Autonomia de mulheres é fundamental para a igualdade de gênero, diz Cepal

Foto: EBC

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS
  • ‘Narcoterrorismo’: discurso da extrema-direita global nas mídias religiosas. Artigo de Olívia Bandeira e Victor Merete

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: João Flores da Cunha | 24 Janeiro 2017

“A autonomia das mulheres é um requisito necessário e imprescindível para alcançar uma verdadeira igualdade de gênero” na América Latina, de acordo com uma representante da Comissão Econômica para América Latina e Caribe – Cepal, órgão associado às Nações Unidas. A afirmação é de María Nieves Rico, diretora da divisão de assuntos de gênero da comissão, e se baseia em dados da Cepal.

Um estudo divulgado pela comissão em 2016 mostrou que um terço das mulheres da região não dispõe de recursos próprios. A soma dessas com as que ganham menos de um salário mínimo chega a 55%. Assim, mais da metade das mulheres não têm os recursos mínimos necessários para sobreviver por conta própria, de acordo com o relatório da Cepal.

O relatório também mostra que, embora a diferença entre o que recebem homens e mulheres tenha diminuído, essas ainda ganham menos em média: o equivalente a 83,9% da renda de um homem. Para Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal, “sem igualdade de gênero o desenvolvimento sustentável não é desenvolvimento nem é sustentável”. As desigualdades impedem as mulheres de exercerem sua autonomia física, econômica e política, de acordo com a Cepal.

Os dados da Cepal também evidenciam a situação de extrema violência a que estão submetidas as mulheres na América Latina e no Caribe. De acordo com relatório da comissão, ocorrem 12 feminicídios por dia na região – ou seja, diariamente 12 mulheres são mortas na América Latina e no Caribe por serem mulheres. Os países com as mais altas taxas de feminicídio na região são Honduras, El Salvador, República Dominicana e Guatemala.

“A América Latina e o Caribe é a região do mundo com maiores avanços na legislação sobre violência contra a mulher”, assinalou María Nieves. No entanto, os avanços jurídicos nem sempre se convertem em resultados concretos, segundo a representante da Cepal.

Um exemplo é o das leis que buscam garantir representatividade política para mulheres, com ocupação mínima de postos em parlamentos. O relatório da Cepal mostra que em nenhum setor de governo – Executivo, Legislativo ou Judiciário – a participação feminina supera os 30% na região. “A igualdade de gênero não é apenas igualdade de oportunidades, mas também de resultados”, declarou María Nieves.

Leia mais: