15 Junho 2024
Os pobres carregam a imagem de Jesus, e os cristãos devem oferecer-lhes apoio e expressões de caridade cristã, disse o Papa.
A reportagem é de Carol Glatz, publicada por National Catholic Reporter, 13-06-2024.
"Somos chamados em todas as circunstâncias a ser amigos dos pobres, seguindo os passos de Jesus, que sempre começou demonstrando solidariedade ao lidar com os menos favorecidos entre nós", escreveu o papa em sua mensagem para a celebração do Dia Mundial dos Pobres, em 19 de novembro.
"Os pobres ainda têm muito a nos ensinar, porque em uma cultura que colocou a riqueza em primeiro plano e muitas vezes sacrifica a dignidade das pessoas no altar dos bens materiais, eles nadam contra a maré, destacando que o essencial para a vida é algo totalmente diferente", escreveu ele.
A mensagem papal foi publicada em 13 de junho, festa de Santo Antônio de Pádua, patrono dos pobres.
O tema para a celebração de 2024, "A Oração dos Pobres Sobe até Deus", é tirado do Livro de Eclesiástico; é uma reflexão apropriada para um ano dedicado à oração em preparação para o Ano Santo de 2025, escreveu ele.
"Precisamos fazer da oração dos pobres a nossa e orar juntos com eles", escreveu o papa. "Este é um desafio que devemos abraçar e uma atividade pastoral que precisa ser cultivada".
O Dia Mundial dos Pobres é uma oportunidade pastoral importante, escreveu ele, e "desafia cada crente a ouvir a oração dos pobres, tomando consciência de sua presença e necessidades".
"É uma ocasião oportuna para implementar iniciativas que ajudem concretamente os pobres e para reconhecer e apoiar os muitos voluntários que se dedicam com paixão àqueles mais necessitados", escreveu ele.
A oração e a caridade autêntica andam de mãos dadas, disse Francisco.
"Se a oração não se traduz em ação concreta, é em vão" e se a fé não for acompanhada por obras, está morta, escreveu ele. "No entanto, a caridade sem oração corre o risco de se tornar filantropia que logo se esgota".
Francisco observou que Santa Teresa de Calcutá frequentemente dizia que "era da oração que ela tirava a força e a fé para sua missão de serviço aos menos favorecidos entre nós".
Deus é "um pai atento e cuidadoso" que cuida daqueles que mais precisam, escreveu ele. "Ninguém está excluído de seu coração, pois aos seus olhos, todos somos pobres e necessitados".
No entanto, as pessoas muitas vezes vivem como se fossem "os senhores da vida ou como se tivéssemos que conquistá-la!", escreveu o papa. "A felicidade não pode ser adquirida pisoteando os direitos e a dignidade dos outros".
"A violência causada pelas guerras mostra claramente a arrogância daqueles que se consideram poderosos perante homens e mulheres, mas são pobres aos olhos de Deus. Quantas mais pessoas são empobrecidas por políticas equivocadas envolvendo armas! Quantas vítimas inocentes! No entanto, não podemos virar as costas para essa realidade", escreveu ele.
"À medida que avançamos rumo ao Ano Santo, exorto a todos a se tornarem peregrinos da esperança, estabelecendo metas tangíveis para um futuro melhor", escreveu o papa.
"Não nos esqueçamos de manter 'os pequenos detalhes de amor': parar, aproximar-se, dar um pouco de atenção, um sorriso, uma carícia, uma palavra de conforto", que todos exigem "um compromisso diário e muitas vezes são ocultos e silenciosos, mas fortalecidos pela oração".
Francisco encorajou todos aqueles que estão passando por algum tipo de pobreza a não perderem a esperança e a confiarem no Senhor. "Deus está atento a cada um de vocês e está próximo de vocês".
"O silêncio de Deus não significa que ele está desatento aos nossos sofrimentos; pelo contrário, contém uma palavra que deve ser recebida com confiança, entregando-nos a ele e à sua vontade", escreveu.
A primeira seção do Dicastério para a Evangelização, organizador vaticano do Dia Mundial, disse em um comunicado que, na semana que antecede a celebração de 19 de novembro, todas as comunidades paroquiais e diocesanas são chamadas a estabelecer iniciativas pastorais concretas que atendam às necessidades dos pobres em seus bairros.
Os cristãos também são convidados a prestar uma atenção espiritual mais profunda aos pobres que precisam de Deus e de alguém que seja um sinal concreto de Deus, que sempre ouve e está próximo, disse o dicastério.
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