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28 Fevereiro 2011

"Noventa e três anos representam uma boa reserva de experiência para entender como vão as coisas do mundo". O senhor que está falando é muito elegante, terno e gravata para receber o hóspede, o gesto de beijar a mão. Está sentado no divã de couro preto da sala, e a mulher Christiane, mon amour, prepara o café. "Surpresa? E o que você esperava? Um perigoso subversivo? Só escrevi um livrinho em que digo coisas de bom senso comum".

Décimo quarto `arrondissement`, travessa da Rue Jean Moulin, o herói da Resistência Francesa. Na casa, o telefone toca muitas vezes, todas as vezes Stéphane Hessel (foto) se levanta do divã para responder aos convites que chovem de todas as partes do mundo. Rejeita o celular, único vício. "Obrigado. Esse período é um pouco complicado para mim, mas tentarei ir".

A reportagem é do jornal La Repubblica, 28-02-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Alguém telefona para ouvir um comentário sobre a primavera dos povos árabes. "É a demonstração que estamos às vésperas de uma nova sociedade mundial. Antes, a Tunísia, agora o Egito, a Líbia, amanhã talvez a Argélia. Prevejo uma sucessão de contestações também no Ocidente".

Desconhecido até poucos meses atrás, Hessel foi sacudido por uma notoriedade imprevista. Indignatevi [Indignai-vos], o seu panfleto publicado no outono europeu, um milhão e meio de cópias só na França, em curso de traduções em 17 países, já começou a escalar as classificações também na Itália, entre os primeiros 10 títulos mais vendidos, com 25 mil cópias em pouco mais de uma semana (caso raríssimo de best-seller de uma pequena editora, visto que é publicada pela Add, nascida há um ano).

Sessenta páginas apenas. Um manifesto de resistência civil do qual existe a sequência ideal, Engagez-vous, engajem-se, em poucos dias nas livrarias francesas. "Consideravam-me nostálgico, mas, ao contrário, as minhas ideias são absolutamente contemporâneas. Como dizíamos nós, franceses: respirei o `air du temps`, o ar do nosso tempo", exalta Hessel, que, quando sorri se ilumina como um jovenzinho. O que também encantou centenas de milhares de leitores na França foi também a biografia e a vitalidade incomum desse intelectual quase centenário.

Eis a entrevista.

O seu pai traduzia Walter Benjamin, sua mãe compartilhou a vida com dois homens, inspirando o personagem de Catherine em Jules et Jim, de Truffaut. O seu anticonformismo está nos cromossomos?

Emigramos da Alemanha em 1925. Eu tinha só oito anos, mas já era um pequeno berlinense impertinente. Graças ao meu pai, frequentei muitos artistas e intelectuais da época, como Picasso e Sartre. Minha mãe era uma mulher livre em uma época em que as mulheres muitas vezes não eram. Dele, herdei uma moral autônoma. Jamais aceitei regras impostas que eu não compartilhava.

O senhor acusa os jovens de serem conformistas, resignados ao pior. O sucesso do livro não demonstra o contrário?

Por muitíssimo tempo permanecemos indiferentes. Aceitamos o inaceitável. A brecha entre ricos e pobres nunca foi tão profunda. Direitos elementares como à saúde, à aposentadoria, à representação sindical, à acolhida dos imigrantes são ameaçados. Devemos voltar a defender um sistema de valores que a minha geração contribuiu para criar e sobre a qual se baseiam as democracias modernas, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos ou o Programa do Conselho Nacional para a Resistência.

Por que se inspirar ainda nas lutas de 65 anos atrás?

Na época, o nosso país era ocupado pelos nazistas, havia o regime de Vichy. Hoje, tudo é diferente, não temos mais o inimigo em casa. Felizmente, os totalitarismos foram derrotados. Obviamente, as perguntas não são as mesmas que em 1943, mas as respostas devem, entretanto, fundamentar-se em princípios de liberdade, igualdade e justiça social. Dirijo-me aos jovens porque são eles que deverão proteger essa herança comum.

O senhor está admirado com o entusiasmo que o seu apelo desencadeou?

Não devemos criar ilusões. A maioria das pessoas, em todas as épocas, prefere permanecer em silêncio, fechar-se no seu próprio jardim. Durante a guerra, os jovens que apoiavam a Resistência foram apenas 10% da população. Provavelmente, hoje também existe só uma minoria iluminada. Mas a nossa experiência demonstra que pode ser suficiente para mudar o curso da História.

A guerra não foi uma educação à coragem?

Fui condenado ao patíbulo, e, só por acaso, não executaram a sentença. Capturaram-me depois de uma evasão, mas não tiveram tempo de me enforcar. Enfim, sobrevivi em Buchenwald trocando a minha identidade com um francês já morto. Considero-me um multisobrevivente e, portanto, um multirresponsável. O meu compromisso nasce também da lembrança de todos os amigos que perdi durante a guerra e daquele rapaz queimado com o meu nome.

Em 1948, o senhor participou como diplomata francês da confecção da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O que permanece daquele texto?

Foi Eleanor Roosevelt que intuiu que, para prevenir novos conflitos, era preciso defender as liberdades fundamentais e os direitos humanos. Insisto sempre na palavra "universal". Não é um texto ocidental, como defendem alguns. Com essa Declaração, criou-se um movimento de progresso democrático, mesmo que, infelizmente, possa haver obstáculos. A Itália, por exemplo, mostra sinais de regressão.

O senhor foi muito criticado por causa da sua posição sobre a Palestina e a adesão a uma iniciativa de boicote dos produtos israelenses.

Com aquilo que eu vivi enquanto judeu durante a guerra, não levo a sério a acusação de antissemitismo. Mas reivindico o fato de poder exercer uma pressão não violenta sobre o governo de Israel para que respeite o direito internacional e reconheça o Estado palestino.

Indignar-se. E depois?

Por enquanto, significa colocar o problema em foco. É como nomear um objetivo, para depois centrá-lo. Só assim pode-se buscar soluções. No fim do livro, falo de algumas propostas. Junto com Michel Rocard, estou trabalhando em um texto de ações concretas compartilhado por cerca de 50 ex-chefes de Estado e de governo e por intelectuais como Edgar Morin, Amartya Sen, Joseph Stiglitz.

A velhice mudou o seu olhar sobre o mundo?

Na minha idade, sentimo-nos finalmente livres. Não preciso mais fazer carreira, não temo críticas ou novos inimigos. A minha geração passou por mudanças epocais. Vivi o nazismo, mas também a aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a colonização e a descolonização, o stalinismo e a queda do império soviético, vi a Alemanha dividida e reunificada, conheci a África do Sul com o Apartheid e depois encontrei Nelson Mandela. Posso testemunhar que os problemas mais graves também se superam.

Onde o senhor encontra a força para reagir?

Um das minhas maiores alegrias é conhecer de memória uma centena de poesias nas minhas três línguas: francês, inglês e alemão. Quando me aborreço ou atravesso momentos difíceis, basta-me recitar "O cemitério marinho" de Paul Valery ou qualquer verso de Rilke para me reerguer. Ao lado da minha razão e da minha disciplina intelectual, apoio-me no imaginário, na fantasia. Busco um outro ritmo de pensamento. É uma forma de preparação espiritual muito mais importante do que o exercício físico que, dentre outras coisas, jamais pratiquei. Sempre segui o conselho de Winston Churchill: "Se queres viver longamente, não faça esportes".


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