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Direitos iguais. Uma discussão surpreendente sobre a licença-maternidade para homens

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07 Março 2017

Crônica de Antonio Tabet, publicada por O Globo, 05-03-2017.

Felipe entra na sala de Pedro, o chefe.
— Com licença.
— Diga lá, Felipe. O que você precisa?
— Chefe, eu não sei se o senhor sabe porque o senhor não tá há tanto tempo assim aqui na empresa, mas eu vou ter um filho.
— Eu fiquei sabendo, sim, Felipe. Parabéns! Sensacional! Nasce quando?
— Então... se tudo der certo, daqui a dois meses.
— Rapaz, você vai adorar. Filho é a melhor coisa do mundo. Eu mesmo queria ter mais um, mas já tô com três e é melhor economizar. Mas enfim... como eu posso te ajudar?
— É que eu queria deixar tudo já engatilhado para quem for me substituir.
— Entendi. Bem, eu falo com a Deisy e ela pega as tuas coisas nesse período.
— Tá... mas e quem vai ficar no lugar da Deisy?
— Ninguém, ué. Duas semanas acho que ela segura a onda.
— Esse é o problema. Eu não vou ficar só duas semanas.
— Não?
— Não. Vou ficar seis meses, né? É a lei.
— Acho que não, Felipe. Licença-paternidade são vinte dias corridos.
— Esse é outro problema. É que eu vou tirar licença-maternidade. Seis meses.
— Oi?
— Isso. Vou tirar licença-maternidade. De mãe.
— Não sei se entendi. Você não é mulher. — Pedro para por alguns segundos, analisa Felipe fisicamente e emenda. — Peraí... você não é mulher, é?
— Não, não... que isso, chefe! — Felipe ri.
Pedro ri em seguida.
— Nos dias de hoje, é melhor perguntar.
— E eu malho, pô. Tô sarado. Não tem barriga de seis meses aqui.
— Tá certo. Mas... Felipe... acho que eu me perdi. Ainda não entendi o porquê da licença.
— Veja bem, com todo esse papo de feminismo, politicamente correto, direitos iguais etc, acho que seria mais justo que eu também receba o mesmo tratamento de uma funcionária, né? A gente sempre ouve falar de direitos para as mulheres mas e pra gente? Elas querem direitos iguais, mas não podem levantar um peso. Elas não querem ganhar boneca de presente, mas nenhuma vira pedreira ou “peã” de obra. Elas têm vagão exclusivo no metrô e a gente que se entale nos outros. Elas têm lei Maria da Penha mas ninguém faz lei Mário da Penha...
— Mas Maria da Penha nem é só pra mulher. É pra violência doméstica. Acho que você tá confundindo um pouco as coisas, Felipe.
— Não tô não, chefe. Quer ver um exemplo? E se eu fosse fruta?
— “Fruta”?
— Fruta. Gay. Um casal gay que resolve adotar um bebê vai ter só duas licenças-paternidade? Acho crueldade deixar um bebê só 20 dias com os pais, com as mães, com as “pães”, os “mais” ou sei lá o nome que dão para essa gente. Com todo respeito: se bicha pode porque comove, por que eu não posso?
— Não é que você não possa. A gente pode tentar atender às suas necessidades de um jeito que seja bom para todo mundo. Deixa eu ver aqui se...
O chefe mexe no celular. Felipe interrompe.
— Sabe o que eu acho que seria “bom para todo mundo”, Pedro? Que esse assunto não virasse uma polêmica. Já imaginou se isso vira post no meu Face? Já imaginou se isso vira matéria de algum portal? Sujaria o nome da empresa, do chefe que acabou de chegar e até de algum sócio. Então, em vez de “um jeito”, melhor eu sair dessa sala com os seis meses de folga que a Deisy também teve lá no setor quando ela engravidou.
— Entendi. Então, no caso, você quer ter o mesmo tratamento das mulheres da empresa, certo?
— Certo.
Pedro, o chefe, encara Felipe, pensa e decide.
— Ok. Justo. Então você terá seus seis meses de licença-maternidade.
Pedro levanta e conduz Felipe até a porta.
— Sério?
— Sério.
— Pô... gostei. É isso, chefe. Valeu.
— Ah! Outra coisa... vou reduzir seu salário em 40%.
— Hã? Como assim?
— Ué! Você não quer ter o mesmo tratamento das mulheres na empresa?
— Quero, mas...
— Então, como você sabe, não estou há tanto tempo assim na empresa, mas sempre estranhei que as funcionárias que fazem exatamente a mesma coisa que os colegas homens ganhem menos. Pergunta quanto a Deisy ganha. Tá na hora de nivelar, né?
— Mas não tem como diminuir salário.
— Eu sei. Por isso que eu vou te demitir agora e depois recontratar para um cargo com salário menor. Se você quiser, claro. Mas com essa crise e filho pra nascer, quem não vai querer emprego?
— Isso é um absurdo!
— Imagina! Isso é igualdade de direitos!
O chefe vê Felipe indo embora de cara feia ao mesmo tempo em que Deisy entra na sala com alguma surpresa.
— O senhor me chamou, chefe?
— Chamei, Deisy.
— Achei estranho que foi pelo WhatsApp e...
— Você foi promovida, tá?
— Poxa... obrigada!
— É isso. Pode ir.
Deisy vai em direção à porta ainda atônita. Para, volta e pergunta:
— É... Chefe, desculpa perguntar, mas foi por isso que o Felipe saiu irritado?
— Não. Imagina! Volta e meia ele fica desse jeito.
— Deve ser “TPM”.
Deisy ri. O chefe ri em seguida.

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