Líderes religiosos encorajam Obama a ''ir além'' da guerra contra o Iraque e a Síria

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29 Agosto 2014

Na quarta-feira, um grupo de 53 líderes e pensadores religiosos, incluindo muitos católicos, divulgaram uma carta aberta ao presidente Barack Obama pedindo-lhe para "ir além das soluções bélicas" e "romper o ciclo de intervenção violenta" para enfrentar o caos no norte do Iraque.

A reportagem é de Vinnie Rotondaro, publicada por National Catholic Reporter, 28-08-2014. A tradução é de Claudia Sbardelotto.

"Embora a situação calamitosa dos civis iraquianos deve compelir a comunidade internacional a responder de alguma maneira", diz a carta, "uma ação militar dos Estados Unidos não é a resposta".

O pedido de encontrar alternativas à ação militar acontece enquanto o governo de Obama está considerando expandir seus ataques aéreos na Síria. A carta questiona de forma eficaz a ideia de que a força militar letal é necessária para deter o avanço do Estado Islâmico.

Ela sugere oito abordagens alternativas:

  • "Interromper o bombardeio dos EUA contra o Iraque para evitar o derramamento de sangue, a instabilidade e o acúmulo de ressentimentos que contribuem para a justificação global para a existência do Estado Islâmico entre os seus apoiadores".
  • "Prestar assistência humanitária robusta para aqueles que estão fugindo da violência".
  • "Envolver-se com a ONU, com todos os líderes políticos e religiosos do Iraque, e outros membros da comunidade internacional a fim de que sejam realizados esforços diplomáticos para uma solução política duradoura para o Iraque", e "trabalhar para uma solução política para a crise na Síria".
  • "Apoiar estratégias de resistência não violenta de base comunitária para transformar o conflito e satisfazer as necessidades e as queixas mais profundas de todas as partes envolvidas".
  • "Intensificar sanções financeiras contra os grupos armados na região, trabalhando por meio do Conselho de Segurança da ONU".
  • "Importar e investir significativamente em organizações de segurança, formadas por civis não armados, treinados profissionalmente, para auxiliar e oferecer algum tipo de proteção para os deslocados e refugiados, tanto para este conflito, em colaboração com o Iraque, quanto para futuros conflitos".
  • "Requisitar e manter um embargo de armas a todas as partes envolvidas no conflito".
  • "Apoiar os esforços da sociedade civil iraquiana para construir a paz, a reconciliação e a prestação de contas a nível de comunidade".

Embora alguns tenham interpretado as observações cautelosas do Papa Francisco sobre a necessidade de "deter o agressor injusto" como uma espécie de endosso tácito, porém altamente qualificado, da força militar, os signatários da carta parecem interpretar suas palavras de outra forma.

"Nós entendemos e compartilhamos profundamente o desejo de proteger as pessoas, especialmente os civis", diz a carta e, em seguida, continua:

No entanto, mesmo quando táticas de força violenta produzem um deslocamento de curto prazo da violência do adversário, essa violência contra os agentes armados muitas vezes se autoperpetua, já que a violência recíproca que se inflama em resposta só propiciará uma maior intervenção armada num ciclo de represálias, sem abordar as causas profundas do conflito. Vemos isso uma e outra vez. Não é "necessário" continuar por esse caminho de autodestruição, como disse o Papa Francisco quando descreveu as hostilidades da guerra como o "suicídio da humanidade".

Entre os católicos que assinam a carta estão Patrick Carolan, diretor-executivo da Rede de Ação Franciscana; Gerry G. Lee, diretor do Escritório Maryknoll para Interesses Globais; a Ir. Patricia Chappell, diretora executivo do Pax Christi USA; Eli McCarthy, diretor de Justiça e Paz da Conferência dos Superiores Maiores; a Ir. Janet Mock, da Congregação de São José, diretora-executiva da Conferência de Liderança de Mulheres Religiosas (LCWR); professores universitários católicos e membros das pastorais de Justiça e Paz de ordens religiosas.

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