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Com as mesmas armas: a epidemia do açúcar em cliques

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07 Fevereiro 2018

Projeto de fotógrafo e nutricionista espanhol usa imagens de alta qualidade para contra-atacar as corporações alimentares e combater o maior motivo da obesidade no planeta.

A reportagem é publicada por OutrasPalavras, 06-02-2018.

Lista de compras às mãos, ando (ou corro, a depender do dia) pelo supermercado a checar tabelas nutricionais antes de colocar um produto no carrinho. Prateleiras imensas, poluição visual. Letras miúdas. Uma bagunça que quase faz desistir. Tento ler o óbvio. Mas nem o óbvio é acessível quando o outro lado – a indústria alimentar e os órgãos reguladores – não descortina o que há de fato dentro das embalagens. Busco, então, as quantidades de açúcares. O motivo é outra obviedade: doenças. Diabetes tipo 2, cáries, obesidade, da qual derivam hipertensão e problemas cardiovasculares.

“Bola dentro”, penso. Numa fração de tempo, porém, noto que chutei por cima do gol e que o adversário me goleou nos contra-ataques. A escalação do rival não deixa dúvidas: glucose de milho; lactose, xarope de malte, glicose e frutose; dextrose, maltose, xarope de milho e xarope de malte; maltodextrina e sacarose. No banco de reservas, néctares, açúcar invertido, açúcar de confeiteiro, açúcar mascavo, açúcar bruto, mel, açúcar branco/refinado, melaço/melado e caldo de cana engordam o elenco. Nomenclaturas craques em desorganizar o raciocínio de quem vai às compras, num jogo que tem por objetivo esconder que todas são uma só: açúcar.

Guerrear contra as 24 horas do dia cada vez mais curtas e os rótulos da indústria alimentar coloca os consumidores em situação complicada. Menos mal, que há quem use armas para revidar e dar munição ao lado mais fraco. O fotógrafo espanhol Antonio Rodriguez Estrada é um exemplo. De trajetória curiosa, ele é o fundador do site fotográfico SinAzucar (Sem Açúcar), projeto que denuncia a quantidade de açúcares escondida em alimentos, mesmo os vendidos como 0%, pelos quais, geralmente, pagamos mais.

Madrilenho de nascimento, Antonio tem 45 anos e se dedica à fotografia desde os 15. Aprendeu a lidar com as câmeras em experiências do dia a dia e cursos da área. Profissionalizou-se e passou a viver de clicar produtos diversificados e modelos para “books”. Apesar de a vivência acadêmica do espanhol ter seguido por outros caminhos (formou-se como engenheiro em informática na universidade), ele nunca se afastou das fotos.

Entusiasta da “vida saudável”, Are, como é mais conhecido na Espanha, passou a fazer crossfit há cinco anos, modalidade de exercícios físicos que escolheu por ser praticada de maneira “mais coletiva”. Realizou cursos de nutrição esportiva, nos quais obteve várias titulações. A combinação de duas paixões, a fotografia e a saúde, surgiu em formato de imagem pela primeira vez em 1º de outubro de 2016, quando decidiu publicar nas redes sociais a foto de um creme catalão, acompanhado da equivalência em açúcar, que era de 155 gramas. Não agradou a muitos. “Perdi seguidores”, confessa.

Perder adesões no Facebook, Instagram ou Twitter não foi problema. Ao contrário, o creme catalão era só o começo. E a repercussão da postagem embalou a criação do SinAzucar. “Quando eu comecei a olhar para os rótulos, descobri que muitos produtos que eu considerava saudáveis tinham muito açúcar. E uma das causas da atual epidemia de obesidade é o abuso de produtos industrializados na alimentação diária. Eu queria dar a minha contribuição para informar as pessoas disso, principalmente quando descobri quantas enfermidades estão associadas a eles”, diz Antonio.

Em linhas gerais, a ideia é fotografar o produto usando a mesma linguagem visual que a indústria emprega para vender. “Fotografia limpa, iluminação cuidada, retoque atrativo, impacto visual. O objetivo é chegar ao número máximo de pessoas pelas redes sociais”, explica o fotógrafo.

