"Tomara que Fujimori peça perdão sinceramente. Até agora não o fez”, afirma bispo peruano

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Por: André | 15 Janeiro 2013

O bispo jesuíta peruano Luis Bambarén Gastelumendi fala sobre a ditadura de Alberto Fujimori ao completar 45 anos como bispo. “Sempre o gesto de pedir perdão e o de perdoar são sinais de grandeza. Pedir perdão com um cálculo político são palavras ocas. Todos cometem erros, eu não posso dizer que sou perfeito. Então, quando se comete um erro, sobretudo se ofende ou provoca danos, deve-se pedir perdão. Oxalá (Fujimori) o fizesse sinceramente. Até agora não o fez”, espera o bispo.

A entrevista é de Ana Núñez e publicada no jornal peruano La Republica, 07-01-2013. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Pelo que lhe coube ser testemunha, foi a ditadura fujimorista o momento mais obscuro, politicamente falando, em nosso país?

Em virtude do que se foi descobrindo pouco a pouco, diria que sim. A política foi conduzida por Fujimori e Montesinos, e os dois estão na prisão com denúncias sumamente graves contra eles e outros crimes estão vindo à tona. Os principais chefes das Forças Armadas e os principais políticos também estão na prisão. Então, foi uma ditadura que corrompeu todas as instituições do Estado: Congresso, Forças Armadas, imprensa. Diferentemente da ditadura militar, aqui era toda uma rede de corrupção e de crimes. De todos os governos que vi, o mais corrupto foi o de Fujimori.

Você disse que Alberto Fujimori deve pedir perdão ao país...

Sempre o gesto de pedir perdão e o de perdoar são sinais de grandeza. Pedir perdão com um cálculo político são palavras ocas. Todos cometem erros, eu não posso dizer que sou perfeito. Então, quando se comete um erro, sobretudo se ofende ou provoca danos, deve-se pedir perdão. Oxalá (Fujimori) o fizesse sinceramente. Até agora não o fez.

Em uma de suas pinturas pediu supostas desculpas. Isso é suficiente ou deve fazê-lo verbalmente?

Eu não daria tanta importância a isso porque não vai fazê-lo, e caso o fizesse... não sei, não quero julgar, mas já teve oportunidade para fazê-lo e não o fez.

Sobre o pedido de indulto para Fujimori, você disse que ninguém deve morrer na prisão, mas também que um indulto a Fujimori não favoreceria a reconciliação nacional. O que se deve fazer?

O que indiquei é que, primeiro, é preciso respeitar as leis. Se há uma comissão que avalia, é deve-se respeitar isso. Fujimori ocupa as manchetes e todo o mundo fala dele. Preocupam-me os que são NN e ninguém fala deles. Nas prisões, quantos morreram porque não conseguiram o indulto a tempo. Isso sim deveria nos preocupar a todos.

Mantém o que disse em 2007, sobre o fato de que Alberto Fujimori é um cadáver político?

Eu disse isso...? Sim, sim, posso ter dito isso... Vamos ver, acontece que os fujimoristas usaram muito e seguem usando o nome de Alberto Fujimori porque em muitos setores deixou uma boa imagem pelas obras que fez, sobretudo nos setores mais humildes. Mas creio que estão usando o nome, e nada mais.

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