, incluindo familiares, sacerdote e leigos, para respaldar a beatificação do mártir jesuíta salvadorenho. Dom Urrutia, Pe. Edwin Henríquez (segundo vice-postulador da causa) e o advogado Rodrigo Belismelis (também veterano da causa Dom Romero) reuniram depoimentos em El Salvador e na Guatemala.
Após concluir o processo diocesano, o recurso de Pe. Grande passará às mãos da cúria jesuíta, cujos casos recém-concluídos de maneira exitosa incluem as canonizações equivalentes de São Pedro Fabro e São José de Anchieta, ambos sob o pontificado de Francisco. Baseado nas conquistas da postulação salvadorenha e jesuíta, podemos esperar ver muito rápido o segundo beato salvadorenho.