O trabalho é didático. Auxiliado por nutricionistas e outros profissionais da saúde, Antonio optou por apresentar cubos de açúcar (torrões com peso de 4 gramas cada) como forma de exposição de “açúcares ocultos”, ou seja, os que não despejamos diretamente no cafezinho ou na receita do bolo caseiro. O que o projeto pretende revelar são exatamente as quantidades que vêm embaladas pela indústria com tabelas nutricionais recheadas de estranhezas, aquelas que não conseguimos ler e interpretar corretamente na correria do cotidiano graças ao exagero (proposital?) de nomenclaturas incomuns e confusão visual.

Aspectos fundamentais também considerados são os valores nutricionais informados nas tabelas, já que se referem a certas quantidades do produto e não à embalagem toda. Cada rótulo traz uma porção determinada em gramas e, frequentemente, carrega uma referência de quanto de açúcar há ali. Quem come mais do que a porção indicada deve calcular separadamente a quantidade de nutrientes. O SinAzucar trabalha com o valor total.

Sempre com a escolha de marcas de referência para aumentar a força dos alertas, as informações usadas pelo site saem dos rótulos dos próprios fabricantes dos produtos. Inicialmente, as fotos visavam aos itens com grandes quantidades de açúcar, como os refrigerantes. Até que o fotógrafo percebeu que os alimentos mais surpreendentes negativamente eram aqueles em que o ingrediente era inesperado, a exemplo de molhos de tomate, molhos para salada ou iogurtes para bebês.

O impacto veio, conta um animado Antonio. Ele recebe, em média, 50 mensagens por dia, desde interações que trazem elogios ou críticas até as que apenas contêm dúvidas sobre o que consumir nas refeições. “A internet se tornou uma maneira de conseguir colaboradores que formam uma rede de compartilhamentos e trocas. Na Espanha, o SinAzucar já é visto por milhões de pessoas e funciona para entrar com o tema nos meios de comunicação tradicionais, jornais, rádio e TV”, enfatiza.

Atualmente, a iniciativa conta com 222 mil seguidores no Facebook, 152 mil no Instagram e 53 mil no Twitter. Apesar disso, não possui patrocínios. “Todos somos voluntários no projeto. Não temos nenhum tipo de apoio financeiro. É uma iniciativa voluntária”, ressalta o idealizador do trabalho.

Do cinema ao sono das crianças: pesadelo

Você vai ver um filme com a família. Para saborear “melhor” a experiência, compra pipoca doce e refrigerante para todos. É o combo “bomba de açúcar”. Segundo as fotos do SinAzucar, uma Coca-Cola tradicional em copo gigante tem, aproximadamente, 20 torrões de açúcar ou 79,5 gramas, quase o dobro da quantidade máxima indicada por dia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 50 gramas. Esqueceu a pipoca? Ela é 50% açúcar. “Na prática, são 40 torrões e, então, quando sai do filme, você vai ao Burger King comer mais, porque o nível de açúcar do que comeu na sala de cinema faz você baixar o nível de açúcar no sangue e vem uma hipoglicemia”, argumenta Are.

Ainda dá para passar na Starbucks e tomar um café. Afinal, as crianças estão pilhadas e você precisa de energia até que durmam. Um cafezinho e quase 20 torrões de açúcar (80g) a mais te acompanharão. E não tem escapatória: se preferir uma lata de bebida energética, como o Red Bull, 13 torrões lhe descerão goela abaixo.

Chegada em casa. O leitinho dos filhos antes de deitar é obrigatório. Eles pedem a adição de chocolate em pó. Você topa e, se o achocolatado for o Nesquik, da Nestlé, a colher vai entrar e sair de uma embalagem que guarda 75,7% de açúcar na composição.

Você ainda não está na cama. O neném, que ficou com os avós durante a ida ao cinema, é o mais agitado e não caiu no sono. “Tem fome”, imagina o papai. Ele abre a geladeira e pega uma embalagem de iogurte “sabor natural” destinado a bebês, da Nestlé. É um copinho plástico. Pouco tamanho, mas muito açúcar. O suficiente para que seu caçula vá dormir com mais 9 gramas (dois torrões e meio) do ingrediente no corpinho.

