A chantagem parlamentarista paralisa o país. Na calada da noite, deputados votam a PEC da Blindagem e o Projeto de Lei da anistia à golpistas. De costas para o povo e visando seus interesses pessoais, agora institucionalizam a bandidagem e abrem as portas para maior organização criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital – PCC, para ocupar cadeira cativa no Congresso Nacional. Vergonha e revolta são os sentimentos que esse legislativo nacional traz à nação.
Conforme pontou Conrado Hubner, o “país está a uma casa legislativa de institucionalizar um teo-narco-estado miliciano, onde o Primeiro Comando do Congresso não poderá mais ser incomodado pela lei”. A PEC da Blindagem vai proteger parlamentares e presidentes de partidos. Além, de ocultar o nome de quem protegeu o colega, já que a votação secreta está de volta. Golpe atrás de golpe, o parlamento brasileiro vai minando a Constituição, inclusive em suas cláusulas pétreas. Conforme reportagem de Marcelo Barreto para o Extra Classe, “o Congresso passou a exercer um poder de veto e barganha que paralisa o Poder Executivo, distorce a alocação de recursos públicos e ameaça a própria estabilidade democrática”. Segundo aponta, “trata-se de uma crise de representação política e de um perigoso desvio no rumo da nação”.
A proposta da blindagem é um grande esquema de corrupção que deseja ser institucionalizado. Talvez, medo, já que o cerco das emendas parlamentares está se fechando. Além disso, outras duas investigações colocam no centro do furação os políticos. Antônio Rueda, presidente do União Brasil e aliado do Bolsonarismo, está sendo investigado por associação com o PCC. Ele seria proprietário oculto de uma frota de jatinhos, avaliada em 100 milhões, usada por membros da facção. E, a Polícia Federal prendeu no dia 17, o diretor da Agência Nacional de Mineração, Caio Mário Trivellato Seabra Filho, e mais 21 pessoas, em uma operação que apura um suposto esquema de mineração ilegal, corrupção e lavagem de dinheiro. Caio é próximo a parlamentares.
Na análise de Célio Turino, “a PEC da Blindagem não é apenas uma peça legal, ela é espelho. Espelho distorcido de um país que vê a si mesmo em meio a tantos absurdos, sob uma história de privilégios, desmandos e injustiças, que agora se agravarão a prevalecer a PEC da Bandidagem.
A megaoperação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal no final de agosto, mostrou a força do PCC. Segundo o promotor de justiça Lincoln Gakíya, o PCC já opera como uma organização mafiosa, infiltrada em diferentes setores da economia formal, que há muito deixou de exibir as armas e praticar crimes espetaculares.
O PCC também é muito grande além das fronteiras, tornando-se peça-chave na exportação de cocaína. “Hoje, o grupo é responsável por uma parte significativa do fluxo da droga para a Europa e outros mercados secundários. A logística do tráfico conecta uma variedade enorme de produtores e distribuidores. O que garante um mercado sem monopólio, embora poucos grupos transnacionais controlem o centro da cadeia de valor”.
Apesar da atuação do PCC em diferentes áreas do comércio, eles não deixam impunes aqueles que a agem para perturbar os negócios. O assassinato do delegado Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, em Praia Grande essa semana, é exemplar. Uma ação de enfrentamento ao Estado e à sociedade.
Mas há grande questão por trás disso, é a possibilidade do Brasil ser classificado como narcoestado e o PCC como grupo terrorista pelo governo dos Estados Unidos./ Trump poderia usar a classificação como pretexto para atacar o Brasil, assim como tem feito com outros países da América Latina.
A primeira mulher a ascender ao poder na história do México, celebrou a Independência do país em uma cerimônia carregada de simbolismos. Em seu discurso conclamou: "Vida longa às nossas heroínas anônimas!". Da sacada do Palácio Nacional e coração da capital, Claudia Sheinbaum celebrou o Grito na noite de segunda-feira, 15 de setembro, diante de uma praça lotada com quase 140 mil participantes. Os "vivas" retornaram a um evento breve e formal, com pouco espaço para improvisação.
A semana dos Estados Unidos ficou marcada pela caça às bruxas de Donald Trump a todos que fizeram comentários “ofensivos” à morte de Charlie Kirk. Este é mais um exemplo de como opera a extrema-direita.
