''Um filme complexo''. O novo filme de Marco Bellocchio

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07 Setembro 2012

É uma "avaliação pastoral" articulada e aberta, em que se pode encontrar elementos positivos e críticos, proposta pela Conferência dos Bispos da Itália (CEI) sobre o último filme de Marco Bellocchio, Bella addormentata [Bela adormecida], dedicado ao caso de Eluana Englaro e às temáticas relacionadas com a eutanásia, com o fim da vida e com o debate que se seguiu na Itália.

A nota é de Giacomo Galeazzi, publicada no blog Oltretevere, 06-09-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Na nota sobre a obra de Bellocchio de autoria da Comissão Nacional de Avaliação de Filmes da CEI, o julgamento pastoral afirma: "O filme deve ser avaliado como complexo, problemático e oportuno para debates". Ainda se explica que "o filme pode ser utilizado na programação normal, levando-se bem em conta as amplas facetas dos temas abordados, que põem em causa sensibilidades civis e espirituais, esferas públicas e privadas, instâncias políticas difíceis e dolorosas".

"O autor – afirma-se ainda – coloca o seu próprio e longo ofício ao serviço de um texto quase simples e discursivo, mas pontilhado por notações, passagens, soluções narrativas coerentes com a bagagem cultural e ética do cineasta de Piacenza". "É justo – continua a nota – munir a visão com suportes críticos e, em ocasiões posteriores, aprofundar os assuntos com contribuições e suportes de reflexão".

Em suma, o filme gera discussão, não é perfeito, mas esse é também o seu valor. Tanto é que, na na avaliação mais estritamente crítica da obra, se afirma: "Em torno dos últimos dias de vida de Eluana Englaro (estamos em fevereiro de 2009), Bellocchio constrói quatro episódios que seriam exemplares da complexidade de um debate, que certamente pede de todos um esforço em termos de diálogo e de respeito recíproco para superar contrastes rudes, ásperos, hostis, que muitas vezes não levam a lugar algum".

No filme, "os prós e os contras com relação à aplicação da eutanásia variam da política à militância religiosa, de uma oposição radical aos excessos de uma aceitação surda e sem medida". Mais uma vez se destaca que "não parece bem equilibrado o encontro entre realidade e ficção nesses episódios confiados pelo diretor a uma representação elegante e preciosa, lúcida na gestão das situações e, ao mesmo tempo, cheia de notações não isentas de uma firme denúncia social e política, mas não isentas também de um olhar descentrado e apressado".

"Uma veste narrativa calibrada e meditada – especifica-se depois – tem às vezes em segundo plano a atenção autêntica e sofrida ao problema do fim da vida, ao sofrimento do ser humano e por quem se dedica a esse sofrimento".

Uma avaliação crítica atenta, portanto, com algum destaque negativo, mas o interesse pela história e pela modalidade com a qual é contada por Bellocchio emerge de modo substancial da avaliação da CEI.

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