"O inferno e o paraíso também não são lugares, são processos espirituais", afirma Andrés Torres Queiruga

Mais Lidos

  • As acusações contra o Papa por parte de cardeais conservadores dos EUA e a reação de Francisco contra Burke: o que está acontecendo... Artigo de Massimo Franco

    LER MAIS
  • “Sua influência é fortíssima e tem um plano de comunicação explicito”, diz editor e roteirista do “De Olho nos Ruralistas”

    “O agronegócio banca a grande mídia brasileira”. Entrevista com Luís Indriunas

    LER MAIS
  • Israel arma os autocratas do mundo com armas testadas em palestinos

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

13 Janeiro 2011

"A definição do purgatório do Papa não é nova, mas a população a desconhece porque a pregação não está muito atualizada", afirma o teólogo espanhol.

A reportagem é de A. Ramil, publicada no sítio La Opinión A Coruña, 13-01-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Ele assegura que a definição de purgatório do Papa não é algo novo, mas que faz parte do "conhecimento comum teológico" há vários anos, e que uma situação semelhante é vivida por outros termos de tradição católica como o inferno e o paraíso. Prova disso é que o teólogo Andrés Torres Queiruga já analisou essas questões em sua obra O que queremos dizer quando dizemos inferno? (Paulus, 1996).

Eis a entrevista.

As palavras de Bento XVI significam uma mudança no conceito de purgatório que a Igreja tem?

Em nada. O único que demonstram é a ignorância teológica que a nossa sociedade atual vive, já que afirmar que o purgatório não é um lugar físico faz parte do conhecimento comum teológico há anos.

Então, em que consiste exatamente o purgatório?

Trata-se de um processo espiritual interno. É lógico pensar que, dado que ninguém morre sendo totalmente bom, há uma espécie de conversão e purificação no encontro com Deus.

As representações tradicionais desse conceito religioso fizeram com que a população tenha uma visão errônea dele?

Sim, e o fato de que a pregação não está muito atualizada também contribui nesse sentido para que a população desconheça o verdadeiro significado do purgatório. Nesse sentido, é preciso dizer que as palavras do Papa são positivas, porque ajudam os católicos a compreender que o objetivo não é convencer Deus da purificação de nossos pecados para que seja bom e nos livre das penas do purgatório. O fundamental é alimentar nossa fé e nossa esperança em que o encontro com Deus será para todos salvação definitiva.

A mesma confusão existe com o inferno e o paraíso?

Sim. Tanto o inferno quanto o paraíso e o purgatório são questões que ultrapassam o espaço e o tempo, e, portanto, não se deve fazer uma descrição física de uma geografia celestial. Eles fazem alusão a processos espirituais que intuímos à luz das experiências reais que vivemos em nossa vida presente e que tentamos expressar com símbolos que animem nossa esperança.

 

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

"O inferno e o paraíso também não são lugares, são processos espirituais", afirma Andrés Torres Queiruga - Instituto Humanitas Unisinos - IHU