Intelectuais nicaraguenses lançam duro manifesto contra o governo sandinista

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Por: André | 13 Mai 2016

Um documento duro contra o presidente da Nicarágua Daniel Ortega e seu governo foi assinado e divulgado nos últimos dias por um grupo de intelectuais que em sua maioria são militantes ativos ou simpatizantes do sandinismo em outros tempos. Como pano de fundo estão as eleições legislativas de novembro e a preocupação em que sejam manipuladas por um sistema eleitoral que deveria ter sido reformado e não foi.

 

Fonte: http://bit.ly/24IjcGj

Ernesto Cardenal preside a celebração eucarística tendo como co-celebrante seu irmão Fernando Cardenal, jesuíta, recentemente falecido.

 

 

 

A reportagem é de Alver Metalli e publicada por Tierras de América, 07-05-2016. A tradução é de André Langer.

O manifesto do “Grupo dos 27”, chamado assim pelo número dos signatários, intitula-se: “Não permitimos que uma minoria sequestre a Nação”. As duas páginas do texto publicado na Nicarágua pelo jornal La Prensa trazem, entre outras, as assinaturas de Ernesto Cardenal e Gioconda Belli – respectivamente, padre e ex-ministro dos primeiros governos sandinistas e ela exilada por Somoza e depois responsável por diversos cargos no governo revolucionário sandinista até 1994.

“As eleições gerais previstas para o primeiro domingo de novembro do presente ano devem realizar-se com toda liberdade”, diz o documento, “sem coações nem abusos de nenhum tipo, garantindo igualdade de condições para os candidatos e uma contagem de votos honesta e transparente”.

O manifesto “dos 27” recorda as denúncias de fraude eleitoral feitas nas eleições de 2008 e 2011, em ambos os casos vencidas por Daniel Ortega, e observa que “o atual sistema eleitoral encontra-se seriamente questionado, tanto em nível nacional como internacional”. Na sequência, qualifica o tribunal eleitoral vigente na Nicarágua como “uma maquinaria especialmente projetada para a fraude”, cujo controle absoluto está nas mãos do governo.

A apenas seis meses das eleições, “nenhum organismo sério de observação eleitoral internacional, como a União Europeia, a OEA ou o Centro Carter, assim como nenhum organismo nacional, foi convidado” e “nenhuma das recomendações feitas pelos organismos de observação, em reiteradas ocasiões, foi posta em prática”.

Particularmente severo é o juízo sobre o governo do presidente Daniel Ortega, “excludente, corrupto e violento”, afirma o texto, a quem se censura ter concedido a uma empresa chinesa a construção de um canal inter-oceânico no território nacional.

“Impôs-se um modelo econômico que favorece somente alguns poucos”; a dívida externa passa de 4,7 bilhões de dólares em 2006 para 10,5 bilhões, enquanto os trabalhadores da economia informal passaram de 65% para 80%, persistem altos índices de pobreza e foram realizados poucos investimentos na educação e na saúde.

O documento termina com uma perspectiva alarmante: “Caso estas circunstâncias não forem mudadas, os caminhos democráticos e as vias pacíficas estarão se fechando e alentando a volta do confronto violento, como aconteceu tantas vezes em nossa trágica história”.

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