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Filhas de Hipátia, sempre. Artigo de Dacia Maraini

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01 Julho 2023

"Para que não a conhecesse, Hipátia foi uma astrônoma grega que viveu na colônia romana do Egito e precisamente em Alexandria. Estamos no século V d.C. e o Império Romano, que dominava o mundo, havia decidido recentemente adotar a religião cristã. Mas Hipátia não era crente. Era uma mulher culta, filha de um grande filósofo, Téon, que a introduzira, ainda criança, aos rudimentos da ciência", escreve Dacia Maraini, escritora italiana, em artigo publicado por Corriere della Sera, 18-06-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Frequentemente, em minhas visitas às escolas, me perguntam qual a qualidade de caráter feminino que mais admiro e aprecio. Não precisei pensar muito para responder: a coragem. E acho que vem do exemplo maravilhoso que tive na minha infância da pessoa de minha mãe.

Raramente conheci uma mulher determinada e intrépida como ela. Não era nada arrogante nem presunçosa como se imaginaria de alguém que segue direto por seu caminho, aliás era habitada por uma surpreendente humildade. Mas quando estava convencida de uma ideia, a levava até o fim, custasse o que custasse. E essa é a escolha que fez na hora de decidir entre assinar para o governo japonês a adesão à República de Salò ou ser levada em um campo de concentração. Só precisou pensar por poucos segundos, a minha resoluta e intrépida mãe Topazia, que declarou com decisão: não assino. Não por apoio a uma fé política, mas porque o racismo lhe dava ânsia de vômito. Só isso. E suportou dois anos de fome, humilhações, sofrimento físico sem nunca reclamar, sem nunca desistir, com uma tenacidade que sempre tentei imitar. Não conseguindo totalmente, porque sou muito mais cheia de dúvidas, assustada e insegura do que ela. Mas uma pequena parte de sua temeridade permaneceu em minha cabeça como uma plantinha criando raízes profundas, embora tímida em crescer. Por isso, vasculhando os livros de história, que são minha paixão, tentei entender melhor e mais sobre algumas personagens femininas que me lembravam essa minha mãe audaz. Um encontro feliz foi com Antígona, outro com Hipátia.

Para que não a conhecesse, Hipátia foi uma astrônoma grega que viveu na colônia romana do Egito e precisamente em Alexandria. Estamos no século V d.C. e o Império Romano, que dominava o mundo, havia decidido recentemente adotar a religião cristã. Mas Hipátia não era crente. Era uma mulher culta, filha de um grande filósofo, Téon, que a introduzira, ainda criança, aos rudimentos da ciência.

Nós a encontramos na praça ensinando jovens estudantes, frequentando a grande e preciosa biblioteca de sua cidade e passa seu tempo livre observando as estrelas. É a ela que devemos a invenção do astrolábio e do hidroscópio, instrumentos experimentais para o estudo matemático do firmamento.

Ela é a primeira cientista que teoriza algo inaudito para a época: ou seja, que a Terra não é o centro do universo, mas um planeta que gira em torno do sol em um cosmos cheio de outros sistemas solares.

Isso a torna suspeita para os neocristãos, defensores do dogma bíblico, e logo começam as perseguições dos fanáticos fundamentalistas, sobretudo dos partidários do bispo Cirilo que aspirava ao governo absoluto da cidade, no lugar do questor romano Orestes.

Um dia que a jovem fala sobre estrelas na frente de um público estudantil entusiasmado, é carregada à força para uma carruagem pelo grupo dos Parabolanos (seita de fanáticos cristãos), estrangulada e cortada em pedaços.

Parece que enquanto ainda estava viva, seus olhos foram arrancados porque seu olhar havia se pousado herético sobre o universo.

Tanto Antígona quanto Hipátia terminam mal, e o mesmo teria acontecido com minha mãe se a guerra não tivesse sido vencida pelos Aliados que nos libertaram do campo de prisioneiros japonês. Eu lembro ainda o meu medo de criança quando, depois de nos terem contado, os guardas nos repetiam que assim que vencessem a guerra, cortariam as nossas gargantas. Ainda hoje sonho com aquelas palavras que arrasavam com meu coração de menina. Imaginava minha mãe, meu pai e minhas duas irmãs no chão, suas gargantas cortadas e em angústia parava de respirar.

Claro, as situações extremas que Antígona e Hipátia tiveram que enfrentar não se apresentam mais para as mulheres de hoje que pensam com suas próprias cabeças. Mesmo que, infelizmente, com essa tendência inquietante da história que dá um passo para frente e dois para trás, ainda nos deparamos com algumas práticas hediondas. Penso, por exemplo, nas corajosas jovens iranianas que tiram o véu correndo o risco de serem presas. Os fanáticos religiosos iranianos, em nome de um Deus ciumento e punitivo, prendem, açoitam e atiram no rosto e nos genitais das mulheres que pretendem, como Hipátia, reivindicar uma liberdade de estudo e de pensamento não admitida pela hierarquia eclesial.

O que se conclui disso? Que a fé é um maravilhoso ato de amor, mas deve ser mantida absolutamente separada do poder estabelecido. Quando se tenta impô-la, decidindo não apenas os comportamentos, mas também os pensamentos e as palavras das pessoas, especialmente das mulheres, se cai na mais odiosa tirania e numa brutalidade militaresca. No entanto, muitos passos foram dados e o mundo vive melhor.

Aos que me perguntam onde está esse melhor, posso responder que a escravidão, por exemplo, foi abolida, enquanto por muitos séculos foi considerada legítima. A guilhotina como espetáculo de praça foi revogada, os combates entre homens e feras, o apedrejamento, a decapitação, a tortura, foram revogadas. Há quem ainda as pratique, mas são abusos e despertam indignação.

Avançamos com os direitos civis? Sim, talvez, quem sabe.

O nome de Hipátia para mim significa referir-se a um modelo de força de espírito alegre e sereno, aquele que pude conhecer em minha família durante minha dolorosa infância japonesa. Muitos me perguntaram e ainda me perguntam: valeu mesmo a pena arriscar a vida das filhas meninas para defender as próprias ideias? Minha resposta é sim. Talvez porque ainda ouço a voz de minha mãe que sorrindo fala: não importa o que os outros dizem, mas a primeira fidelidade às próprias ideias vem de você, acompanhada pela estima por você mesma. E você deve manter essa estimativa sempre alta.

Leia mais

  • Hipátia, a mulher a quem ninguém pediu desculpas. Artigo de Silvia Ronchey
  • Usar o véu não é sinal de liberdade. Artigo de Dacia Maraini
  • O que revelam os estupros de guerra. Artigo de Dacia Maraini
  • A mudança de rota que vem dos adolescentes
  • Hipátia, a filósofa pagã morta pelos talibãs cristãos. Artigo de Silvia Ronchey
  • A cientista Hipátia e as mulheres de hoje
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  • Depois e além das bruxas. Artigo de Ritanna Armeni

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