No artigo Gramsci em Washington, a a autora adverte que a “retórica trumpista transforma adversários políticos em inimigos, uma ameaça à sobrevivência da nação”. Para ela, “o Estado não é mais o garantidor da lei, mas o executor de uma narrativa. É o gramscismo autoritário perfeito: estabelecem um arcabouço interpretativo (a esquerda é violenta), cada evento confirma esse arcabouço (o assassinato de Kirk) e, finalmente, a repressão real é justificada (o plano de violência doméstica). Mas o que acontece desafia todas as democracias: como defender um sistema baseado na dissidência legítima quando uma facção consegue redefinir a dissidência como traição?”.
Na avaliação do teólogo Marcello Neri, “os Estados Unidos já chegaram ao limiar do desfecho extremo das guerras culturais. Em certo sentido, também chegamos ao limiar da extinção da política como técnica de governo chamada a resolver no âmbito institucional os conflitos sociais que habitam a cidadania”. LOC - Para o jornalista Andres Gil, o que o movimento Maga e Donald Trump pretendem é a "perseguição contra a metade do país que não votou neles. A atmosfera, segue o jornalista, a cada dia que passa, torna-se mais sufocante."
Sufocante porque a perseguicão não para. O presidente americano silenciou um jornalista australiano que o questionou sobre conflitos de interesse; e ameaçou outro jornalista da ABC que lhe perguntou sobre a base legal para processar "discurso de ódio", conseguiu a demissão da colunista do Washington Post e a retirada de um famoso programa de comédias do ar.
A perseguição, no entanto, não se restringe aos Estados Unidos. Vimos ela acontecer aqui no Brasil, por meio do Deputado Nikolas Ferreira e o empresário Tallis Regence Coelho Gomes, que estão a frente da campanha #DemitaExtremistas. Nikolas e Tallis já foram denunciados por assédio laboral. Parece que estão tentando cercear a liberdade de expressão por aqui também.
Agora, vamos ao Oriente Médio, onde a extrema-direita opera a ofensiva final na Faixa de Gaza. Israel lançou um ataque terrestre contra a Cidade de Gaza na terça-feira. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, informou que o exército havia intensificado o bombardeio à Cidade de Gaza durante toda a noite, escrevendo nas redes sociais: "Gaza está em chamas". A ofensiva ocorre no momento em que a comissão independente da ONU conclui que Israel está cometendo genocídio em Gaza.
A jurista, presidente da Comissão Internacional Independente de Inquérito das Nações Unidas sobre os Territórios Palestinos Ocupados, Navi Pillay, explicou os motivos da decisão. Segundo Navi, a escala da destruição é devastadora. Mais de 64 mil palestinos foram mortos, incluindo 18 mil crianças e quase 10 mil mulheres. A expectativa de vida estimada em Gaza caiu de 75 anos para apenas 40 em apenas doze meses. Nossa análise mostrou que a fome foi usada como arma de guerra e que o sistema de saúde foi deliberadamente destruído. Crianças morreram de fome, foram assassinadas e soterradas sob escombros. Segundo a UNICEF, uma criança morre a cada hora em Gaza. Estes não são incidentes de guerra. São ações premeditadas que visam a destruição de um povo”.
19 de setembro de 1990 é data que marca a instituição daquele que viria a ser considerado o maior patrimônio da democracia brasileira. Há 35 anos, a Lei orgânica do Sistema Único de Saúde, o SUS, regulamentou e estruturou o sistema público de saúde no país. O SUS garantiu que a saúde fosse reconhecida como direito de todos e dever do Estado, estruturando-se em torno dos princípios da universalidade, integralidade e equidade. O SUS, que hoje recebe uma fatia pequena dos recursos do orçamento federal, é o maior sistema público de saúde do mundo e a principal rede de assistência de 76% da população brasileira, o que representa 213 milhões de pessoas. Em evento nesta quinta-feira, 19-09, o IHU celebrou o SUS com a conferência online O SUS em seus 35 anos. Transformação digital, (des)igualdades e proteção social, com os professores Gonzalo Vecina Neto, Dário Frederico Pasche e Ana Valéria Mendonça. Assista a seguir:
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