Diagnóstico Socioterritorial e Mapa Falado

  • Domingo, 26 de Abril de 2015

Continua  o processo de construção coletiva do Diagnóstico Socioterritorial e do Mapa Falado de Canoas. Assim, realizou-se, no dia 20 de abril, mais um encontro no Instituto Humanitas Unisinos - IHU. Estiveram presentes membros da equipe do ObservaSinos - IHU e representantes do Centro Universitário La Salle e da Diretoria de Vigilância Socioassistencial da Prefeitura de Canoas.

Durante o encontro foram retomados os dados do diagnóstico socioterritorial, realizado a partir de informações de dados de bases públicas e das diferentes Secretarias do município e relacionadas às informações do Mapa Falado, o qual foi produzido pelos Conselhos de Direitos e Políticas Públicas, trabalhadores da política de assistência social e, especialmente, pela população moradora dos quatro Quadrantes do município.

O Mapa Falado foi um importante instrumento para a aproximação da população com os servidores públicos; um espaço potente na reflexão sobre as informações públicas e formais apresentadas no diagnóstico confrontadas com a realidade vivida pela população. A questão que norteou as falas sobre o mapa dos quadrantes foi: “Quais as expressões de PROTEÇÃO e de DESPROTEÇÃO SOCIAL nesta região?”.

Seguem aqui alguns destaques do Mapa Falado por Quadrante: o Quadrante Nordeste, que é composto por 7 bairros (Guajuviras, Olaria, Estância Velha, Brigadeira, Marechal Rondon, São José e Igara), apresentou como desproteção social, segundo seus moradores, a falta de escolas de ensino médio, no bairro Olaria, e a falta de iluminação pública e a má gestão de um centro de recuperação para dependentes químicos. No bairro Guajuviras foram localizados falta de acessibilidade para deficientes, pontos de alagamento, pessoas em situação de rua, trabalho infantil, má localização do restaurante popular e falta de espaços de lazer. Como proteção social foram apontados o grande número de Igrejas Evangélicas no bairro Olaria e Associação de Moradores no bairro Guajuviras, onde também se destacou a presença do mercado que atende 24 horas.

No Quadrante Sudoeste, que reúne os bairros Mato Grande, Fátima e Rio Branco, destacaram-se como pontos negativos ou aspectos de desproteção, o descarte incorreto do lixo, a falta de vagas na educação infantil e a má localização das escolas. Por outro lado, a pavimentação das ruas e os atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento foram pontuados como proteção social pela população.

O Quadrante Noroeste é composto pelos bairros Centro, Harmonia, Mathias Velho, São Luís e Industrial. Durante a oficina realizada neste quadrante foram apontados como desproteção social os bares que também são utilizados para a comercialização e uso de drogas, e a presença de grupos de traficantes rivais. Outro ponto levantado foi a falta de um Centro de Atenção Psicossocial - CAPS na região. A precariedade da estrutura dos dois Centros de Referência de Assistência Social - CRAS que ficam no quadrante também constou como desproteção, segundo o relato de idosos, além do mau atendimento para com os mesmos com relação ao Cadastro Único (não são considerados como público que atende o perfil). Foi apontada a falta de vagas nas Escolas Municipais de Educação Infantil. Destacou-se, nas atividades como proteção social pela população, o crescimento do bairro Mathias Velho, o mais populoso do município, que trouxe mais serviços públicos para o bairro, como escolas, creches, Unidades Básicas de Saúde, Unidade de Pronto Atendimento, o Hospital de Pronto Socorro e os dois CRAS que ficam na região.

Os bairros Nossa Senhora das Graças, Niterói e Vila João de Barro, território situado dentro do bairro Niterói, compõem o Quadrante Sudeste.

Na atividade realizada no quadrante os participantes apontaram como desproteção social a falta de equipe para as UBS na Vila João de Barro e no CRAS. Os pontos de drogas também foram levantados como desproteção social. No bairro Niterói foi apontada como desproteção social a Base Aérea de Canoas, por conta do barulho e uma área de lazer abandonada. Outros destaques no que se refere à desproteção social são: falta de limpeza pública, moradores de rua, áreas de risco, falta de funcionários nas escolas e insuficiência de ônibus. Os serviços públicos de saúde, educação e segurança oferecidos no quadrante foram apontados como proteção social.

A apresentação das informações coletadas e do Mapa Falado será feita ao trabalhadores, conselhos e população em forma de oficinas nos quadrantes. Todo este trabalho deverá subsidiar e qualificar o planejamento, a execução e o monitoramento das políticas públicas no município.

Por Marilene Maia, Átila Alexius,

Liz Carniel da Silva, Thaís da Rosa Alves e Matheus Nienow