Neocatecumenais conseguem que o Papa não os expulse do Japão

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11 Janeiro 2011

O Caminho Neocatecumenal, fundado pelos espanhóis Kiko Argüello e Carmen Hernández, poderá continuar sua missão no Japão, depois que Bento XVI rejeitou o pedido feito pelos bispos japoneses que haviam pedido que suspendesse o trabalho dos "kikos" durante cinco anos.

A reportagem é da agência Efe, 11-01-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Bento XVI, segundo informações da agência vaticana Asianews, tomou essa decisão depois de se reunir, no último dia 13 de dezembro, com altos cargos da Cúria e cinco bispos japoneses.

Participaram da reunião os cardeais Stanislaw Rilko, presidente do Conselho Pontifício para os Leigos; Ivan Dias, prefeito da Propaganda Fide; William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé; e o espanhol Antonio Cañizares, do Culto Divino.

Segundo a agência vaticana, que cita fontes da Cúria e dos "kikos", como são conhecidos os membros do Caminho, decidiu-se na reunião pela não suspensão do trabalhos dos neocatecumenais no Japão e pelo fortalecimento do diálogo entre estes e os bispos japoneses.

A tensão entre o Caminho Neocatacumenal e os bispos japoneses estourou há vários anos. Os prelados afirmam que o estilo de vida que eles levam não se integra na cultura japonesa e é incompatível com a Igreja local.

Os prelados lhes acusam de ter um estilo "sectário" e que as pequenas comunidades neocatecumenais "criam divisões" nas paróquias.

Os "kikos", por sua parte, asseguram que a Igreja católica local dá muita importância ao diálogo com as culturas e as religiões e pouca ao anúncio "explícito" do Evangelho.

O Caminho Neocatecumenal surgiu em 1964 em Madri. Após uma crise existencial, o pintor Argüello decidiu ir embora e viver entre os pobres dos barracos do bairro marginal madrilheno de Palomeras Altas, nos arredores da capital espanhola.

Carmen Hernández, licenciada em Química, que havia acompanhado a renovação do Concílio Vaticano II e que pretendia evangelizar os mineradores de Oruro, na Bolívia, conheceu Kiko e abraçou a causa.

Atualmente, o Caminho conta com 1,5 milhão de membros, presentes em 107 países.

Em junho de 2008, o Vaticano aprovou seus estatutos, depois de vários anos de estudos e alguns recortes.

Os estatutos contemplam que eles podem continuar tomando a comunhão sob as duas espécies em seu próprio assento, mas de pé, e celebrando a missa do sábado à noite, mas não em privado, e sim aberta a todos os fiéis.

O Vaticano também lhes permite que o rito da paz seja feito antes da consagração e depois da oração dos fiéis.

Bento XVI lhes pediu em várias ocasiões que sua ação apostólica esteja "em total sintonia" com suas diretivas e em comunhão com as Igrejas particulares onde trabalhem.