Nem as infusões preparadas para “acalmar” o sono infantil se salvam. Um mal exemplo é o Blevit Sueño, fabricado pela companhia Ordesa, da região da Catalunha, megaempresa que vende “complementos nutricionais” para crianças e adultos. Quarenta gramas do produto (dose recomendada para uma criança de 8 anos) possuem 38 gramas de açúcar, equivalente a 9,5 torrões. Quer dizer: só para adormecer, a pequena ou o pequeno devem ingerir quantidade próxima ao recomendado para todo o dia.

Tenha uma boa noite, se conseguir pregar o olho.

Pressão leve

Antonio Estrada Rodriguez conta que sofreu pressões da indústria, mas que, na maioria, elas foram “leves”. “Algumas me contataram, mas, de maneira amigável, para me dizer que o produto que eu fotografei não exemplificava todo o portfólio. Até pedem para retirar o produto, mas são presenças sutis, caminham com cuidado”, revela.

O fotógrafo diz, no entanto, que um dos casos não foi de “pressão leve”. A mão pesada chegou em fevereiro de 2017, com a empresa de sucos Zumosol, que se sentiu atacada quando o projeto estampou uma imagem do Veggies Zumosol (um suco, em teoria, à base de verduras e frutas) ao lado de sete torrões de açúcar, ou seja, 28 gramas.

“Até pedem (as empresas) para retirar o produto, mas são presenças sutis, caminham com cuidado”

Advogados exigiram que o SinAzucar removesse a foto. Enviaram um documento dando o prazo de três dias para a remoção da imagem e publicação de um texto “ditado por eles e que não poderia mudar em uma única vírgula, basicamente dizendo que os produtos eram super-saudáveis”. Antonio reagiu. Não aceitou que quisessem colocar palavras em sua boca. “Três minutos depois de receber o documento, eu o publiquei nas redes sociais como me havia chegado.”

A foto foi compartilhada muitas vezes e passou a despertar debates sobre o produto. Artigos na mídia abordavam a composição do Veggie Zumosol. “Se a Zumosol não tivesse feito nada, teria sido mais uma foto, mas a atitude fez com que aparecesse em jornais de circulação nacional e as pessoas diziam: ‘Ei, vejam que os sucos não são tão saudáveis’.”

De origem espanhola e vice-líder no segmento de sucos no país ibérico, a Zumosol foi adquirida, em 2013, pelo Toksöz Group, holding nascida na Turquia que atua nas áreas alimentar e farmacêutica. Já a foto do suco Veggie feita por Antonio jamais saiu do lugar.

Ciência + ultraprocessados, de novo

Antonio R. Estrada é homem de múltiplas experiências. Como fotógrafo e esportista, acumula muitas viagens. Conhece bem cada solo onde pisa. Ele diz, sem titubear, que a Coca-Cola patrocina muitos eventos de nutrição (oh, surpresa!) na Espanha. “Isso, de alguma forma, pode condicionar publicações científicas, claro”, comenta.

Estrada conta que também é habitual encontrar produtos das corporações alimentares com selos de entidades de saúde que garantem “o quão saudável são sem que realmente sejam”. Tais organizações receberiam dinheiro em troca de referendar a qualidade dos itens.

O fotografo revela que, na Catalunha, um órgão de saúde pública chegou a distribuir, recentemente, uma espécie de guia da boa alimentação patrocinado pela Danone. No livro, principalmente direcionado aos pais de crianças, peças publicitárias estavam disfarçadas como textos institucionais. “Nas páginas sobre alimentação saudável dirigidas aos pais, havia produtos com nada de especial para as crianças. A marca e os textos publicitários estavam lá”, lembra.

De acordo com Antonio, tanto a questão dos eventos de nutrição quanto a publicidade de alimentos carecem de regulação na Espanha. Ele sabe do que está falando. Um dos principais itens a figurar no livro catalão era o Actimel, um leite fermentado que, para além dos ingredientes lácteos tradicionais do iogurte, contém um fermento específico, exclusivo da Danone, o probiótico L.Casei Danone, mais as vitaminas D e B6, formando um composto, que, segundo a fabricante, atua na flora intestinal e melhora a imunidade, dentre outros milagres. Mas, se considerarmos que um frasco de 100 g do produto leva 11,5 g de açúcares (11,5% da composição nutricional total, portanto), fica difícil acreditar que esse santo cumpra o que promete.

Veja aqui as imagens do projeto SinAzúcar.

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