Ecofeira Unisinos realiza oficina de plantas medicinais

  • Segunda, 17 de Dezembro de 2018

A Ecofeira Unisinos, que ocorre todas as quartas-feiras em frente ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU, em São Leopoldo, nesta semana contou com a oficina de plantas medicinais - parte IV, ministrada pela bióloga MS Denise Schnorr - Unisinos. O objetivo do curso é resgatar os saberes populares e trazer as informações sobre uso, formas de preparo e indicações.

Podem ser chamadas de plantas medicinais aquelas que possuem características que ajudem no tratamento de doenças ou que melhorem as condições de saúde das pessoas. Elas foram identificadas e usadas ao longo da história da humanidade, pois têm a capacidade de sintetizar uma grande variedade de compostos químicos que são utilizados para desempenhar funções biológicas importantes e para a defesa contra o ataque de predadores, tais como insetos, fungos, herbívoros e mamíferos.

A descoberta foi feita a partir dos índios, que identificaram a capacidade medicinal dessas plantas. Os pajés das tribos indígenas são os grandes conhecedores das ervas e plantas medicinais. A medicina chinesa também utiliza muitas dessas plantas no tratamento de doenças.  

A fitoterapia é a ciência que estuda a utilização das plantas medicinais, e a homeopatia também utiliza muitos remédios feitos de plantas e ervas medicinais. Os compostos químicos em plantas medeiam seus efeitos sobre o corpo através de processos idênticos aos compostos químicos de drogas convencionais. Isso permite que os medicamentos à base de plantas possam ser tão eficazes como os convencionais. É importante ter presente, no entanto, que também as plantas medicinais podem causar efeitos secundários nocivos.

Nessa oficina, Denise fez uma recapitulação do que ocorreu nas oficinas anteriores, I, II, III. Iniciou reapresentando as plantas medicinais: espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. Ex Reissek Celastraceae), guaco (Mikania glomerata Spreng. Asteraceae), hortelã (Mentha x piperita L. Lamiaceae), tansagem (Plantago major L. Plantaginaceae), capim-cidró (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf Poaceae), sálvia-da-gripe (Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex P. Wilson Verbenaceae), camomila (Matricaria chamomilla L. Asteraceae), cavalinha (E quisetum hyemale L. Equisetaceae) e goiabeira (Psidium guajava L. Myrtaceae).

A orientação é a de que as plantas sejam identificadas pelo nome popular e científico. Isso contribui para a utilização correta em chás que podem ser preparados por infusão. Para tanto, a água é aquecida até o ponto de fervura, depois é vertida sobre a planta e a mistura fica em repouso por alguns minutos. O chá também pode ser feito por decocção, quando as partes da planta são fervidas junto com a água por alguns minutos. Essa técnica é aplicada geralmente para o preparo de chás das cascas, raízes ou pedaços de caule. Por fim, o chá pode ser por maceração, em que a planta é emergida em água fria para o líquido adquirir as propriedades da planta. Além dos chás, podem ser feitos outros preparos com as plantas, como tinturas e vinhos medicinais.



Denise realizando a Oficina de plantas medicinais (Foto: Rafael Bassani/IHU)

A tintura é uma preparação que utiliza o álcool de cereais em vez de água. Em geral deixam-se as partes vegetais frescas ou secas, grosseiramente trituradas. Elas ficam mergulhadas em álcool durante oito ou dez dias. Depois a preparação é coada, filtrada e guardada em recipiente protegido contra a ação da luz e do ar. 

Na preparação de vinhos medicinais, deixa-se a planta escolhida e o vinho em maceração por oito dias. Para um vinho estimulante, pode-se utilizar o alecrim com vinho tinto seco, e, para um vinho relaxante, a melissa e o vinho branco.

Denise deixou as receitas anotadas para que todos pudessem acompanhar na oficina. Veja todas as receitas a seguir:

Vinho Tinto Seco de Alecrim

Ingredientes:

- 1 litro de vinho tinto seco
- Um ramo de alecrim 

Modo de preparo:

Coloque um ramo de alecrim na garrafa com vinho, tampe e agite para homogeneizar. Deixe em maceração por 10 dias, em ambiente seco, ao abrigo da luz e do calor. Uma vez por dia agite a garrafa para facilitar a extração. Coe em filtro de papel. Armazene em frascos bem fechados, de preferência de vidro.

Indicações:

Para memória, circulação, desordens hepáticas.

Posologia:

5 ml, três vezes ao dia.

Cuidados:

Contraindicado para gestantes, lactantes, crianças em geral, pessoas com debilidade no estômago ou fígado, com restrições ao álcool, com diarreia, com hipersensibilidade ao alecrim, ou pessoa com hipertensão.

Vinho Branco de Melissa

Ingredientes:

- 1 litro de vinho branco
- 60 g de folhas de melissa 

Modo de preparo:

Coloque as folhas de melissa na garrafa de vinho, tampe e agite para homogeneizar. Deixe em maceração por 1 semana, em ambiente seco, ao abrigo da luz e do calor. Uma vez por dia agite a garrafa para facilitar a extração. Coe em filtro de papel. Armazene em frascos bem fechados, de preferência de vidro.

Indicações:

Para prevenir doenças pulmonares, proteger o cérebro, manter as artérias limpas.

Posologia:

5 ml, três vezes ao dia.

Cuidados:

Contraindicado para gestantes, lactantes, crianças em geral, pessoas com debilidade no estômago ou fígado, com restrições ao álcool, com diarreia, com hipersensibilidade à melissa, ou pessoa com hipertensão.