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Martin Scorsese, a graça de ser rejeitado e poder dizer: bem, vamos recomeçar. Artigo de Francesco Baucia

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16 Mai 2024

"O livro que agora chega pela editora La Nave di Teseo, intitulado Dialoghi sulla fede, fruto de uma série de encontros entre Scorsese e o jesuíta Antonio Spadaro – ex-diretor de La Civiltà Cattolica – ajuda a esclarecer a natureza dessas prioridades. A primeira das conversas (acompanhada de uma “tratativa” para um possível filme sobre Jesus) centra-se no filme Silêncio, de 2016. Filme com que, 28 anos depois de A Última Tentação, Scorsese voltou a se confrontar diretamente com a religião cristã, adaptando um romance do escritor católico japonês Shusaku Endo. Um projeto com uma gestação que chamar de difícil é eufemismo (já é uma indicação disso a longa lista de produtores que aparece nos créditos finais) e que começou enquanto o diretor participava, pela primeira vez no papel de ator, como Vincent Van Gogh, no filme de Kurosawa, Sonhos (1990)", escreve Francesco Baucia, filósofo italiano, em artigo publicado por Il Manifesto, 21-04-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Numa coletânea de conversas publicada pela Faber & Faber em 1990, o roteirista Paul Schrader relata o que seu amigo e colaborador Martin Scorsese sempre pensou da trilogia de obras-primas que marcaram a sua parceria: Taxi Driver era o filme de Paul, Touro Indomável era o filme de Bob (De Niro) e A Última Tentação de Cristo era o seu filme. É sabido que a autoria no cinema é uma questão debatida: o diretor é o que arrecada tudo, especialmente numa perspectiva europeia impregnada de politique des auteurs (nos Estados Unidos, o Óscar de melhor filme vai tradicionalmente para o produtor). Atores e roteiristas são também autores, em porcentagens variáveis, mas não desprezíveis. Ainda assim, o fato de Scorsese admitir uma ligação privilegiada com A Última Tentação – dos três filmes citados, o menos icônico da carreira do diretor para o grande público – diz muito sobre quais fossem as suas verdadeiras prioridades artísticas.

O livro que agora chega pela editora La Nave di Teseo, intitulado Dialoghi sulla fede, fruto de uma série de encontros entre Scorsese e o jesuíta Antonio Spadaro – ex-diretor de La Civiltà Cattolica – ajuda a esclarecer a natureza dessas prioridades. A primeira das conversas (acompanhada de uma “tratativa” para um possível filme sobre Jesus) centra-se no filme Silêncio, de 2016. Filme com que, vinte e oito anos depois de A Última Tentação, Scorsese voltou a se confrontar diretamente com a religião cristã, adaptando um romance do escritor católico japonês Shusaku Endo. Um projeto com uma gestação que chamar de difícil é eufemismo (já é uma indicação disso a longa lista de produtores que aparece nos créditos finais) e que começou enquanto o diretor participava, pela primeira vez no papel de ator, como Vincent Van Gogh, no filme de Kurosawa, Sonhos (1990). No Shinkansen, o trem rápido entre Tóquio e Kyoto, Scorsese havia terminado de ler o livro de Endo e havia avisado que a história dos jesuítas Rodrigues e Garrupe, em busca do mestre apóstata Ferreira, no Japão seiscentista das perseguições anticristãs, tocava nele acordes que não nunca haviam parado de vibrar.

A sua vocação artística, não apenas pelo catolicismo de que estava imbuído o meio de imigrantes italianos ao qual pertencia, havia iniciado precisamente de um sentimento de urgência pelos temas espirituais. Muito se fala de seu ano passado no seminário, mas talvez mais decisiva para Scorsese, tenha sido a experiência da infância como coroinha - que foi seguida pela perplexidade sobre o porquê, fora da Igreja, ninguém ficasse chocado pelo sacrifício de Cristo - e com a figura do padre Francesco Principe: o jovem sacerdote que com os livros de Joyce e Graham Greene, e com o paixão pelo cinema e pela música, mostrou a um menino asmático que havia outro caminho possível, além daquele da violência criminosa que assolava a Bowery.

A violência, no entanto, não teria saído do horizonte de Scorsese, aliás, teria se tornado parte integrante da sua visão religiosa – o seu gatilho. Com Spadaro, Scorsese relembra Marilynne Robinson, de Absence of Mind: como humanos, “somos brilhantemente criativos e igualmente brilhantemente destrutivos.” Mas ele também se refere à violência como a uma “experiência estética intensificado”, tanto na realidade como no cinema: “um choque que inverte o sistema”, que ao atravessar a compreensão do poder do mal permite vislumbrar a possibilidade de se dirigir alhures, de se converter. Para Scorsese, a graça é o cerne da experiência religiosa. No diálogo com Spadaro, se percebe como essa consciência é adquirida pela experiência, e não por leituras: o diretor viveu fases autodestrutivas, desafiou doenças pulmonares (que, entre outras, faz com que se sinta próximo do Papa Francisco, que também teve problemas ao pulmão na sua juventude), passou por sucessos e iguais fracassos e decepções. “Tive a graça de ser rejeitado – diz Scorsese – a graça de ser desprezado e o dom de dizer: ‘Tudo bem, vamos recomeçar’”.

