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"Meu avô general Kammler criou o horror dos Lager"

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29 Janeiro 2015

Faz frio, as botinas estão cobertas de lodo. “No fundo, trata-se apenas de fazer um buraco na terra”, diz Tilmann Kammler. “É preciso cavar para descobrir a verdade“, acrescenta com um suspiro, enquanto entramos numa espécie de alçapão descoberto há poucas semanas e que poderia esconder uma galeria até hoje desconhecida. A poucas centenas de metros encontra-se o lager “gêmeo” de Mauthausen, ou seja, Gusen, sob cujas barracas há um gigantesco sistema de galerias subterrâneas, onde eram construídos – ao custo de milhares de vidas – os famigerados caças a reação Messerschmitt: “o inferno dos infernos”, chamaram a este lugar os poucos que dele saíram vivos. O fato é que há um pouco de tempo se multiplicam indícios, provas e testemunhos segundo os quais as vísceras deste pedaço de terra da Áustria setentrional escondem o que era um gigantesco laboratório nuclear: aqui talvez se esperasse desenvolver, até o último detalhe, os destinos da guerra. É óbvio que para o jovem Kammler estar aqui tem um significado muito particular. O seu avô era o general das SS Hans Kammler: responsável pela construção de todos os campos de concentração nazistas, incluídas as câmaras a gás, plenipotenciário dos projetos secretos do Reich, poderosa “eminência parda” de Hitler, com centenas de homens a seu serviço.

Figura enigmática e por vezes misteriosa, cujo “cursus honorum” é uma só coisa com a aniquilação em larga escala, Kammler desapareceu no nada com a chegada dos aliados. Precisamente aqui em Gusen tinha o seu último quartel general. É a primeira vez, em absoluto, que a família do general toma posição, setenta anos após a libertação de Auschwitz. Ele continua a chamá-lo “o vovô”, mas Tilmann viveu toda a sua vida em absoluta contraposição à existência do general. É natural perscrutar sua fisionomia em busca de qualquer semelhança física: talvez sim, exista. Mas, sente-se o peso que o neto do “tecnocrata do Holocausto” decidiu carregar nas costas. Uma história que parte de longe. “Há oito ou nove anos os meus progenitores me levaram a Dachau. Ali pela primeira vez fui confrontado com os crimes conectados com o nome do meu avô. A consequência foi que, voltando para casa, me libertei de todas minhas pistolas de brinquedo. Tinha sido uma experiência transtornante”.

A reportagem é de Roberto Brunelli, publicada pela La Repubblica, 28-01-2015. A tradução é de Benno Dischinger.

Hoje Kammler jr. é sociólogo de profissão. O seu doutorado versava sobre os fenômenos de violência entre os adolescentes: “Sempre me perguntei, desde os tempos do Liceu, por quê alguns homens aceitam fazer-se submeter e se conformam, porque torturam e humilham o próximo”. Também por isso realiza há anos pesquisas sobre o avô, sobre a história do nacional-socialismo e dos campos de concentração. “Pelo que me diz respeito, a objetiva proximidade ao meu avô é uma imensa responsabilidade, também quando procuro manter a distância tentando o desafio de identificar-me com ele, para entender por que agiu como agiu”. 

- Não é arriscado?

“Sim. O importante é que se saiba sempre de que lado se está”.

Precisamente. Quando nos primeiros anos noventa alguém começou a tocar fogo aos refúgios dos prófugos na civilíssima Alemanha do pós-Muro, Tilmann reagiu fundando um grupo antifascista. “Os meus progenitores haviam feito o 68. Faziam de professores, procuravam ensinar a tolerância, a solidariedade, a coragem civil no lugar de disciplina e obediência. Ainda hoje, sobre seu frigorífico há um folheto com a citação de Hannah Arendt: “Ninguém tem o direito de obedecer”. Muitos dos meus parentes se empenharam ativamente contra o fascismo, o racismo e o anti-semitismo. Não é por acaso, obviamente. Realmente procuramos tirar as corretas lições”. 

