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18 Janeiro 2021

"O Estado tem a obrigação de cuidar dos três: impedir que um cidadão se torne bandido ou puni-lo, reeducando-o para a sociedade; oferecer ao mendigo rede de proteção social; reconhecer e assegurar os direitos do catador. Deve mostrar à sociedade a importância de compreender o universo do povo da rua, a quem tem a obrigação de garantir direitos", escreve Frei Betto, frade dominicano, escritor, assessor da FAO e de movimentos sociais e autor de “Por uma educação crítica e participativa” (Rocco), entre outros livros.

Eis o artigo.

O preconceito social não diferencia catador de material reciclável, mendigo e bandido. Os dois primeiros são vistos por muitos como se fossem potencialmente bandidos. Ora, bandido furta ou rouba; mendigo pede; catador trabalha.

O Estado tem a obrigação de cuidar dos três: impedir que um cidadão se torne bandido ou puni-lo, reeducando-o para a sociedade; oferecer ao mendigo rede de proteção social; reconhecer e assegurar os direitos do catador. Deve mostrar à sociedade a importância de compreender o universo do povo da rua, a quem tem a obrigação de garantir direitos à saúde, educação (inclusive profissional), documentação, proteção física, reconhecimento de sua dignidade, abrigo (quando buscam), espaços de arte e lazer etc. Enfim, cidadania.

“Vale a pena dizer alguma coisa sobre a posição social que os mendigos ocupam, pois quando se convive com eles descobre-se que são seres humanos comuns. Não se pode deixar de ficar admirado com a curiosa atitude da sociedade com relação a eles. As pessoas parecem achar que existe uma diferença essencial entre mendigos e ‘trabalhadores’ comuns. Acham que eles constituem uma raça à parte. Os trabalhadores ‘trabalham’; os mendigos não ‘trabalham’, são parasitas, inúteis por natureza. Dá-se por certo que um mendigo não ganha a vida do modo como um pedreiro ou um crítico literário. Ele não passa de uma excrescência social, só tolerada porque vivemos numa época civilizada, mas ele é essencialmente desprezível.”

“Contudo, se observarmos de perto, vemos que não há diferença essencial entre o modo de vida de um mendigo e o de inúmeras pessoas respeitáveis. Os mendigos não trabalham, diz-se. Mas, então, o que é ‘trabalho’? Um operário braçal trabalha brandindo uma picareta. Um contador trabalha fazendo cálculos. Um mendigo fica ao relento em qualquer tempo, ganhando varizes, bronquite crônica etc. É um ofício como outro qualquer, bastante inútil, é verdade – mas muitos ofícios respeitáveis também são inúteis. E, como tipo social, o mendigo se sai bem na comparação com muitos outros. Ele é honesto, se comparado com os vendedores da maioria dos medicamentos patenteados; de altos princípios, se comparado com o dono de um jornal dominical; amável, se comparado com um comerciante que vende a crédito com preços extorsivos. Em resumo, é um parasita, mas um parasita razoavelmente inofensivo. Raramente extrai mais da comunidade do que uma vida indigente, e paga por isso um sofrimento incessante, o que poderia justificá-lo, de acordo com nossos padrões éticos. Não creio que exista algo num mendigo que o coloque numa categoria diferente da de outras pessoas ou que dê à maioria dos homens modernos o direito de desprezá-lo.”

“Surge, então, a questão: por que os mendigos são desprezados? Pois o são, universalmente. Acredito que seja pela simples razão de que não conseguem ganhar o suficiente para levar uma vida decente. Na prática, ninguém se importa se o trabalho é útil ou inútil, produtivo ou parasita; a única exigência é que seja lucrativo. Afinal, em toda conversa moderna sobre energia, eficiência, serviço social e coisas assim, o sentido não é senão ‘ganhe dinheiro, ganhe-o legalmente e ganhe muito’? O dinheiro se transformou na grande prova de virtude. Nessa prova, os mendigos são reprovados e, por isso, são desprezados. Se fosse possível ganhar dez libras por semana mendigando, a mendicância se transformaria imediatamente numa profissão respeitável. Observado de forma realista, um mendigo é apenas um homem de negócios que ganha a vida do jeito que dá, como outros homens de negócios. Não vendeu sua honra – não mais do que a maioria das pessoas modernas. Ele apenas cometeu o erro de escolher um negócio no qual é impossível enriquecer.”

O texto aspeado, escrito em 1933, é de autoria de Eric Arthur Blair, conhecido pelo famoso pseudônimo de George Orwell (autor de “1984” e “A revolução dos bichos”), e figura no primeiro livro dele, “Na pior em Paris e Londres” (Companhia das Letras, 2006, pp. 200-201).

Quem sabe uma pessoa em situação de rua, com vocação poética, tenha escrito este poema anônimo gravado num muro: “Pra falar a verdade / nunca tive um pijama, / pra que, se nunca tive cama? / Verdade verdadeira, nunca tive um brinquedo, / apenas tive medo. / Mas hoje há tanto frio, tanta umidade, / que invento um cobertor de sol poente / e um pijama de sonho em cama quente. / É bom brincar, sonhar em ser gente.”

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