Casaldáliga recebe novas ameaças de morte por defender indígenas no MT

Mais Lidos

  • “A destruição das florestas não se deve apenas ao que comemos, mas também ao que vestimos”. Entrevista com Rubens Carvalho

    LER MAIS
  • Povos Indígenas em debate no IHU. Do extermínio à resistência!

    LER MAIS
  • “Quanto sangue palestino deve fluir para lavar a sua culpa pelo Holocausto?”, questiona Varoufakis

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

Por: Cesar Sanson | 06 Março 2013

O bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), d. Pedro Casaldáliga, disse nesta quarta-feira (6) à Carta Maior que está sendo ameaçado de morte por causa de seu apoio aos povos indígenas brasileiros. O bispo denuncia que as comunidades sofrem os efeitos da implementação de projetos não sustentáveis, do ponto de vista do respeito às culturas e ao desenvolvimento participativo.

A reportagem é de Dermi Azevedo e publicada por Carta Maior, 06-03-2013.

Casaldáliga afirmou que as ameaças são anônimas e chegam à sua residência por todos os meios: telefonemas, internet e falsas mensagens. Perguntado sobre a eleição do novo Papa, d.Pedro preferiu denunciar as ameaças de morte, além de afirmar a sua fé "na esperança da ressurreição".

Catalão de nascimento e cidadão do mundo, Casaldáliga é escritor e poeta. Durante a ditadura civil-militar de 1964/1985, escapou de uma tentativa de assassinato, em Mato Grosso. O pistoleiro errou os tiros e, em vez do bispo, foi morto o padre João Bosco Penido Burnier, jesuíta. Sua expulsão do Brasil foi pedida muitas vezes aos generais-presidentes da ditadura, não apenas pelos chefes golpistas, mas também por religiosos de direita.

Diante de toda pressão para expulsá-lo, o próprio papa Paulo VI comunicou ao governo brasileiro que se ocorresse a retirada forçada de d. Pedro Casaldáliga, o Vaticano romperia sua multissecular tradição de não romper relações diplomáticas com nenhum país. O Brasil seria o primeiro.

Amazônia

Nos anos 70, Casaldáliga publicou uma carta pastoral de denúncia contra a exploração do trabalho e sobre a progressiva destruição da floresta amazônica. O documento tornou-se uma peça obrigatória no interrogatório dos presos políticos ligados às pastorais sociais da Igreja Católica Romana.

Mais recentemente, o bispo teve confirmado o diagnóstico médico sobre a Síndrome de Parkinson. Com o corpo magro e frágil, d. Pedro continua a levantar sua voz contra as estruturas sociais baseadas no latifúndio, na morte dos indígenas e na destruição da Amazônia. Integra a Congregação dos Claretianos, que realiza atividades missionárias em todo o mundo.

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Casaldáliga recebe novas ameaças de morte por defender indígenas no MT - Instituto Humanitas Unisinos - IHU