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03 Junho 2024

Cidade já foi uma “meca da esquerda”. Criou o orçamento participativo, articulou novos ativismos e foi o berço do Fórum Social Mundial. O mundo deu voltas – e no momento ela está submersa, entre lama e mortes, assim com suas grandes inovações políticas.

O artigo é de Débora F. Lerrer, professora e pesquisadora do PPG de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ) e atuou como jornalista. É autora de Reforma agrária: os caminhos do impasse (Garçoni, 2003) e De como a mídia fabrica e impõe uma verdade: “a degola” do PM pelos sem-terra em Porto Alegre (Revan, 2005). O texto foi publicado por Outras Palavras em 29-05-2024.

Eis o artigo.

Desde adolescente sabia que Porto Alegre poderia ser inundada. Criança, já havia visto a rua na frente da minha casa, no Jardim do Salso, virar um rio com chuvaradas. O estranho é os administradores recentes da cidade não saberem disso e não tomarem qualquer medida para impedir ou minimizar este impacto.

Em janeiro deste ano, 40 minutos de chuva em Porto Alegre foram suficientes para encher ruas, acabar com a luz e água da cidade em vários pontos por quase três dias. Minha mãe, que mora num bairro central, o Rio Branco, ficou sem luz por dois dias e meio. A chuva foi na terça à noite e só na madrugada de sexta a luz voltou. Uma amiga que estava conosco no bar, onde vivenciamos a chuva e a falta de luz, quase se afogou dentro de seu carro. Íamos para outro lado, mas conseguimos voltar para resgatá-la. O porteiro do prédio em que ela se abrigou hesitou em abrir o portão para ela, que estava ensopada, mas o síndico permitiu. Seu carro ficou boiando na avenida Érico Veríssimo e ela trocou de roupa na casa da mãe sem luz e passou a madrugada num posto de gasolina, esperando a água baixar para resgatar o carro, que poderia ser saqueado. Se ela e se seu irmão não estivessem lá, ele efetivamente teria sido.

Há pouco mais de 20 anos, Porto Alegre era a meca da esquerda. Sua inovação política chamada “orçamento participativo”, articulou partidos, movimentos sociais e organizações não-governamentais da esquerda mundial para se reunir e afirmar que “Um outro mundo é possível”. Em suma, o mundo não era uma mercadoria. O Fórum Social Mundial - FSM foi realizado durante três anos em Porto Alegre como uma frente de resistência ao Fórum de Davos, encontro que reúne anualmente ricos, empresários e governante nesta cidade suíça que foi palco do célebre romances de Thomas Mann, “A Montanha Mágica”. O livro refletia o debate político que antecedeu a 1º Guerra Mundial. Thomas apoiou a entrada da Alemanha na guerra. Brigou com o irmão Heinrich, também romancista, que era contra. E talvez muito do que aparece nas páginas deste livro seja este debate entre os irmãos, filhos da brasileira Julia Mann, nascida em Paraty, mas carregada para ser criada na Alemanha, quando sua mãe brasileira morreu no parto do quinto filho.

O último FSM ocorreu quando Porto Alegre estava em sua 4º gestão municipal do Partido dos Trabalhadores. Foram, ao todo, 16 anos no poder. Desde então, o PT não voltou mais a governar a cidade. Uma amiga me contou que a direita combinou entre si de nunca mais deixar a esquerda dirigir a cidade. Não sei bem. Mas certamente, naquela época, as comportas e bombas de água do Guaíba recebiam manutenção. Era uma administração muito ciosa. Na primeira gestão do Olívio Dutra, a única que acompanhei vivendo lá, toda obra de esgoto que faziam recebia uma placa “Obra da Administração Popular”. Era um pessoal jovem e sério. Mas manejar o poder e fazer política são artes difíceis.

Depois estes Fóruns Sociais Mundiais foram para outros lugares, como Mumbai, na Índia, Belém, mas o fato é que o mundo se endireitou bastante desde aquela época, quando as coisas já não eram nada fáceis. Mas o último Fórum em Porto Alegre, se não me falha a memória, foi em 2003, logo que Lula assumiu o poder. Ele deu um discurso no anfiteatro ao ar livre, emoldurado pelo pôr do sol do Guaíba e se foi para Davos.

Desde então, Porto Alegre só tem sido governada pela centro-direita que flerta constantemente com o bolsonarismo. Não sei se a direita é tão articulada ou a esquerda é incompetente na briga. Por que é sempre uma luta. A esquerda quer gastar mais dinheiro com o público. A direita quer pagar menos impostos e quer menos Estado. Considera este um ente ineficiente, mal administrado, caro. O que vemos agora é que são as instituições públicas, associadas a instituições da sociedade civil , como os Correios, as igrejas e as escolas, e a pessoas com espírito de serviço, voluntárias, que salvam a população de situações de calamidade como a que vemos hoje no Rio Grande do Sul. Mas quem tem condições de coordenar, fazer o trabalho de articulação é o Estado. E quem tem tropa e mão de obra especializada para mobilizar rápido é o exército, a defesa civil, a polícia. É um conjunto de atores complementares.

O que me parece é que as experiências do FSM depois de Porto Alegre ficaram restritas à bolha da esquerda. Mas o jogo seguiu sendo jogado no Fórum de Davos. E hoje temos Porto Alegre submersa, assim como todas as suas grandes inovações políticas.

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