Depois existe, ainda hoje, aquela imensa mole de segredos que envilece desde sempre o nome de Kammler. A começar pelo seu fim. Há seis ou sete versões diversas sobre a morte do general, a começar por aquela do suicídio, realizado próximo a Praga aos nove de maio d ’45. No entanto, há alguns meses emergiu outra verdade: aquela contada pelo filho do agente das Oss (pré-firmada pela CIA) Donald Richardson, o qual em troca dos seus segredos “nucleares” teria levado Kammler aos Estados Unidos, onde o fidelíssimo do Führer foi mantido numa estrutura secreta, “sem ver mais a luz do dia”. Agora Tilmann dosa as palavras com atenção. “Meu avô, em sua função de chefe dos armamentos secretos do Reich era de extremo interesse para os Aliados, isto não é mistério. Do dossiê dos serviços britânicos emerge que conheciam muito bem não só o programa missilístico dos alemães, mas também o atômico. No âmbito da Operation Paperclip outros expoentes das SS também foram acolhidos nos USA. Entre estes o medico dos Lager Kurt Blome, engajado pela Intelligence, ou Walter Dornberger, que se tornou um manager para a Bell”.

Pausa. “Pode-se figurar muito bem que os americanos fossem prontos a acolher até o construtor das câmaras de gás de Auschwitz, se assim se assinalaria uma vantagem em termos de indústria bélica. E, a circunstância que contra Kammler não tenha sido aviado um procedimento em Nuremberg e que nos milhares de páginas das atas ele seja citado poucas vezes faz pensar numa distração voluntária”. Há depois aquele documento das CIC (Counter Intelligence Corps) que refere sobre a prisão de Kammler na Áustria por parte dos americanos precisamente aos nove de maio de 1945: “É um documento de interesse absoluto, um traço que queima. De outra parte, por que há vinte anos os dossiês sobre meu avô foram “tornados secretos” por outros trinta anos? O que há de tão indizível naquelas páginas para fazer que devam ser negadas à opinião pública?“.

Falando retorna continuamente o tema da relação entre pais e filhos. Nem pode ser de outro modo. “Contar-lhe-ei uma coisa que pode parecer um tanto absurda. Quando e eu era menino eu era fã de Star Wars, como todos: se me tornou natural pensar nas analogias com a história de minha família, Darth Vater como Hans Kammler, Luke Skywalker como meu pai. De um lado o Mal, de outro o Bem. Ambos os filhos não tinham conhecido os seus pais (o meu nasceu logo depois que meu avô tinha desaparecido), ambos depois se empenharam com todas as suas forças contra o ódio e a opressão representada pelos seus pais. O que me feriu era o fato que meu pai tinha escolhido agir de modo oposto ao meu avô, embora tendo, como contado em família, traços de caráter semelhantes”.

O sociólogo Tilmann reflete ainda, enquanto o frio de Gusen se faz sempre mais pungente. E em traços é quase uma vertigem, quando se pensa em quantas vitimas – até 320 mil aqui em Mauthausen-Gusen, das quais dezenas de milhares nas galerias, quem sabe quantos mais, um mar de nomes, vidas, identidades, histórias, quando se faz até o fundo a conta de morte de todos os Lager – de qualquer forma, são ligados ao nome de Kammler.

Nenhuma absolvição, nem justificação. “Embora não seja suficiente julgar pessoas que agiram há mais de setenta anos com as categorias morais de hoje, é, todavia perigoso meter-se à busca de hipotéticos “bons motivos” que podem ter impelido meu avô a lançar-se de ponta-cabeça nas ondas furiosas do nacional-socialismo”. A racionalidade também não basta diante dos abismos da Shoah. “Precisamente o holocausto demonstra que a férrea lógica utilitarista foi um dos fundamentos que levaram a um genocídio em escala industrial”. Por isso, Tilmann Kammler está hoje aqui, onde o seu avô, o arquiteto das câmaras de gás, construiu o mundo subterrâneo que oculta os últimos segredos do Terceiro Reich: “Porque ainda devemos cavoucar”.


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