Misericórdia e miséria: a carta apostólica do Papa Francisco para o encerramento do Ano Santo extraordinário

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19 Novembro 2016

A Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou nessa sexta-feira que, na segunda-feira, 21 de novembro, será publicada uma carta apostólica do Papa Francisco por ocasião do encerramento do Ano Santo extraordinário da misericórdia, carta que trará o título Misericordia et misera e será apresentada por Dom Rino Fisichella.

A nota é do sítio Il Sismografo, 18-11-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Essas palavras do título da carta evocam imediatamente um pensamento de Santo Agostinho: "Ficaram em dois, a miséria e a misericórdia" (Relicti sunt duo, misera et misericordia – in Ioh. Ev. tr. 33,5).

Diversos autores recorrem a esse pensamento quando comentam Jo 8, 1-11:

Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Ao amanhecer, ele voltou ao Templo, e todo o povo ia ao seu encontro. Então Jesus sentou-se e começou a ensinar. Chegaram os doutores da Lei e os fariseus trazendo uma mulher, que tinha sido pega cometendo adultério. Eles colocaram a mulher no meio e disseram a Jesus: “Mestre, essa mulher foi pega em flagrante cometendo adultério. A Lei de Moisés manda que mulheres desse tipo devem ser apedrejadas. E tu, o que dizes?” Eles diziam isso para pôr Jesus à prova e ter um motivo para acusá-lo. Então Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo. Os doutores da Lei e os fariseus continuaram insistindo na pergunta. Então Jesus se levantou e disse: “Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra.” E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. Ouvindo isso, eles foram saindo um a um, começando pelos mais velhos. E Jesus ficou sozinho. Ora, a mulher continuava ali no meio. Jesus então se levantou e perguntou: “Mulher, onde estão os outros? Ninguém condenou você?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor.” Então Jesus disse: “Eu também não a condeno. Pode ir, e não peque mais” (trad. Bíblia Pastoral).

Só quem se reconhece nessa mulher pode sentir como dirigidas a si mesmo as palavras do Senhor: "Eu, o único que tem o direito de te condenar, não te condeno". É claro, a misericórdia e o perdão não minimizam a severidade do pecado: a exortação a não pecar mais vale para todos nós. Fortalecidos com esse perdão, retomamos o caminho rumo ao Senhor e à Sua Páscoa. (Qumran).