Laudato si': um desafio para os poderosos do mundo. Entrevista com Marcelo Sánchez Sorondo

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21 Junho 2015

"A nova encíclica é um verdadeiro desafio para os poderosos do mundo. Nós, naturalmente, sabemos que o petróleo é uma fonte fundamental para as multinacionais. Mas confiamos que o pensamento do pontífice pode incidir sobre as pessoas. E, no fim, serão justamente as populações que irão decidir."

Ele é o homem por trás dos bastidores da Laudato si'. O diretor dos congressos que levaram ao Vaticano as personalidades internacionais mais comprometidas a interagir com o pontífice: o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, o economista Jeffrey Sachs, o especialista climático Hans Joachim Schellnhuber. É o bispo e teólogo Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia das Ciências Sociais. Argentino, é um homem muito próximo de Jorge Bergoglio.

A reportagem é de Marco Ansaldo, publicada no jornal La Repubblica, 19-06-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Dom Sorondo, como nasceu a Laudato si'?

Ainda na Argentina. Quando Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, via que o seu país, com as tecnologias, havia triplicado a produção, mas levava menos trabalho para os agricultores, que, assim, acabavam nas favelas.

Você se ocupou com os primeiros contatos?

Eu me lembro que, no Brasil, com o cardeal López Trujillo, nós viajávamos de Aparecida ao Rio com um combustível feito de milho e soja. Depois de pouco tempo, o carro não andava mais.

Qual foi a preocupação do papa?

Unir a natureza com a justiça, que estão muito ligadas. Esse é um conceito novo. Com uma palavra nova: ambiente integral.

Depois, como vocês procederam?

O papa considerou a Academia das Ciências como um centro de pensamento. De lá, partiram as nossas iniciativas. Ele ouviu a todos. Depois, sozinho, em espanhol, escreveu o documento, revendo-o várias vezes.

Como você definiria essa encíclica?

Uma revolução epocal. A partir da mensagem de São Francisco, que não foi ouvida e seguida. Uma mensagem profundamente religiosa, contra as interpretações de certos políticos norte-americanos.