Essas palavras se ligam à figura de Kichijiro, o cristão japonês que em Silêncio repudia Jesus por medo dos inquisidores imperiais e trai diversas vezes o jesuíta Rodrigues. Kichijiro é a encarnação daquele “choque” que testa constantemente a fé de Rodrigues, sua capacidade de amar e ver o rosto de Cristo mesmo naqueles que nos desafiam ou nos repugnam. Aparecem imediatamente na memória dos admiradores de Scorsese figuras inesquecíveis como Johnny Boy/De Niro em Caminhos Perigosos, o amigo descontrolado do protagonista Charlie/Keitel, sua dor e preocupação (mas também outras epígonos mais distantes e explosivos como Joey La Motta de Touro Indomável ou Nicky Santoro do Cassino, ambos interpretados por Joe Pesci – e até Judas de A última tentação). Todos saídos da história da família de Scorsese, com o pai Charles sempre às voltas com o irmão inconsequente e rodeado por uma aura de violência, que, no entanto, nunca abandonou a si mesmo.

Martin Scorsese e Papa Francisco. (Foto: Vatican Media)

Contudo, penitência e compaixão não são algo que alguém possa escolher para se apossar. A chave para essas experiências, para usar as palavras de Scorsese a Spadaro, é “a negação do eu”. Um dos momentos mais intensos de Silêncio é o encontro entre Rodrigues, relutante em realizar o fumi-e (o ato de pisotear a imagem de Cristo), com o antigo superior Ferreira, apóstata já há tempo e transformado em budista com um nome japonês, esposa e filho atribuídos a ele pelo governo imperial. Ferreira pressiona Rodrigues, leva-o a cometer a blasfêmia: a sua resistência também diante das torturas que os fiéis sofrem, é um sinal de orgulho, de soberba. A voz de Ferreira é a do diabo ou a de Deus? A imagem de Cristo, que convida Rodrigues a pisá-lo, é uma alucinação ou um milagre? Não há certezas para Rodrigues, assim como não há certezas para os espectadores, que são levados a vivenciar o mesmo paradoxo. É na desorientação – no silêncio – que podemos aproximar-nos da experiência de Cristo na cruz, do seu sentir-se abandonado.

Martin Scorsese e Papa Francisco. (Foto: Vatican Media)

Existe um fio condutor que liga Silêncio à Última Tentação, e é justamente a ideia da renúncia à vocação como tentação suprema. Os caminhos dos dois filmes, porém, percorrem territórios diferentes.

No filme de 1988, baseado num romance de Nikos Kazantzakis, Jesus é seduzido pela rejeição do sacrifício na cruz, por uma vida humana com Maria Madalena, com o trabalho de carpinteiro e os filhos e uma morte tardia entre as pessoas que o amam – uma abdicação total de ser o Messias. Em Silêncio, aquela vida comum, que Rodrigues sente inautêntica, mas que acabará por aceitar como Ferreira, é o deserto que o jovem jesuíta deve atravessar para se aproximar do sofrimento de Cristo: não com o martírio (como acreditava), mas com o desprezo por si mesmo, a redução do orgulho. E quando parece ter chegado ao ponto mais distante da sua antiga vida de padre, Kichijiro, tendo-se tornado seu servo, pede-lhe mais uma vez que o confesse, que o absolva: Rodrigues não gostaria, mas ele e Kichijiro estão agora realmente no mesmo plano, realmente irmãos – não há mais corajosos e covardes – e é o mais puro dos sacramentos.

Livro Dialoghi sulla fede, pela editora La nave de Teseo (Foto: Divulgação)

No belíssimo livro-entrevista com o crítico Richard Schickel (publicado pela Bompiani em 2011 com o título Conversazioni su di me e tutto il resto), Scorsese fala sobre quando mostrou Taxi Driver ao seu mentor, Padre Príncipe, que comentou o filme da seguinte forma: “Muito Sexta-feira da Paixão, não bastante Domingo da Ressurreição”. Talvez o sacerdote não estivesse errado, mas o domingo parece destinado a escapar para sempre da história, muito “além” para ser abordada. Scorsese, com a sinceridade das suas dúvidas e um olhar oblíquo e nunca declamatório, soube contar como poucos artistas contemporâneos o que cada um pode apreender, pelo menos um pouco, da figura de Cristo: não o seu triunfo, mas a solidão do homem-Deus.

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